domingo, 31 de março de 2013

Retratos do Domingo - A última foto de John Lennon cinco horas antes de seu assassinato...


© Foto de Annie Leibovitz. John Lennon abraçado a Yoko Ono em Nova York, cinco horas antes de seu assassinato em 8 de dezembro de 1980.

A foto de autoria de Annie Leibovitz, que mostra John Lennon abraçado a Yoko Ono, foi veiculada pela Rolling Stone americana, que a publicou na capa da famosa edição de janeiro de 1981, no mês seguinte à morte de Lennon e acabou sendo escolhida por editores, artistas e designers que participaram da conferência da Sociedade Americana dos Editores de Revistas, em 2005, como a melhor capa de revista dos Estados Unidos nos últimos 40 anos. A sessão realizou-se no apartamento do casal no edifício Dakota, em Nova York, em 8 de dezembro de 1980, cinco horas antes do assassinato de Lennon, abatido a tiros por Mark Chapman.

sábado, 30 de março de 2013

Hoje faz quatro meses que meu coração bateu mais forte em Montmartre...


Passados alguns meses, ainda está viva em minha memória a lembrança da bela viagem que fiz a Paris, acompanhado daquela que é parte de mim; a minha companheira e mãe do meu bebê, Elis. Resolvi escrever estas poucas linhas depois da doce lembrança de que exatamente hoje, faz quatro meses que Montmartre se apresentou para nós de forma mágica. Não sei porque, mas este ponto alto da capital francesa encanta a todos que com muita persistência se encorajam para alcançá-lo através das escadas....

 
É como se o bairro se transformasse em um belo troféu, como recompensa pelo esforço. Dá para escolher... Creio que muita gente anseia por conhecê-lo por causa dele...



Ou dela...

 
 
 
 
E o que deizer desta que faz muitos transbordarem de emoção, ao lembrarem saberem que aqui foi o primeiro palco dos pintores impressionistas?

 
 
 
 
Isso é Montmartre... Encantamento,  poesia e arte.

Livro: Um Lugar na Janela - fascinante...



Uma das minhas maiores aspirações sempre foi ler algum livro da Martha Medeiros. Todas as vezes que lia textos e crônicas da autora por aí, ficava empolgado com sua capacidade de escrever e com a facilidade que ela tinha de falar, muitas vezes, algo por mim.

Foi por esse motivo que em 2013, coloquei um dos livros da Martha em minha lista de leitura para o ano: "Um Lugar na Janela".

Em Um lugar na janela, a colunista Martha Medeiros abre espaço para a viajante. Aqui não há nada fantasiado, tudo aconteceu de verdade: as melhores recordações, as grandes furadas ainda em tempos pré-internet, os cenários de tirar o fôlego. A autora de Feliz por nada divide com seus leitores as mais apaixonadas lembranças de viagens feitas em vários momentos da vida, aos vinte e poucos anos e sem dindin, depois, já mais estruturada, mas com o mesmo espírito arrojado, e com diversos acompanhantes: as amigas, o esposo, as filhas, o namorado, não importa a companhia, vale até mesmo viajar só.

Com o mesmo estilo pessoal das crônicas, Martha Medeiros imprime aquilo que de melhor se leva de uma viagem: as recordações.

Um lugar na janela é um chamamento para deixar de lado a aconchego do sofá, as defesas e embarcar junto com Martha. O bom viajor é aquele que está aberto a inesperados, ou seja, a viver. Recomendo com muito entusiasmo...

 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Livro "Olhar Crônico", de César Tralli


Minha indicação literária de hoje é o interessantíssimo livro do jornalista César Tralli, Olhar Crônico. Este trabalho, o primeiro do repórter da Rede Globo, traz um gostoso painel de crônicas que têm como pano de fundo as mais diferentes paragens da Europa, Leste Europeu e Oriente Médio. Da Ucrânia a Londres, de Paris ao Líbano somos levados através das páginas para vários locais do planeta. Isso se dá da melhor forma possível, através de uma linguagem simples e de fatos vivenciados pelo autor. Por meio de seu aguçado olhar de repórter, Tralli nos presenteia em sua estreia literária com histórias especiais e únicas que viveu nos anos em que foi correspondente da Rede Globo de Televisão em Londres. Colocando de lado a tão proclamada "objetividade" jornalística, Tralli deixa vir à tona emoções e sentimentos que ficam à margem durante o intenso trabalho de correspondente internacional da maior rede de televisão do país. Assim, o que vemos ao longo das páginas desse saboroso livro são as lágrimas, o entusiasmo, o medo e as amarguras da vida de um jovem que então com vinte e quatro anos começou a se enveredar pelos encantos e vicissitudes do amplo mundo em que vivemos. Vale a pena ler.

terça-feira, 26 de março de 2013

Filme da semana: M - O Vampiro de Düsseldorf



O filme da semana é uma obra prima do melhor cinema do começo do século XX. Com um mestre em sua direção. Crítica social, suspense, trama policial, identificação dos personagens sociais da época, política e dignidade humana. Tudo isso, tratado com a única matéria prima disponível na época: criatividade, arte e técnica. Estou falando do filme M - O Vampiro de Düsseldorf, de Fritz Lang. A história se passa no final da década de 20, quando um assassino de crianças apavora uma cidade alemã. A polícia sai a procura do infanticida, deixando as ruas abarrotadas de policiais, ameaçando as atividades nefastas do submundo do crime. A bandidagem organiza-se e captura o homicida, levando-o para um julgamento onde decidirão se o entrega a justiça ou o condena à morte. Primeiro filme sonoro de Fritz Lang e para muitos a sua obra máxima. Bom filme!

 

Os Sonhos Não Envelhecem. Uma história de vidas mineiras, emocionantes, engraçadas. A história de um Brasil em que os sonhos não poderiam jamais envelhecer…



Minha indicação literária de hoje vem de lá das Alterosas... “Os Sonhos Não Envelhecem”, escrito por um dos expoentes da música mineira, fundador do chamado “Clube da esquina”, e que emocionou gerações inteiras (inclusive a minha). Em “Os sonhos não envelhecem”, Marcio Borges descreve a trajetória de sua vida, como pessoa e como artista, do Clube da Esquina e seus associados e de muitos outros artistas com os quais conviveu. Narra a história da música mineira das décadas de 60 e 70 (principalmente 70) e de artistas tais como Toninho Horta, Naná Vasconcelos, Lô Borges (seu irmão), Beto Guedes, Fernando Brant, Wagner Tiso, Ronaldo Bastos e tantos outros mais, porém é a história de Milton Nascimento o carro guia da narrativa. Em meio a ditadura que o Brasil enfrentava, esses garotos tiveram uma vida artística bastante produtiva, relacionando-se direta ou indiretamente com os acontecimentos culturais do país. A narrativa acontece em primeira pessoa e Márcio Borges começa com sua juventude quando conhece “Bituca”, apelido carinhoso de Milton Nascimento, e é inserido no universo da música, embora já tivesse contato através do seu irmão mais velho, Marilton, também músico. Muitas vezes o autor ao invés de narrar, compõe, com descrições poéticas que em muitos momentos me peguei enxugando as lágrimas. Aprendi muito também... Através da narrativa, vamos percebendo quais foram as influencias musicais que serviram de base para alavancar a carreira desses mineirinhos especiais, além de que o livro é uma verdadeira aula de cinema, onde o leitor se deleita com as análises de filmes que marcaram o início da segunda metade do século XX.

 A história de Marcio Borges é comovente. Ele vivencia bem de perto a história e a arte da época da repressão e consegue transmitir isso muito bem ao leitor. Parte da história se passa nas ruas de Belo Horizonte e para os moradores da cidade, ler o livro é redescobrir as raízes. Narra com muita emoção o nascimento de muitas das musicas (que eles chamavam de filhas) mais famosas do Clube da Esquina e de Milton Nascimento. Recomendo com o coração...

segunda-feira, 25 de março de 2013

Filme "Amém"... Emociona, prende a atenção, entretém e faz refletir. Não são muitos os filmes que conseguem isso.



Dentre os bons filmes que já tive a oportunidade de ver, vou indicar aqui no blog o provocante "Amém", dirigido pelo grego Constantin Costa-Gavras, muito conhecido do público por produzir trabalhos cinematográficos de cunho político. O filme não é novo, e está disponível na minha locadora preferida, a Vintage Vídeo Locadora na Barra. A película traz a visão do diretor quanto ao silêncio da Igreja católica frente ao holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Um oficial do Terceiro Reich se revolta com a matança de judeus nos campos de concentração e tenta informar os aliados sobre as atrocidades. Ele tenta chamar a atenção do Vaticano, mas suas denúncias são ignoradas pelo alto clero. Apenas um jovem jesuíta lhe dá ouvidos. Amém é considerado por muitos como um filme mais polêmico do que a "Paixão de Cristo" de Mel Gibson. O simples cartaz do filme na França provocou protestos e processos na justiça por católicos fervorosos e apesar disso e de ser um filme falado em inglês, ganhou na França o Cesar (Oscar francês) de melhor roteiro. Baseado em fatos históricos, esse episódio deixa, até hoje para muitos, uma pequena centelha de desconfiança quanto à verdadeira relação de Pio XII com os Nazistas. Recomendo.

 

domingo, 24 de março de 2013

Ratatouille... Qualquer um pode cozinhar... Até eu.


Hoje eu assisti junto da minha “afilhada” Giovana ao belo filme de animação Ratatouille. Acho que o sentimento de paternidade já chegou mais forte do que eu imaginava, por isso, Em determinados momentos do filme, o sorriso de Gigi me fascinava. Perceber o quanto foi maravilhoso ter assistido um filme ao lado de uma criança me deixou comovido. O filme narra a história de Remy, um ratinho do campo que sonha em se tornar um grande chef francês, mesmo contra os desejos de sua família e do evidente problema de ser um rato em uma profissão totalmente inapropriada para roedores. Quando o destino o leva aos esgotos de Paris, Remy se vê na ocasião ideal, bem embaixo do famoso restaurante de seu herói culinário, Auguste Gusteau. Apesar dos aparentes perigos de ser um impróprio – e certamente indesejado – visitante na cozinha de um fino restaurante francês, a paixão de Remy pela arte da gastronomia não demora a colocar em marcha acelerada uma engraçadíssima e eletrizante corrida de ratos que invade o mundo da culinária parisiense. Remy então se sente dividido entre sua vocação e a obrigação de voltar para sempre à sua prévia existência de rato. Ele aprende a verdade sobre amizade, família e entende que sua única opção é a de aceitar quem ele é realmente: um rato que deseja ser chef de cozinha. Uma bela animação com um roteiro inteligente, divertido e emocionante. Com personagens carismáticos e uma grande história, esse é com certeza mais uma grande obra prima da Disney.

Humilhados e Ofendidos... Um panorama angustiante da vida na cidade grande. Uma escrita genial de um escritor genial.


Este sim é um livro que não deve faltar na estante de ninguém; e deve ser lido pelo menos uma vez na vida. Contado sob o ponto de vista do personagem principal, Humilhados e Ofendidos, de Fiódor Dostoiévski, tem o caráter psicológico e ético das grandes concepções do autor, e reconhecido como uma das contribuições mais vivas e densas para a literatura contemporânea. Vânia (esse é o nome do cara), o protagonista, é um homem sensível, um escritor que relata em tom cerimonial e, paradoxalmente, confessional e comovido os fatos vividos por uma família pobre e sofrida de uma grande cidade. Em contraponto está o príncipe Valkóvski, viúvo, aristocrata, que enricou através de artifícios, obscuros e um egoísta no mais íntimo do seu ser. Se todos os seus pensamentos verdadeiros pudessem aflorar, seria tão repugnante que "traria um grande mau cheiro" - nas palavras do próprio Dostoiévski. Com certeza estamos diante de um presságio daquela personalidade, daquele tipo que mais tarde se denominaria "o homem de subsolo", reiteradamente presente na obra do escritor, e que representa uma sinopse difícil do individualismo, da vaidade, da indiferença ao sofrimento alheio e da maldade presentes na alma humana. A narrativa de Humilhados e Ofendidos envolve o leitor definitivamente. A ligação da ação, a dramaticidade dos acontecimentos e as personagens são um retrato contundente e expressivo dos despossuídos em todo seu sofrimento e humilhação. Porém, a grandiosidade da obra de Dostoiévski não está unicamente em retratar a condição de abandono e submissão daqueles que estão distantes do poder e dos bens materiais. Sua grandiosidade está em atribuir a essa representação um caráter moral, que supera as circunstâncias e se torna permanente.

quinta-feira, 21 de março de 2013

O Filme da Semana - Através de Um Espelho...



A partir de hoje, toda semana, postaremos sempre um belo filme para aquecer o fim de semama... E o filme de estreia chama-se “Através de um espelho”. Uma das principais obras de Ingmar Bergman e o início da "trilogia do silêncio", formada ainda por "Luz de Inverno" e "O Silêncio". O filme narra os conflitos internos de Harriet Andersson, a frágil Karin que, afetada por crises de loucura, entra em conflito com seus familiares durante as férias de verão numa ilha distante. Um drama psicológico intenso em que Bergman disseca o processo de degradação de uma família. Bom filme!!!

Jorge Drexler... O som sofisticado do Uruguai.


quarta-feira, 20 de março de 2013

A Revoada: Saudade retada de Macondo...


Só quem leu Cem Anos de Solidão para saber o que é sentir nostalgia da Macondo – cidade fictícia e extraordinária criada por Gabriel García Márquez – quando escreveu a saga da família Buendía. Mas, pense em alguém que retorna à terra natal e a encontra diferente, mostrando que nela a vida continuou sem ele, e pense mais além, e se esse alguém pudesse voltar no tempo e conhecer a cidade antes de ter passado por ela. Explicando essa viagem toda: será que já existia Macondo antes de Cem Anos de Solidão? A resposta clara, e que eu nem sequer desconfiava é sim; Macondo já foi tema do primeiro livro de Gabo, A Revoada: O Enterro do Diabo. Só que neste pré-adendo, o foco é em outra família, mais especificamente o intricado funeral de um personagem que é odiado por toda a cidade. O livro revela que Gabo era grande já no seu primeiro trabalho, utilizando bem algumas técnicas, como as da mudança de narradores (um velho, uma viúva e um garoto) e repetição (num interessante efeito de bailarina de corda). O livro foi publicado em 1955 e seu título original é La Hojarasca que significa, literalmente, a folharada. Recomendo com entusiasmo.

terça-feira, 19 de março de 2013

A Livraria... Uma escrita maravilhosa, penetrante e Poética!!!


 
Este foi um livro que achei por acaso em um sebo totalmente desarrumado aqui em Salvador. Olhei para a capa e lembrei-me que muitos foram os livros que me emocionaram e que foram encontrados desta maneira; garimpando. A história deste pequeno livro é ambientada na Inglaterra em 1959; narra a saga da viúva Florence Green que vive na pequena vila costeira de Hardborough, longe de tudo, e que se distingue justamente por aquilo que não tem. Florence, uma mulher corajosa e determinada, entende que a cidadezinha precisa de uma livraria. Então, contra tudo e todos, ela coloca o seu sonho em prática, abrindo a primeira e única livraria da região.

Depois de comprar um pequeno sobrado abandonado há anos, gasto pela humidade e com o seu próprio fantasma, ela implanta a livraria. Como se não bastasse o mau estado da casa, ela terá que bater de frente com as pessoas poderosas da vila que, de um modo cortês, mas firme, lhe demonstram o seu desagrado com a existência da primeira livraria local. Só a sua ajudante, uma garotinha de dez anos, não ambiciona solapar o seu empreendimento.

Quando alguém sugere que coloque à venda a primeira edição do polêmico livro Lolita, de Nabokov, a vila sofre um grande alvoroço pior do que um tsunami; sutil, porém devastador. E finalmente, Florence começa a suspeitar da verdade: uma terra sem uma livraria é, muito possivelmente, uma terra onde as pessoas não sonham.
A Livraria é uma obra-prima acerca do mundo dos livros, dos sonhos e das reveses da vida, sob a forma de uma história envolvente e original.
 
 

domingo, 17 de março de 2013

Filme: Jules e Jim – Uma mulher Para Dois... Fantástico!!!


Ontem revi com muita emoção este belo filme do Truffaut chamado Jules e Jim – Uma mulher Para Dois, baseado no romance do septuagenário Henri-Pierre Roché (apesar da idade este foi o seu primeiro romance). O próprio Truffaut contaria mais tarde que descobriu meio que por acaso o livro do Roché em um sebo, desses escondidinhos por trás de uma portinha discreta em pleno Quartier Latin. Sentou-se um pouco, leu, gostou e vislumbrou ali um excelente roteiro para um filme, se fosse bem trabalhado. Pronto; nascia então um dos grandes longas-metragens da Nouvelle Vague de todos os tempos. A história se passa em Paris, no início do século XX. O alemão Jules e o francês Jim são grandes amigos. Na efervescente capital francesa, eles se apaixonam pela mesma mulher, a explosiva Catherine (Jeanne Moreau, em atuação inesquecível). Logo, os três boêmios se tornam um trio inseparável que busca aproveitar os prazeres da vida. Tem início um libertário triângulo amoroso que se estende por décadas. Neste trabalho, Truffaut faz seu "hino à vida", falando sobre o amor e a amizade. Pense no furor que esta película causou nos conturbados anos 60, mais precisamente em 1962? Taí uma obra-prima para se ver e rever muitas vezes.

sábado, 16 de março de 2013

Documentário "Vittorio de Sica — Minha Vida, Meus Amores"... Fantástico!



Na última Quinta-feira à noite,  assisti ao belo documentário sobre o ator e diretor Vittorio de Sica (1901-1974), um dos nomes mais importantes do neorrealismo italiano. Trata-se do filme Vittorio De Sica – Minha Vida, Meus Amores. Particularmente tenho uma enorme admiração pelo trabalho deste gênio inesquecível do cinema mundial. Inclusive, no meu trabalho de conclusão de curso, onde dissertei sobre a importância do cinema neorrealista como ferramenta didática no ensino de história, utilizei um de seus filmes (Ladrões de Bicicleta) como fonte. Este singelo e tocante trabalho cinebiográfico segue uma forma tradicional, com cenas de arquivo intercaladas por depoimentos. O próprio cineasta aparece, em um antigo programa de televisão, falando da sua carreira. Há cenas interessantes de bastidores de produções como “Ladrões de Bicicleta” (1948) e “Ontem, Hoje e Amanhã” (1963), além de algumas boas histórias que revelam um pouco da personalidade afável do cineasta. Entre os entrevistados, estão Clint Eastwood, Woody Allen, Ken Loach e Ettore Scola. Uma obra-prima que os amantes da sétima arte, bem como os admiradores do De Sica amarão. Recomendo.

domingo, 10 de março de 2013

Filme "Era Noite em Roma"... Muito bom!


Assisti há alguns dias atrás ao maravilhoso filme dirigido por um dos expoentes do cinema italiano do pós-guerra, Roberto Rossellini, intitulado Era Noite em Roma. Esta película é na verdade, mais um enfoque do Rossellini às tragédias provocadas pela guerra, tendo como cenário principal a cidade de Roma. Três militares (um britânico, um estadunidense e um russo) fogem de um campo de concentração alemão e tentam chegar, por todos os meios, às linhas aliadas, contando, para isso, com a ajuda de várias pessoas que encontravam pelo caminho. Os três ficam escondidos por uma família de campesinos, na qual uma menina disfarçada de freira vai buscar ajuda e comida para os fugitivos. O noivo da moça fica amigo deles e se arrisca várias vezes para levar-lhes alimentos. Porém, o porteiro diz que eles se foram, e então começam as tramas. Era Noite em Roma, é sem dúvida mais uma obra-prima do inesquecível mestre Rossellini. Recomendo

quarta-feira, 6 de março de 2013

MAIGRET E O CORPO SEM CABEÇA: MAIS UMA OBRA PRIMA DE SIMENON!


Já faz algum tempo que não posto nada do Simenon. Não que ele não mereça, mas como estava lendo outros autores acabei deixando o criador do grande comissário Maigret um pouco de lado. Nem tudo está perdido. Hoje venho com uma dica literária interessante, intitulada Maigret e o Corpo Sem Cabeça.
Neste livro, Maigret fica às voltas com duas histórias que andam em paralelo: Após terem obstruído o propulsor de um barco, várias partes do corpo de um homem são retiradas das águas do canal de Saint-Martin, em Paris, mas a cabeça está faltando. Maigret segue com suas investigações nas arredores de um pequeno bistrô, frequentado por marujos e estivadores, no cais em Valmy. O proprietário do bar está sumido. O cadáver sem cabeça é, enfim identificado por uma cicatriz. Trata-se do dono do bistrô, Omer Callas. Porém, depois de algum tempo, a suspeita incide sobre a mulher do morto juntamente com o seu amante, o qual teve um bate-boca violento com Callas a respeito de uma herança.
 Como todos os livros protagonizados pelo inspetor maigret, Simenon vai tricotando uma teia de fatos e dados que nos prendem à história, e é aí que vamos consumindo suas páginas com uma avidez cruel, até depararmos com o desfecho. Recomendo!
 

terça-feira, 5 de março de 2013

O Dia em Que a Poesia Derrotou Um Ditador... Antonio Skármeta conta história de inominados que lutaram contra Pinochet.


Trago uma excelente dica literária para esta semana. Trata-se do livro O Dia em Que a Poesia Derrotou um Ditador. Sou suspeito para falar deste escritor chileno chamado Antonio Skármeta, pois tenho tudo que ele escreveu e o leio com uma voracidade descomunal; adoro escritores latinos. Falam da nossa essência. E quando se trata do autor de obras como O carteiro e o Poeta e Não Foi Nada, tenho que ser mesmo parcial. Com o livro O Dia em Que a Poesia Derrotou um Ditador, Skármeta ganhou o Prêmio Ibero-americano de Narrativa. O tom libertário, incorporado a uma escrita compassada e uma linguagem simples, justifica a comenda. Afinal, no romance, o autor coloca em ordem o drama e a esperança daqueles tempos obscuros para o povo chileno.
O ideal de liberdade guia a trama: publicitário perseguido pelo regime militar, Adrián Bettini percebe a grande chance de retomar sua luta pela democracia quando o plebiscito permitido pelo ditador Augusto Pinochet libera a propaganda política. Bettini, assim, assume a campanha do "não", ou seja, contrária à reeleição do déspota.
Ele dispõe apenas de 15 minutos de publicidade na televisão para transformar a história de seu país. Quinze minutos contra os 15 anos de Pinochet no comando da pátria. Um grande desafio diante do homem que governou o Chile até 1990 e uma chance a mais para refletir sobre a ditadura e a consequente redemocratização do país.
Vale lembrar que o livro serviu de base para a produção do filme No, estrelado por Gabriel Garcia Bernal.

domingo, 3 de março de 2013

O Juízo Universal... Será que eu escapo???



Hoje no finalzinho da tarde, assisti a um delicioso longa-metragem chamado O Juízo Universal. O filme foi produzido em 1961, porém, somente há poucos meses atrás ele chegou em DVD no Brasil. O Juízo Universal é um clássico da comédia italiana dirigido por Vittorio De Sica (Que também atua na película) e escrito por Cesare Zavattini; a dupla responsável por Ladrões de Bicicleta, Umberto D., Milagre em Milão, entre outras obras-primas. Nesta película do De Sica, tudo pode acontecer no dia do Juízo Final em Nápoles. Quando uma voz enérgica que vem do céu apregoa que o dia funesto chegou, os habitantes da cidade reagem cada um a seu modo... Na verdade, as demonstrações de preocupação e desespero são mais pelo fato de não poderem continuar levando suas vidinhas hipócritas e frívolas, do que por um sincero arrependimento ou tristeza por terem cometido tantos erros. Dá-se início a uma série de casos divertidos e únicos. Muitos se tornam bonzinhos de uma hora para outra que olhando dá até para garantir uma vaga no céu. Após constatarem que tudo não passou de uma “tempestade”, todos voltam para a sua (nem sempre bem intencionada) vidinha, aos seus velhos hábitos esquecendo completamente o desespero e até as promessas de bondade que fizeram caso escapassem da ira do “grande dia”. Neste trabalho De Sica tece uma crítica escrachada à falsidade e a hipocrisia do ser humano de uma forma simples e irônica. É pra morrer de rir. Recomendo.

Domingo, poltrona e pipoca... O Concerto. Quero rever muitas vezes... E aplaudi-lo de novo, de pé como na ópera.


 
Hoje é o dia dedicado aos filmes. Já comecei a maratona e digo desde já que não sei onde isso vai parar. Vou até às... Bom; deixa pra lá. Vou até onde der. E já começo trazendo para vocês o filme que acabei de assisti. Um trabalho maravilhoso, muito bem feito e emocionante; simplesmente uma pintura de filme intitulado O Concerto. Já escrevi várias vezes e hoje torno a repetir. Nem toda comédia precisa ser cem por cento engraçadas; é possível fazer rir e passar grandes emoções. Penso que fazer rir e nos tocar ao mesmo tempo exige uma dose descomunal de talento, e esse trabalho produzido na França e na Rússia consegue atingir o objetivo principal de todo bom filme: Além de entreter, ensinar. Fazer-nos compreender a complexidade que é o ser humano mesmo sendo em várias sociedades e em vários momentos históricos. A película conta a história de Andrei Filipov, maestro da orquestra de Bolshoi no início dos anos 1980, renomado e reverenciado em seu país, mas, por conta de suas diferenças políticas com o atual regime e ao recusar separar-se de seus músicos, todos judeus, acabou perdendo o emprego. Anos após a demissão, Andrei continua trabalhando na Bolshoi, mas não como maestro. Agora, ele é encarregado da higienização. Em uma das noites de trabalho, como sempre sozinho, limpando a sala do chefe, Andrei vê chegar um fax, convidando a orquestra Bolshoi para tocar no Teatro du Châtelet, em Paris. A partir de então, ele tem uma ideia com ares de vingança: chamar todos os amigos que tocavam com ele à época em que era maestro e ir a Paris, passando-se pela Bolshoi para uma apresentação. O resto eu não vou contar; vocês terão que assistir. O que posso dizer agora que estou terminando este humilde artigo é que O Concerto faz parte daquela sublime, augusta, exclusiva categoria de filmes que fazem você levitar. Você não percebe, mas de repente está levitando os pés a alguns centímetros do chão. E, depois que o filme termina você se pega mais uma vez pensando: mas que droga, se as pessoas são capazes de tanta beleza, talvez, quem sabe a humanidade não seja, afinal de contas uma invenção que definitivamente deu errado…