sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Mundo Moderno




Depois de um longo intervalo estamos de volta. Muita coisa aconteceu nesses quase quinze dias de ausência. Alem de uma baita virose, os compromissos na faculdade nos afastaram um pouco, mas estamos de volta para mais um contato. Ontem estava conversando com o amigo Josuel sobre a genialidade do mestre Chico Anysio e chegamos a conclusão que dificilmente o Brasil produzirá outro cara igual. Recordando alguns programas passados e participações em outros espaços da televisão, lembramos de um poema do Chico declamado no Jô Soares chamado "Mundo Moderno", que vale a pena conferir.



Mundo Moderno



Chico Anysio
Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.




Acho que nem há o que acrescentar. O fato de todas as palavras começarem com a letra ‘ m ‘ dá um charme e deixa o poema muito mais atraente e super criativo. A interpretação de Chico Anysio serviu bastante para preencher a lacuna que há pela ausência de preposições, artigos, pronomes; a poesia é composta praticamente de substantivo, adjetivo e verbos. No vídeo que assisti no Jô, ele termina imitando Louis Armstrong em “What a Wonderful World” que por si só já foi um show à parte.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Abutres



Este é o segundo filme argentino que indico nesta semana, e posso dizer que tudo que falei sobre o primeiro filme vale para este, pois os argentinos capricham mesmo, mas este tem um toque especial e traz um diferencial. Ricardo Darín. Um dos maiores atores da terra do tango, consagrado por êxitos obtidos com outros trabalhos de grande qualidade. Nesta película o diretor traz à discussão o mercado inescrupuloso que é frequente na Argentina e que diz respeito aos seguros para as famílias que perdem parentes, vítimas de atropelamentos ou acidentes fatais em vias públicas. Sosa (Darín) é um "urubu", que é como chamam na Argentina os advogados especializados em acidentes rodoviários. Todos os dias ele vai aos locais de acidente, aos setores de emergência dos hospitais e às delegacias procurando clientes. Seu trabalho é lidar com as testemunhas, policiais, juízes e companhias de seguro. Mas o que seus clientes não sabem é que a agência para a qual trabalha está envolvida em esquemas de corrupção e desvio de dinheiro. Quando se apaixona pela jovem paramédica Luján (Martina Gusman), Sosa decide se aposentar do trabalho sujo e viver ao lado dela. Mas seu passado não o deixará tão facilmente. Um filme empolgante, desconcertante e que te deixará sem fôlego. Confira.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Yolanda a musa de Pablo Milanés e de todos os amantes do mundo

“Esta canção é mais que mais uma canção/
Quem dera fosse uma declaração de amor/
Romântica, sem perder a justa forma/
Do que me vem de forma assim tão caudalosa/
(...)/ Iolanda, Iolanda, eternamente Iolanda”...
(Pablo Milanés, versão de Chico Buarque)



O compositor cubano Pablo Milanés precisou sair de Havana logo de nascer a sua filha, Linn.
Emocionado com a novidade de ser pai, e completamente apaixonado pela sua companheira Yolanda Benet, ao voltar, já estava no bolso a canção que declarava o seu grande amor à sua mulher. Era “Yolanda”, um dos grandes sucessos deste grande artista cubano. O casal teve três filhos dentro de um relacionamento que durou cinco anos. A partir do início da década de 70, a canção ganhou interpretações em vários países. No Brasil foi Chico Buarque que fez a versão e foi gravada pela primeira vez pela cantora baiana Simone em 1984. A cantora diz que sempre canta essa música em seus shows... ”Todo mundo gostaria de ser ela ou ouvir de alguém o que diz a música”, afirma Simone. É com muita alegria que hoje Yolanda se lembra daquele tempo. Lembra-se de quando conheceu Milanés, ainda quando era bastante jovem, amobos trabalhavam na produção de cinema e ao fazerem um trabalho juntos, se apaixonaram. Segundo a própria Yolanda... ”estava com Linn nos braços dando peito, e ele me disse: olha a canção que fiz para você. Pegou o violão e cantou Yolanda”. Foi com certeza uma emoção enorme, indescritível. Um homem apaixonado colocar em uns poucos versos toda a intensidade do amor que sente por uma mulher, deve ser a maior emoção para a pessoa que está sendo literalmente cantada em verso e prosa. Um instante mágico para todas as pessoas quando leem ou cantam esta canção, pois a pesar de ter sido feita para uma pessoa em especial, muitas outras em várias partes do mundo se emocionam da mesma maneira que o casal cubano; tornam a música a sua declaração de amor. A versão de Chico é muito especial. Tive a oportunidade de ouvir versões de outros países, mas nada tão intenso como a emoção passada por Chico e Simone. Sei que vocês concordarão comigo. Até.









Uma trilha inesquecível - O Último Tango em Paris

Outra bela canção que foi trilha de um grande filme que marcou época. Quem não se lembra do maravilhoso "O último tango em Paris", de 1972 estrelado pelo Marlon Brando? Uma obra-prima do gênio Bertolucci, talvez o mais sedutor e o mais hipnótico filme deste grnde mestre do cinema mundial, e muito do sucesso desta película deve-se a sua trilha sonora fantástica de autoria do compositor argentino Gato Barbieri, que acabou virando estrela intenacional depois do lançamento do filme, afinal ele recebeu um Grammy por conta desta música. Ouça e comprove.


Amor de índio

Tanto a música como qualquer outra forma de arte deve ter como prioridade uma mensagem de amor e paz. Não dá para imaginar outra coisa deste grande artista mineiro (de coração), Milton Nascimento. Um espetáculo! Até.


Mil Dias em Veneza - Deliciosamente lindo



Preciso admitir que tenho um certo preconceito com literatura de autoajuda. Salvo raras exceções (que eu não consegui lembrar agora), eles não são nenhum exemplo de boa literatura. Por outro lado, eu amo biografias e acho que todo mundo tem algumas coisa divertida para contar. Por influência do meu amigo consultor literário aqui em Salvador, resolvi ler Mil dias em Veneza, da jornalista e chef Marlena de Blasi, também autora de Mil dias na Toscana. Se eu perdi o preconceito? Nem um pouco. Ainda assim, o livro é tão rápido de ler, que dificilmente vai atrapalhar a sua lista de "livros que eu realmente preciso ler", então, está valendo. A história, apesar de ser uma espécie dede fadas, é verdadeira e autobiográfica. Marlena é jornalista gastronômica e vive entre Estados Unidos e Itália. Já é habitué de Veneza, embora somente pelo trabalho. Em uma dessas viagens, conhece um italiano, por quem se apaixona e com quem decide morar junto. Assim mesmo. Do nada. Marlena então convence todo mundo de que a coisa certa a fazer é largar toda a sua vida americana para se mudar para o apartamento do "estranho" em uma das ilhas de Veneza. Tudo lindo. Até que ela se muda. O apartamento do "estranho", como ela chama o italiano durante livro inteiro, está caindo aos pedaços. Ele tem um jeito mais italiano do que o estereótipo básico dos italianos: ele não quer mudar os móveis de lugar, não quer que ela cozinhe em casa, porque está acostumado a comer nos mesmos lugares, não quer que ela use ingredientes diferentes demais dos que a mamma usa, e por aí vai. Marlena então vai da felicidade ao fim da paciência com grande facilidade. O livro vai até o casamento dos dois, a busca do vestido primoroso e a procura de um novo espaço para morar. E é assim que se chega ao segundo livro: os dois descobrem um casarão na Toscana, onde hoje proporcionam um tipo de turismo gastronômico. Não é indispensável na sua prateleira, mas, para quem gosta de romances da vida real, é um prato cheio. Quando o livro acaba, vem uma lista de receitas que a chef Marlena aprendeu durante a sua estadia na Itália. imperdível.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Abraço Partido - Mais uma vez Argentina





Acabei de assistir pela segunda vez em três meses este brilhante filme argentino. Um filme fabuloso sobre a vida na sociedade judaica de Buenos Aires – gostoso, interessante, sensível, inteligente, bem interpretado, com bom roteiro. E não consigo parar de me perguntar: mas por que será que nossos “Hermanos” argentinos sabem fazer cinema melhor que nós? Por que os roteiros são melhores, mais bem desenvolvidos, os personagens mais bem esboçados, e os atores mais preparados para cinema? E por que eles conseguem fazer filmes sobre a vida o amor, a morte de pessoas normais, gente como a gente, com suas pequenas alegrias, grandes tristezas, a vida comum, real, sem deixar de mostrar a conjuntura que está por trás, a Grande História por trás das histórias dos personagens, e no Brasil boa parte dos filmes são sobre miseráveis, ou violentos, ou fora-da-lei, ou doidos de pedra, ou tudo isso junto ao mesmo tempo?
Este foi o terceiro dos quatro filmes em que o diretor Daniel Burman, nascido em Buenos Aires, trabalhou com o ator Daniel Hendler, nascido em Montevidéu. Fariam juntos dois anos depois Direito de Família, que é ainda melhor que este aqui. O Abraço Partido conta, com um ritmo gostoso, agradável, as histórias de várias pessoas que têm em comum o lugar onde trabalham e se encontram, uma galeria de lojas em Buenos Aires. Ariel, o personagem de Daniel Hendler, é uma das pessoas que freqüentam a galeria; sua mãe tem uma lojinha de lingerie, seu irmão trabalha com exportação e importação; algumas pessoas estão à procura de passaporte do país da Europa unificada de onde vieram seus pais e avós, uma saída para a vida sempre apertada em um país do Terceiro Mundo de economia sempre instável. Já Ariel está à procura de respostas para suas dúvidas de jovem ainda não instalado no mundo dos adultos – inclusive as sobre sua origem, sua família, seu pai, que um belo dia abandonou mulher e filhos para ir lutar no exército de Israel e nunca mais deu notícia. Este é um grande exemplo de um filme feito com poucos recursos (como a maioria dos filmes argentinos), onde o perdão, a reconciliação, a vontade de assumir as origens é explícita, além do mais mostra que não é preciso falar o tempo todo em holocausto par nos enternecer.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O contrário da morte - cenas da vida napolitana

Depois de alguns dias de um forçado intervalo devido a problemas com a net (Já está virando brincadeira), estamos de volta para mais um contato e desta vez indico um livro sensacional que li neste fim de semana. 91 páginas de muita emoção e até uma certa dose de indignação diante de algumas realidades mundo afora. Falo do livro "O Contrário da morte", do escritor italiano Roberto Saviano, o mesmo autor de "Gomorra". Após o enorme sucesso mundial de Gomorra, Roberto Saviano nos revela "O contrário da morte", livro que reúne dois relatos que fazem o leitor mergulhar de cabeça na vida do sul da Itália, região onde os jovens, para fugir da pobreza, são obrigados a se alistar no Exército ou na Camorra. A primeira história, que dá nome ao livro, tem como personagem central Maria, noiva do soldado Enzo, que se alistou no exército por livre e espontânea vontade para lutar no Afeganistão. Assim, ele conseguiria dinheiro suficiente para marcar o tão sonhado casamento. Segundo Maria, os homens do sul da Itália preferem isso a trabalhar em canteiros de obra, oficinas mecânicas ou dirigindo caminhões; profissões que pagam muito puco em relação a de soldado. O contrário da morte é a história do amor, da dor, do desânimo e da solidão desta mulher. Já O Anel é o relato da morte de dois jovens inocentes pelas mãos da Camorra. É domingo; Vincenzo pedreiro, e Giuseppe marceneiro, estão reunidos com amigos numa praça da cidade. Não é preciso mais do que isso para ser morto no sul da Itália. O que me impressionou bastante nas duas histórias é a grande semelhança com problemas existentes no Brasil. No seu relato, Saviano problematiza temas como a grande falta de emprego, e baixos salários, violência urbana e concentração de renda nas mãos de uma menoria. O duro relato do livro "O contrário da morte" foi publicado originalmente no jornal Corriere de la Sierra. Devido ao grande sucesso e atendendo a pedidos de seus editores, Saviano resolveu escrever a outra história, "O Anel", e as compilou neste livro. Se tiver estômago, vale apena conferir.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Emoção, bom humor e múcica - Hq Histórias do Clube da esquina









Depois de uma visita frustrada ao Arquivo Público da Bahia, resolvi esfriar minha cabeça em uma livraria aqui em Salvador. Ao sentar na seção de artes me deparei com um livro em quadrinho bastante interessante, pois sempre me chamam atenção as obras biográficas em forma de Hq. "Histórias do Clube da Esquina" é o nome desta maravilha. Li o trabalho em 32 minutos e ao final senti algo muito parecido com o que sinto quando ouço Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges ou 14 Bis. Explosão de emoções. Não dá para sentir outra coisa depois de ter apreciado a obra dos cartunistas Laudo Ferreira e do Omar Viñole. Obras como estas deveriam ser distribuidas gratuitamente de preferência em colégios públicos, assim as novas gerações receberiam grande influencia musical. Este singelo trabalho narra o encontro de artistas mineiros então desconhecidos, com idade entre 15 à 19 anos, que ajudaram a construir a música popular brasileira a partir do meado dos anos 60 até os dias de hoje. Este grupo de amigos compôs canções que influenciaram a sua geração e também a minha; algumas das músicas mais conhecidas do grupo são "Paisagem na Janela", "Travessia", "Trem Azul", e "Manoel, o Audaz". Um verdadeiro documentário escrito em forma de quadrinhos traz a turma toda, entre relatos pessoais, vivências do dia a dia e nas horas de boemia, nas poéticas terras das Minas Gerais. Milton Nascimento, os irmãos Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta e Fernando Brant, entre outros, dão as caras nas tirinhas. Os autores contam de forma bastante emocionada a história de garotos que queriam apenas influenciar o mundo através de suas músicas, cheia de referenciais brasileiros e, ao mesmo tempo, inebriadas pelas composições dos Beatles e por filmes como "Jules e Jim", do cineasta francês François Truffaut (1932-1984). O cartunista usa um traço de caricatura que condiz com a informalidade intimista com que se desenvolvem as relações entre os "membros" do Clube da Esquina. Nas páginas, ele tenta descrever essa grande amizade. Em um destes momentos, retrata um sublime dueto que Milton Nascimento fez com sapos e seu violão em uma paisagem de pedras nas cercanias da cidade histórica de Diamantina. “Histórias do clube da esquina”, é um belo registro histórico que comprova amadurecimento de forma e conteúdo dos quadrinhos brasileiros. Importante para os amantes da arte mineira (é o meu caso), e para qualquer pessoa que tenha interesse em saber um pouco mais sobre a Música Popular Brasileira.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011



Quase vinte anos depois, o primeiro grande sucesso do diretor Spike Lee já é quase um clássico. Na época o filme foi criticado por alguns em virtude de mostrar os negros como vítimas que resolvem reagir com violência e por essa atitude Lee foi acusado de utilizar as mesmas desculpas de um branco racista quando usa a violência. Com o tempo ele foi demonstrando talento e deixando as polêmicas apenas como um tempero em sua filmografia. Este filme se passa no verão de 1989 considerado um dos mais quentes da história de Nova Iorque, especificamente no bairro do Brooklin, onde a mistura de etnias e preconceitos junto com o calor infernal acaba sendo o estopim para a explosão de uma onda de violência. O próprio Lee faz o papel principal interpretando o entregador de pizzas Mookie, que trabalha na pizzaria do italiano Sal (Danny Aiello) que é auxiliado pelos filhos Pino (um esquentado John Turturro) e Vito (Richard Edson). O personagem de Lee consegue se equilibrar entre conviver bem com os negros em sua comunidade e o trabalho na pizzaria do brancos, mas tudo muda quando o negro Buggin'Out (Giancarlo Esposito) entra na pizzaria e começa a reclamar com Sal que na parede do estabelecimento não tem foto de nenhum negro famoso, apenas de ítalo-americanos como Sylvester Stallone e Robert DeNiro. Depois de tanto reclamar ele consegue o apoio de outro negro, Radio Raheem (o grandalhão Bill Nunn) e durante o protesto a polícia é chamada dando início a um conflito racial que terminará em tragédia. Os pontos altos do filme são o elenco recheado de bons atores como John Turturro, Danny Aiello e Giancarlo Esposito e muitos ainda pouco conhecidos na época, fazendo pequenos papéis como Samuel L. Jackson e Martin Lawrence, além da ótima trilha sonora de rap do conjunto Public Enemy especialista em músicas negras de protesto, com o clássico "Fight the Power" que é a cara do filme. Apesar do exagero de Lee em algumas idéias sobre racismo, o filme é bom e vale a pena ser assistido, pelo tema ainda muito atual e também por ele ser muito parecido com o que aconteceu na vida real em Los Angeles 1991, quando o negro Rodney King foi espancado por policiais, fato este que acabou gerando uma reação violenta dos negros da cidade, em uma proporção muito maior do que a mostrada neste filme.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O artista nunca morre...

Faz exatamente quatro anos que o mundo perdia uma de suas maiores vozes. Luciano Pavarotti. Encantamento e extase é o que todos sentem quando ouvem as suas canções, e se coloco no presente é porque um artista é sempre imortal; o seu trabalho de uma vida o credencia a esta condição. Que viva Pavarotti sempre!


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O seu novo livro de viagens - Terramarear



Se tem uma coisa que eu adoro é viajar. O problema é que nem sempre a grana nos permite, e as vezes temos que nos contentar com algumas fotos ou navegações na internet. Nos esquecemos que outra forma eficiente de empreender uma "volta ao mundo", é uma boa leitura; e quando juntamos leitura e viagem o resultado é espetacular. Pensando em atender esta classe curiosa de leitores é que Ruy e Heloisa nos trazem esta maravilhosa surpresa. Quando viajam pelo Brasil ou ao exterior, a passeio ou a trabalho, juntos ou separados, (são marido e mulher), Ruy Castro e Heloisa Seixas procuram o espírito dos lugares. Para isso, antes das viagens, leem livros, ouvem músicas e assistem a filmes sobre o lugar que vão visitar. Chegando lá, são capazes de esquematizar roteiros originais, que agora dividem com os leitores em Terramarear. A Paris da Revolução Francesa, a Veneza ou a Roma dos clássicos do cinema, a Barcelona de Gaudí, a Saint-Tropez que inspirou pintores, a Berlim de surpresas e transparências e uma Sevilha de conto de fadas são alguns dos relatos desses dois turistas culturais, também incansáveis flâneurs pela cidade em que vivem - o Rio. Em vez de lojas chiques ou de conhecidos cartões-postais, eles vão atrás de história, arquitetura, música, cinema, gastronomia ou da cultura das ruas. Foi assim que chegaram ao ateliê de Veneza em que o cineasta Stanley Kubrick comprou as máscaras que usou no filme De olhos bem fechados. Ao hotel em que viveu o poeta Ezra Pound, em Rapallo, na Riviera Italiana. À casa provençal do cantor americano Bobby Short, em Mougins. E a lugares impensáveis, como Toontown, a cidade dos desenhos animados, e o próprio Além... O material deste livro cobre um período de mais de três décadas, como a série sobre a Revolução Francesa, enviada de Paris por Ruy em 1989 para um jornal brasileiro, até textos escritos especialmente para Terramarear, como o relato de Heloisa sobre suas aventuras em Moscou. Turismo também é cultura, como se sabe. Mas mais divertido é quando a cultura se transforma em turismo. Heloisa e Ruy estão juntos desde o início da década de 1990, mas sempre morando separados, em seus apartamentos no Leblon - para onde voltam seja qual for o canto do planeta por onde tenham viajado.

sábado, 3 de setembro de 2011

Um grande concerto em uma única canção - Bem te vi