quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Emoção, bom humor e múcica - Hq Histórias do Clube da esquina









Depois de uma visita frustrada ao Arquivo Público da Bahia, resolvi esfriar minha cabeça em uma livraria aqui em Salvador. Ao sentar na seção de artes me deparei com um livro em quadrinho bastante interessante, pois sempre me chamam atenção as obras biográficas em forma de Hq. "Histórias do Clube da Esquina" é o nome desta maravilha. Li o trabalho em 32 minutos e ao final senti algo muito parecido com o que sinto quando ouço Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges ou 14 Bis. Explosão de emoções. Não dá para sentir outra coisa depois de ter apreciado a obra dos cartunistas Laudo Ferreira e do Omar Viñole. Obras como estas deveriam ser distribuidas gratuitamente de preferência em colégios públicos, assim as novas gerações receberiam grande influencia musical. Este singelo trabalho narra o encontro de artistas mineiros então desconhecidos, com idade entre 15 à 19 anos, que ajudaram a construir a música popular brasileira a partir do meado dos anos 60 até os dias de hoje. Este grupo de amigos compôs canções que influenciaram a sua geração e também a minha; algumas das músicas mais conhecidas do grupo são "Paisagem na Janela", "Travessia", "Trem Azul", e "Manoel, o Audaz". Um verdadeiro documentário escrito em forma de quadrinhos traz a turma toda, entre relatos pessoais, vivências do dia a dia e nas horas de boemia, nas poéticas terras das Minas Gerais. Milton Nascimento, os irmãos Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta e Fernando Brant, entre outros, dão as caras nas tirinhas. Os autores contam de forma bastante emocionada a história de garotos que queriam apenas influenciar o mundo através de suas músicas, cheia de referenciais brasileiros e, ao mesmo tempo, inebriadas pelas composições dos Beatles e por filmes como "Jules e Jim", do cineasta francês François Truffaut (1932-1984). O cartunista usa um traço de caricatura que condiz com a informalidade intimista com que se desenvolvem as relações entre os "membros" do Clube da Esquina. Nas páginas, ele tenta descrever essa grande amizade. Em um destes momentos, retrata um sublime dueto que Milton Nascimento fez com sapos e seu violão em uma paisagem de pedras nas cercanias da cidade histórica de Diamantina. “Histórias do clube da esquina”, é um belo registro histórico que comprova amadurecimento de forma e conteúdo dos quadrinhos brasileiros. Importante para os amantes da arte mineira (é o meu caso), e para qualquer pessoa que tenha interesse em saber um pouco mais sobre a Música Popular Brasileira.

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