segunda-feira, 29 de agosto de 2011

De moto pela América do Sul - O livro que inspirou o filme “Diário de Motocicleta”, de Walter Salles



Organizado por Ernesto Che Guevara, em formato conto, graças às suas anotações minudenciadas, é a narrativa da viagem feita por Che e o seu amigo Alberto Granado, da Argentina até a Venezuela, em 1952.
Peripécia e sentimento intercalados por meditações sobre diversos aspectos da América latina, a indigência dos índios, o sobressalto de conhecer o mar, o mundo compreendido pelos olhos de um jovem de 23 anos, disposto à surpresa e à compaixão, mas também querendo achar sua verdadeira vocação, aproveitar a vida, apaixonar-se verdadeiramente.
Tudo isso enquanto a motocicleta segue pelos caminhos poeirentos e arriscados, perdendo peças, provocando tombos e episódios pilhéricos. O livro traz um roteiro detalhado da viagem cartas, mapas e fotos tiradas pelo próprio Che, além de um resumo biográfico. A vida de Ernesto Che Guevara (1928-1967) e sua experiência político-revolucionária são do conhecimento de todos. Menos popular é sua mocidade – seus pensamentos e aventuras desta época, apresentados neste livro. Sem dúvida, um capítulo fundamental para a compreensão de sua biografia. O cúmplice de andanças de Che, Alberto Granado Jiménez, nasceu em Córdoba, Argentina, em 1922. Em 1948, depois de anos de militância estudantil e de uma temporada na prisão, formou-se em Medicina e passou a se dedicar à pesquisa científica. Depois do triunfo da revolução, reuniu-se a Ernesto em Cuba, onde ocupou posição no Ministério da Saúde. Alberto Granado viveu em Cuba de 1961, até março deste ano quando veio a falecer aos 88 anos de causas naturais. Foi bastante respeitado por seu trabalho e dedicação política.
“A pessoa que está agora reorganizando e polindo estas mesmas notas, eu, não sou mais, pelo menos não sou o mesmo que era antes. Esse vagar sem rumo pelos caminhos de nossa Maiúscula América me transformou mais do que eu me dei conta. (…) A menos que você conheça as paisagens que eu fotografei em meu diário, será obrigado a aceitar minha versão delas. Agora, eu o deixo em companhia de mim, do homem que eu era…” Ernesto Che Guevara
Na garupa de uma motocicleta velha, rumo à desconhecida América, este é o retrato exato do momento em que começa a se formar um mito. E, ao mesmo tempo em que descobrimos indícios do grande revolucionário que iria se revelar, lemos a narrativa de um moço como qualquer um de nós: pé na estrada, mochila carregada de sonhos.

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