quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ausência, saudade e novidades...

 
Estou passando por aqui para pedir um pouquinho de paciência à todos aqueles que curtem este humilde bloguinho.
 
Confesso que estou com muita saudade de vocês; só peço mais um pouquinho de tempo... 
 
Devido a alguns compromissos importantes, eu não tive tempo para postar nada, mas a partir de sábado teremos muitas novidades por aqui: filmes, livros, músicas, fotografias e muito mais.
 
O meu carnaval será de leituras e filmes que indicarei automaticamente para vocês. Aguardem...
 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O Jardim das Delicias é uma crítica ao regime franquista e a toda forma de repressão no mundo...


Ontem revi pela terceira vez ao filme “O Jardim das Delicias”, do genial diretor espanhol Carlos Saura. Neste trabalho, o personagem central é o Antonio Cano, um respeitável empresário que sofre um terrível acidente automobilístico deixando-o paralítico e sem memória. Sua família e seus amigos tentam, através de encenações, recriar momentos importantes de sua vida, desde a infância até a fase adulta; uma espécie de peça de teatro para um só espectador. Pouco a pouco sua memória começa a voltar ao normal. Diariamente Antonio é colocado no Belo jardim da casa, onde ele revive muitas memórias, reais e imaginárias. Este é um daqueles filmes que aborda de forma satirizada a fase sombria da repressão pessoal e política durante o regime de Franco na Espanha. Neste trabalho, Saura infunde seus já conhecidos elementos. Que discutem a ideologia franquista.  A película foi lançada aqui no Brasil em 1970 e sofreu na mão da censura por conta da crítica ao sistema repressivo espanhol.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Retratos da vida. A Menina e o Gato...


"Meu desejo maior é ter em casa uma mulher razoável, um gato a passear entre meus livros e, a todo tempo, amigos. Sem tais prazeres eu não viveria".
Guillaume Apollinaire (1880 - 1918).

Jovem expositora chega com seu gatinho no Clube Nacional Cat Show, no Cristal Palace. Londres, Dezembro de 1931. Fonte Images&Visions.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Jorge Amado o menino grapiúna é um olhar intimista sobre o homem que soube retratar com fidelidade todos nós...


Assisti no Canal Brasil ao maravilhoso documentário “Jorge Amado o menino grapiúna”. Trata-se de um trabalho maravilhoso sobre a vida e obra do grande escritor baiano, sua vida, sua infância, seu ingresso na vida política e intelectual e sobre a importância de sua obra na cultura brasileira. O documentário traz depoimentos maravilhosos de grandes personalidades como Rossana Ghessa, Armando Bógus, Oscar Niemayer, Carlos Scliar e Raquel de Queiroz, além da participação do próprio Jorge Amado; Confira alguns trechos.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Retratos do domingo - "E o corpo diz: eu sou uma festa!"

 
"A igreja diz: o corpo é uma culpa. A ciência diz: o corpo é uma máquina. A publicidade diz: o corpo é um negócio. E o corpo diz: eu sou uma festa".
Eduardo Galeano
Bom domingo pessoal!
 
Foto de Kurt Hutton. Parque de diversões. Southend; Inglaterra, 1938.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

"Pra Voce Guardei O Amor", é um diálogo de poemas onde o final é sempre o da vitória do amor...


"O amor que vive em mim vem visitar, sorri, colorir, solar"...

Choro de emoção enquanto escrevo estas palavras. Emoção pelo simples, e é justamente a simplicidade que faz o diferencial da vida.
Estava aqui ouvindo a canção “Pra Você Guardei O Amor” com Nando Reis e Maria Canas. Amar desta forma e ofertar esse amor a alguém ultrapassa todo o entendimento humano e só o divino para compreender.

Todos nós nascemos dotados do sentimento e da capacidade de amar. Na primeira estrofe, o músico diz exatamente isso: ele sempre sentiu esse amor dentro dele, mas nunca conseguiu dividir com ninguém, nunca conseguiu relacionar-se nessa magnitude com ninguém, tendo guardado esse sentimento.

Logo na estrofe seguinte, ele manifesta a vontade que sempre teve de viver esse sentimento de verdade. E percebe que o amor, que vivia dentro dele ( como em toda a humanidade ), tomava uma outra forma, fazendo com que ele ficasse ansioso ( visita esperada ), sorrisse, compusesse ( colorir, solar ) belas canções; amor que aquecia o peito, permitindo que fluísse.
A estrofe seguinte diz que só consegue viver este amor de verdade, quem se dispõe a entendê-lo, com todas as suas imperfeições, quem o aceita, seja como for; e quando ele diz: 'no giz do gesto', o que está querendo dizer? Bom, pra mim, o termo correto seria 'gesto do giz' e seu contrário 'giz do gesto. O gesto do giz não pode ser apagado. É uma ação. Mas o giz do gesto pode: é o que se escreve, para representar o que se quer. Como o amor, que é eterno enquanto dura, e pode mudar de figura.

Adiante ele assume que não sabe por que guardou tanto amor, além da falta de coragem de permitir-se viver isso. Reconheceu que amar é muito bom, e que perdeu tempo tentando se isentar de senti-lo.
Continuando, ele finalmente encontra-se amando, tendo encontrado a pessoa 'ideal' para compartilhar tal sentimento, sem que fossem necessárias explicações para isso. Ele declara que seu coração ( o gelo ), vai derreter, vai queimar no fogo ( o amor ).

Então, livre da fortaleza de 'ser durão', ele relembra o mesmo amor, tendo crescido observando seu refletir nos pais, podendo ele próprio agora vivê-lo, sem amarras, culpa ou medo.
A vida muda tanto, que ele sente como se estivesse nascido outra vez, como fala na última estrofe. É como se tivesse começado a viver naquele instante, mais valoroso, mais pleno.

A sequência 'lápis, edificio, tevere, ponte' tem uma simbologia. ( Esse cara é um gênio!)
O lápis, é de madeira, mas frágil. Edifícil demora a ser construído, mas é forte, e quando terminado, abrigam pessoas ( neste caso sentimentos ) diferentes, é grande, alto, etc. A ponte é algo que liga dois lados opostos. O músico sugere ligação entre as duas pessoas pelo sentimento nobre do amor.

Quando ele diz 'meus lábios beijam signos feito sinos', refere-se ao casamento, caminho que esse amor que sente acaba tomando.

E então, 'trilho a infância, terço o berço do seu lar' - refaz os caminhos que viu quando criança, de marido, pai, e assim, prepara-se para o ser.
Não é lindo?!


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Retratos da vida; A velha senhora e a jovem de minissaia...

 
A foto feita em 1969 por Henri Cartier-Bresson mostra uma anciã olhando de forma desprezível para uma bela jovem que usa minissaia, ambas estão sentadas no terraço do famoso restaurante Brasserie Lipp, no boêmio bairro de Saint-Germain des Pres, em Paris. Esta é uma das fotografias mais famosas de Cartier-Bresson.
 
Fonte: Images&Visions.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

"E Agora, Aonde Vamos?", é um filme que testemunha bem a poética da língua árabe, sobretudo em sua vertente feminina...


Assisti recentemente em DVD a uma preciosidade do mundo Árabe.  A emoção foi inevitável. Como o mundo poderia ser melhor se o ser humano amasse o outro hein? Refiro-me ao filme “E Agora, Aonde Vamos?”. A diretora desse esplêndido longa-metragem é a mesma do belíssimo “Caramelo” (já comentado aqui no blog). “E Agora, Aonde Vamos?”, como Caramelo, trata da vida de mulheres, mas, sobretudo de mães, e do sofrimento de ver seus rebentos lutando uns contra os outros, de uma hora para outra, por questões políticas e religiosas, em uma aldeia do interior do Líbano. “Um dia estavam jogando bola, brincando, saindo juntos. No outro, se matando.”
A fita tem início com uma majestosa cena de abertura: um grupo de mulheres, todas vestidas de preto, marcha por um caminho empoeirado, em direção a um cemitério, onde estão sepultados seus filhos. Enquanto caminham, executam um tipo de dança ritual, para expressar a intensa dor que sentem. É arrepiante!
A diretora Nadine (que também atua na película), em entrevista no “Extras” do DVD, diz que a cena tem como inspiração rituais de luto observados mundo afora, em que mulheres rasgam suas roupas, arrancam os próprios cabelos, se arranham e choram abundantemente para expressar seus sofrimentos. “Não é uma cena realista, mas uma imagem que criei e que, de certa forma, resume o espírito do filme.”
“E Agora, Aonde Vamos?” foi abraçado como libelo internacional contra a barbárie da guerra entre irmãos.
As personagens, entre elas a protagonista da trama, mais uma vez interpretada pela diretora, são mulheres de diferentes gerações, todas muito próximas umas das outras, embora pertençam a grupos religiosos distintos – e que se unem contra a guerra que mata seus filhos.
A fita narra, com cores cômicas e dramáticas, as situações vividas pelas mulheres que habitam num vilarejo isolado no Líbano. Com uma igreja e uma mesquita dividindo a mesma região, uma série de conflitos surge mundo a fora por conta das diferenças entre as crenças. Entretanto, as aldeãs, tanto as que são cristãs como as muçulmanas, querem evitar que a hostilidade atinja a sai idílica aldeia e para isso usam de artifícios nada comuns. Para evitar que os homens cheguem às vias de fato e matem uns aos outros sem qualquer motivo - apenas o ódio injustificado por suas diferenças culturais - as mulheres sabotam o rádio do vilarejo, cortam a luz do local de trabalho dos homens e chegam até mesmo a destruir a única TV da região. Elas chegam ao extremo de contratar dançarinas ucranianas para distrair o público masculino! “E Agora, Aonde Vamos?” mostra o lado bonito da amizade entre as mulheres e a tristeza que resulta do comportamento violento e intransigente dos homens, gerando morte e dor para todos os moradores.
Vivemos em um mundo onde pessoas idiotas, têm causado grandes conflitos e mortes no mundo por dirigir ofensas à religião alheia. Na contramão de tudo isso, este filme "E Agora Aonde Vamos?" é um bálsamo a todo este conflito, porque, as mulheres muçulmanas e cristãs conseguem em sua pequena aldeia aquilo que os grandes estadistas ou todas as tropas da ONU jamais conseguiram: a paz. Delícia de filme. Se você gosta de cinema - sem preconceito - não pode deixar de assistir.