quinta-feira, 30 de maio de 2013

Como os Nosos Pais...





“Viver é melhor que sonhar”
 
Nesses dias em que estou na contagem regressiva para a chegada de Maria Eduarda sempre me pega refletindo sobre a velha e boa discussão sobre a relação entre pais e filhos. Isso é justamente a alma dessa música composta pelo cearense Belchior (sei que muita gente até hoje acha que a canção é da Pimentinha). Quando somos jovens sempre achamos que nossos pais são caretas, desatualizados, fora de tudo àquilo que enxergamos como padrão, que a educação que recebemos poderia ter sido melhor, porém quando crescemos e temos filhos repetimos muito do que nossos pais faziam conosco. É isso que Belchior quer mostrar na letra dessa bela música. Os versos “ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais” deixam tudo bem claro. Nós até mudamos, mas ainda vivemos do mesmo modo como os nossos pais viviam.
Além de tudo isso, Belchior (é claro, é a visão do compositor), também quer mostrar que o mundo pouco mudou. Por mais que as tentativas de mudanças fossem aplicadas, o modo como vemos o mundo é o mesmo.
A opinião do professor Eliude A. Santos sobre a canção amplia ainda mais a visão sobre a importância desta letra. Segundo o professor, “Como os nossos pais é um hino à juventude que amadurece percebendo que o mundo é uma constante, porque é feito de homens que se acomodam e de outros que lutam por mudança”.
Como Nossos Pais torna-se ainda mais bela com a interpretação de uma das mais poderosas vozes que esse país já ouviu, ou seja, com Elis Regina interpretando a canção como uma verdadeira atriz que vive aquele momento, o entendimento da música se dá por completo.
A canção lançada em 1976 entra para o blog como uma bela letra, uma excelente interpretação e um tema bastante interessante de se pensar.
 


 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Muito Além da Loucura... A história de um crime até então sem precedentes no brasil. Fantástico!



A minha dica literária de hoje foi uma indicação feita a algumas semanas atrás por um comunicador de rádio daqui de Salvador. Comprei o livro, li e posso dizer que se trata de uma história até então sem antecedentes no Brasil. O livro, narrado como reportagem jornalística, conta a história real, ocorrida na capital baiana, onde um homem para ficar com a herança da família, matou o pai, a mãe, a avó e o irmão.

Tudo começou em junho de 1970. Marcílio Moura Maia tinha apenas 19 anos quando arquitetou e pôs em prática um plano nefasto para ficar com a herança do pai, um próspero comerciante português que chegou ao Brasil muito jovem e fez fortuna comercializando tecidos. A ideia original do assassino era matar o pai e o irmão esquizofrênico, sobre o qual deveria incidir a responsabilidade e cuja morte deveria parecer suicídio. Mas a mãe e a avó se interpuseram em seu caminho e também foram mortas. Louco ou alguém desprovido de qualquer valor humano e moral? É o que você descobrir em Muito além da loucura, uma história dramática e cheia de suspense, intrigas e sentimentos. É leitura de tirar o fôlego da primeira à última página.

 

domingo, 19 de maio de 2013

O Sorriso das Mulheres. O livro que eu gostaria de ter escrito...




A indicação literária de hoje é uma maravilha! Encontrei por acaso (como sempre acontece com os bons livros que leio) numa livraria aqui de salvador, no momento em que eu estava à procura de outra publicação. Refiro-me ao livro O Sorriso das Mulheres, do escritor francês Nicolas Barreau, que conta a história de Aurélie, uma jovem dona de um restaurante no coração de Paris que foi recentemente abandonada por seu namorado e André um editor de livros. Eles têm suas vidas unidas, por causa de um livro chamado O Sorriso das Mulheres. André foi seu editor e é um dos poucos que tem contato com o “autor” do livro, um inglês chamado Robert Miller, e esse mesmo livro entrou na vida de Aurélie num momento complicado e foi o grande responsável por, como a própria personagem fala, “salvar a sua vida”. Como forma de agradecimento, a jovem escreve uma carta para o autor a fim de agradecer pela grandiosa obra e acaba conhecendo André que promete fazer a carta chegar às mãos do tal autor inglês. Com isso eles se aproximam e acabam se envolvendo.

 Não vou falar mais para não entregar toda a história. A única coisa que poso dizer agora é que o livro me deixou feliz. Incrível como este trabalho me fez recordar de muitos lugares que visitei quando estive na capital francesa. Durante a leitura, fiquei com a impressão de que o Barreau escreveu para mim; como se estivesse imbuído em reavivar permanentemente a minha memória para que eu jamais me esqueça daquela cidade... Como se esquecer de Paris fosse possível. Confesso que me emocionei profundamente. Recomendo!

 

sábado, 11 de maio de 2013

Um Certo Verão na Sicília - Uma maravilha!!! Relato perfumado, repleto de vida e amor nas montanhas da Sicília...



Esta semana terminei de ler o livro Um Certo verão na Sicília, da escritora ítalo-estadunidense Marlena de Blasi. Encantei-me de verdade com este romance fascinante, que me prendeu do começo ao fim; arrebatador, com uma paisagem de sonhos. Para aqueles, que assim como eu, são apaixonados por culinária, dá ainda para aprender receitas maravilhosas.
Neste livro (onde a história é real), a autora narra uma experiência maravilhosa que viveu no sul da Itália quando, na difícil missão de fazer uma reportagem acadêmica sobre a vida no interior da ilha (para quem não sabe, a Sicília é uma grande ilha do sul da Itália), Marlena de Blasi e seu esposo chegaram às portas da misteriosa Villa Donnafugata. Dezenas de mulheres vestidas de negro, com tranças em torno da cabeça, trabalhavam, cantavam, rezavam e brincavam numa ensolarada paisagem de torres, sacadas, hortas, campos e colinas. Blasi descreve neste livro, uma história cheia de vida e amor nas montanhas da Sicília, como é próprio do seu povo. Sua obra magnífica tem dor, miséria, amor, riqueza e cenário deslumbrante. É com muita emoção que esta escritora conta como a menina Tosca foi trocada por seu pai por um cavalo do príncipe Leo quando ela tinha nove anos de idade. Da raiva ela passou ao carinho e depois para o amor do príncipe, porém, a Segunda Guerra Mundial, estraga tudo. Passado o conflito a miséria vem a cavalo. Mas, depois, eles transformam um vilarejo de mulheres rejeitadas com educação, bem-estar e um novo conceito de propriedade. Em seguida, entra em cena a Máfia para fazer o que faz de melhor – terror e horror. Em meio a um amor atropelado, Tosca Brozzi levanta a Villa Donnafugata e faz dela um ícone de respeito e trabalho nas montanhas. Além de amor, luta e muita simplicidade, a obra de Marlena De Blasi dá de presente para o leitor aromas, sabores e tradições da Sicília. A ambientação, então, é deslumbrante. Recomendo.
 

domingo, 5 de maio de 2013

Filme "O Ouro de Nápoles" - Obra prima de um gênio imortal...



Acabo de assistir ao maravilhoso filme italiano "O Ouro de Nápoles", típica produção pós-neorrealista, do genial e inesquecível Vittorio De Sica, Que nesta película presta uma fanatástica homenagem à cidade de Nápoles e aos seus moradores através de seis episódios, que mesclam comédia, drama e romance em doses pontuais. Na verdade, o título do filme busca adjetivar o povo da cidade e seu entusiasmo pela vida. O longa-metragem produzido em 1953, é um grande clássico dos tempos de ouro do cinema italiano e uma fonte essencial para os interessados na cultura e nos costumes da Itália. Recomendo!

Filme "Tão Forte Tão Perto". Um filme sobre saudade, sobre a dor do luto, seu processo de cura e os modos que podemos encontrar para superar...


Gente, que filme primoroso. De verdade. Criativo, tocante, diferente e bem bolado. Assisti ontem e ainda estou um pouco sem palavras. Quando ouvi falar nesse longa-metragem, a primeira coisa que eu disse foi: Ah, vou me emocionar... E de fato, me emocionei. Em diversas partes da película, mesmo não sendo a intenção do diretor, alguma coisa me chamava atenção e aí meu coração ia encolhendo, encolhendo até que explodiu em vários de pedaços bem pequenininhos. O filme narra a história de um garotinho de nove anos chamado Oskar Shell, muito inteligente, que encontra uma chave misteriosa deixada por seu pai (interpretado pelo grande Tom Hanks), que morreu no atentado as torres gêmeas em 11 de Setembro de 2001. Com a chavinha e o nome de quem precisa achar nas mãos, Oskar arma um plano para encontrar o que aquela chave abre. É o tipo de filme que requer de nós uma boa dose de sensibilidade, pois só assim seremos capazes de compreender a imponência desta obra e o sofrimento dos personagens. O filme não é fácil, por se tratar de uma história onde o sofrimento e a dor são quase uma constante, como uma grande chaga aberta incapaz de ser fechada de uma hora para outra, enfim; Tão Forte e Tão Perto é uma película bela, poética e sensível, para o qual infelizmente muitos torcerão seus narizes, eu, contudo o vejo como uma obra prima que vale muito a pena ser vista.