segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Do Fundo do Baú

Vasculhando a net me deparei com uma gravação especial. O inícil da vida artística de um dos maiores cantores que o mundo já ouviu, Elvis Presley. Muita gente não sabe, mas Elvis aprendeu a cantar ainda adolescente na igreja metodista em que foi criado. Mesmo depois de todo o sucesso, ele sempre encerrava os seus shows com uma música cristã. essa eu achei perdida no you tube, e se chama "Paz no Vale". Ouça esta bela melodia. Até.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Meu Sonho de Consumo...

Já passam da meia-noite e acabo de levar uma bronca da "patroa" por está acordado. Mas é necessário quebrar os dias de ausência para dizer que estou muito feliz por ter realizado um pequeno sonho que era ter uma propriedade na ilha. Lindo lugar, e espero que continue pouco habitado por muito tempo. Agora que já realizei esse sonho, vou mostrá-los o meu segundo sonho. Até.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cem Dias Entre o Céu e o Mar


CEM DIAS ENTRE O CÉU E O MAR - AMYR KLINK É uma narrativa escrita em estilo poético, onde relata sua viagem de cem dias no mar contados um a um, todo seu cotidiano, desde o café da manhã até deitar-se. Conta suas alegrias, suas tristezas e as dificuldades que lá enfrentou. Viagem realizada no Atlântico Sul, onde saiu do continente africano com destino ao Brasil.O Atlântico Sul jamais havia sido cruzado com sucesso, a remo. Sabia que deveria confiar nas informações adquiridas nos seus estudos e, que qualquer informação errada seria fatal. Amyr Klink, apaixonado pelas águas, é um brasileiro, nascido em São Paulo, e formado em economia, resolve deixar a família e os amigos para viver só entre e céu e o mar. Sua aventura foi realizada no final do outono, tendo o inverno pela frente, época de maior dificuldade. A partida o fez pensar na família, nos amigos, em Paraty e no Brasil, onde a resposta de suas reflexões parecia distante, parecia passagem só de ida, caminho sem volta. O fez entender as coisas ocultas, o fez entender as coisas do mar, o fez conversar com as ondas, a não discutir com o tempo, a transformar o medo em confiança. Entendeu que é preciso ter paciência e dominar a força das águas e dos ventos pela razão. Se não dá para vencer a corrente pelos braços dá para vencê-la com a cabeça. Na coragem e na confiança venceu ondas de 16 metros de altura e ventos de 174 km por hora, também superou tempestades ininterruptas de até 7 dias.Se por vezes o susto e o medo tomava conta, por outras, o mesmo Atlântico o surpreendia com seu silêncio, onde podia sentir a força das braçadas remadas, também podia ouvir o ruído das gaivotas pescando e saltando, suas brincadeiras me distraiam por horas de trabalho. Viveu momento de intensa beleza no seu barquinho subindo e descendo as ondas sem teimar com o mar, sem desafiar aquelas montanhas de águas. Passou horas refletindo sobre a vida e estudando. Foi medindo distancia, traçando objetivos e fazendo planos que uma carta náutica, traçada em um verdadeiro zigue zague de ponto após ponto, contornando o oceano em direção ao Brasil. Após tanto tempo no mar e sem contato com o mundo dos humanos, o que lhe dá forças é a firme certeza na vitória de dia após dia, e o faz esquecer as dificuldades e o cansaço, do cotidiano flutuante. Ao perceber que a temperatura das águas estava subindo, um número grande de peixes voadores, eram sinais de vitória e sonho realizado, era motivo de orgulho e alegria do seu barquinho por ter ele cumprido sua missão e provado ser forte. Voltei a Paraty, feliz da vida, meses depois, sem saber explicar o significado de tudo isso., mas com a certeza de que estava no caminho certo. Chegou feliz por ter partido.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Uma Pequena Pausa...

Sei que voltei a estar em dívida com todos vocês que nunca deixaram de me prestigiar. Venho tentando não faltar os nossos encontros aqui no blog, mas por causa do trabalho sufocante que está me tomando o precioso tempo, me desajustei um pouco, mas prometo sanar esse empecilho o mais rápido que puder. Volto logo. Até.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Era Uma Vez... na América


Nesta semana mudamos um pouco nossa orientação, sugerindo um livro, o que não fazía-mos a algum tempo. Mas não é um livro qualquer. Requer fôlego e acima de tudo sangue frio para destrinchá-lo. É uma obra com cerca de 300 páginas e que exige um pouco mais de atenção, porém uma leitura fácil para àqueles que gostam de História.Essa é uma das grandes obras clássicas da literatura latino americana. Leitura imperdível para aqueles que gostam, querem ou precisam entender a História da América Latina. Publicado pela primeira vez em 1970, foi editado em praticamente todos os países do continente, vários países da Europa e nos EUA.Apesar de longo, encontramos na obra de Galeano uma linguagem simples, não-acadêmica, que atrai o leitor. O autor procura compreender o processo de formação da região, discutindo os vários interesses existentes, desde as contradições internas, até a postura do imperialismo britânico e norte americano. dedicando inclusive alguns capítulos ao Brasil; dessa forma temos uma visão integrada do desenvolvimento latino americano; aliás, mesmo sem uma preocupação pedagógica clara, o livro acerta exatamente por permitir que compreendamos a história de forma integrada.".... ao contrário dos "neutros" Galeano toma partido.Debaixo de cada número, há uma vida e dentro de cada quadro estatístico da para enxergar que corre sangue...".

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Guerra dos Botões








Muitas foram as vezes que fiz vários elogios ao cinema francês. Já falei de tudo, creio que até já garanti à alguns diretores uma vaga no céu, ao lado de São Pedro (só não sei se eles vão querer). Mas há uma coisa que eu ainda não falei. É sobre a versatilidade dos diretores capazes de produzir filmes sobre temas os mais variados; há gostos para todos. Um dos que eu mais gosto, é o estilo inconfundível de Yves Robert, idealizador de obras fantásticas como A Glória de Meu Pai, e O Castelo da Minha Mãe, filmes que nos fazem viajar para o mundo da nossa infância de maneira poética. E hoje trago mais um de seus brilhantes trabalhos que foi o filme, A Guerra dos Botões, um dos clássicos do cinema na França. É o retorno às aulas. Como todos os anos, os estudantes de Longeverne, liderados por Lebrac, declaram guerra aos de Velrans. Numa dessas batalhas, Lebrac tem uma ideia brilhante: arrancar todos os botões e confiscar os cintos dos presos, para que sejam castigados pelos próprios pais... Um antídoto maravilhoso para nos aliviar das preocupações, com que o dia-a-dia nos depara. Convertido num clássico do cinema francês dos anos 60, A Guerra dos Botões é um filme inolvidável, onde infância rima com inocência. Estreado em França em Abril de 1962, o filme foi aplaudido por todo o país, batendo todos os recordes de bilheteria. Uma verdadeira maravilha! Um filme de Yves Robert inspirado no romance homônimo de Louis Pergaud, "Uma sátira formidável à guerra dos adultos."

sábado, 12 de fevereiro de 2011

VIDA


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Israel em Abril


O consagrado escritor Érico Veríssimo conseguiu em toda sua carreira literária uma coisa muito rara em um escritor de qualidade, que é a versatilidade em tudo aquilo que escreve, e temos a prova disso em um livro como este que trago para vocês. No último dos quatro livros de viagem que escreveu, publicado em 1969 - os outros foram Gato preto em campo de neve, de 1941, sobre os Estados Unidos, A volta do gato preto, de 1946, também sobre os Estados Unidos, e México, de 1957 -, Erico mantém o procedimento literário dos anteriores e escreve um saboroso diário de bordo enriquecido com entrevistas e informações históricas. O roteiro da viagem, na companhia da esposa Mafalda, inclui visitas a diversas cidades e vilarejos, kibbutzim, personalidades, amigos, universidades e museus. Refletindo constantemente sobre o que vê, Verissimo antecipa uma das questões centrais do semitismo pós-Israel: será que agora o judaísmo deixará de ser uma cultura para virar uma civilização - destinada, como toda civilização, a um período do inverno, da velhice e da morte? Será que uma eventual decadência da civilização do novo Estado sionista [...] vai matar a cultura judaica? Erico aposta que não, convencido de que a diáspora judaica nunca deixará de existir. ''

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O cinema político de Mário Monicelli - "Os Companheiros"





Monicelli sempre foi conhecido pelos filmes de humor negro que dirigiu. Fizeram grande sucesso. Porém, o trabalho deste grande diretor não se restringe aí. O cinema político também foi um ponto forte na carreira de Mário, fazendo dele um dos grandes nomes do cinema nessa área. Uma amostra disso foi o brilhante longa-metragem “Os Companheiros”, prova incontestável de sua genialidade e seu poder de crítica da sociedade. O filme conta a história de operários de uma indústria italiana no final no final do século XIX que pelejam por menos horas de trabalho (um deles afirma que ao sair, antes do nascer do sol, o filho ainda está dormindo e quando volta, de noite, ele já está dormindo). Os patrões reagem. Há acidentes e um dia aparece no lugar um professor chamado Sinigaglia (Mastroianni), logo disposto a ajudá-los. Começa uma greve. E os sacrifícios custam a sensibilizar os donos da fábrica que resolvem apelar para a violência como forma de conter o movimento.
O filme foi candidato ao Oscar de roteiro, ganhou os prêmios principais do Festival de Mar del Plata e do Sindicato dos Jornalistas Italianos. Mario Monicelli destacou-se na comédia, de inicio em dupla com Steno, depois seguindo a linha de Dino Risi na critica de costumes. Dele, entre outros títulos, “O Incrível Exército Brancaleone”, “A Grande Guerra”, “Meus Caros Amigos 2” e “Parente, Serpente”. O filme ganhou aplausos internacionais e no Brasil conseguiu ser exibido na época do regime militar embora a censura modulasse o lançamento (passou em salas “de arte” e cineclubes). Com humor e tipos muito bem estruturados Monicelli emocionou uma geração e contribuiu para movimentos operários nas últimas décadas do século passado.

Religião, História e Cinema - Palavra e Utopia





Esse é um filme para se ver e rever. É de um encantamento profundo , os diálogos e todo o contexto histórico desse brilhante filme do centenário diretor português Manoel de Oliveira. Em 1663, o Padre António Vieira é chamado a Coimbra para comparecer diante do Tribunal do Santo Ofício, a terrível Inquisição. As intrigas da corte e uma desgraça passageira enfraqueceu a sua posição de célebre pregador jesuíta e amigo íntimo do falecido rei D. João IV. Perante os juízes, o Padre António Vieira revê o seu passado: a juventude no Brasil e os anos de noviciado na Bahia, a sua ligação à causa dos índios e os seus primeiros sucessos no púlpito.Impedido de falar pela Inquisição, o pregador refugia-se em Roma, onde a sua reputação e êxito são tão grandes que o Papa concorda em não o retirar da sua jurisdição. A rainha Cristina da Suécia, que vive em Roma desde a abdicação do trono, prende-o na corte e insiste em torná-lo seu confessor.Mas às saudades do seu país são mais fortes e Vieira regressa a Portugal. Só que a frieza do acolhimento do novo rei, D. Pedro, faz-no partir de novo para o Brasil onde passa os últimos anos da sua vida.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Recordar e Amar

Verificando os meus arquivos , me deparo com uma das mais delicadas cenas do cinema. Amor, poesia e delicadeza juntas na cena do filme Elsa & Fred, na Fontana de Trevi, quando eles resolvem reviver um outro grande filme que foi A doce Vida. Linda demais essa cena. Confira. Até.

AS DUAS VIDAS DE MATTIA PASCAL




Imagine-se levando uma vida absolutamente aborrecida. Com uma mulher chata e uma sogra insuportável. Com um emprego inútil. Numa minúscula e inexpressiva cidade. Então morre sua mãe, pobre velhinha, seu último vínculo afetivo sobre a face da terra. Você pensaria em suicídio?
Talvez não tenha coragem de se atirar nas águas barulhentas que banham sua cidade. Talvez prefira uma morte rápida sobre os trilhos ferroviários. Mas, a caminho deste sacrifício final, você contempla um trem parado na estação local e constata que ele não se parece de modo algum a um carrasco. Suas janelas iluminadas, cada uma exibindo personagens em movimento, como se um trem não passasse de uma fila de telas de cinema, são o suficiente para que seu desejo de morte se transforme num desejo de viagem (e viajar não seria morrer momentaneamente aqui para ressuscitar logo depois em algum outro lugar?). Chegando ao seu destino desconhecido, você procura sensações desconhecidas. Meio por acaso, acaba entrando num cassino e, em poucos dias, já é o feliz possuidor de uma valise repleta de dinheiro. Você foi, viu e venceu. O novo e o desconhecido, que da sua cidadezinha natal pareciam monstros ameaçadores, não mais o assustam. Agora, você se sente um novo homem. Com a sua inseparável maleta de dinheiro, deve voltar a casa como um vitorioso.
Mas imagine-se agora chegando de volta. Há um enterro na cidade. Todos os seus amigos e parentes seguem o cortejo. Você não consegue adivinhar quem é o defunto, já que todos que lhe vêm à cabeça seguem o caixão. Mas, curioso e prevenido, observa tudo de longe. Imagine então (e não deixe de imaginar) que, ao chegar ao cemitério, você descobre que o cadáver chorado é o seu! Sim, todos pensam que você morreu! Você, que há poucos dias pensava em suicídio e agora tem uma valise preciosa nas mãos. Você olha para seus amigos e parentes (sua mulher está em prantos, quem diria?) e olha para a valise. E então você descobre que está livre de tudo aquilo que era motivo de aborrecimento. Que, com sua presumida morte e com todo o dinheiro que agora possui você tem tudo para começar uma nova vida, num novo lugar, com um novo nome. Agora, me diga, não é ótimo imaginar tudo isso?
Pois esta história imaginosa foi escrita por Luigi Pirandello em 1904, sob o título de O Falecido Mattia Pascal e pode ser assistida, no cinema ou no vídeo, numa versão atualizada dirigida pelo italiano Mario Monicelli chamada As Duas Vidas de Mattia Pascal (Le Due Vite di Mattia Pascal), de 1984. A identificação do público com o protagonista, interpretado pelo sempre competente Marcelo Mastroianni, não é difícil, graças a possibilidade de começar uma segunda vida, desejo que quase todos tivemos, temos ou teremos algum dia.
A história, porém, não termina por aí. Novas aventuras e desventuras (e estas últimas serão maioria) acompanharão Mattia Pascal, que passará a chamar-se Adriano Meis, mas que depois de algum tempo voltará ao seu velho nome. Se o personagem do livro de Pirandello possui espírito suficiente para elaborar, entre outras, a teoria de que o mundo seria mais feliz sem Copérnico (o que pode até nem ser verdade, mas que demonstra claramente a erudição e o raciocínio apurado do Mattia Pascal literário), já o protagonista do filme não passa de um medíocre vivente, possuidor de um intelecto nada avantajado. Isto explicaria seu insucesso na nova vida, fugindo um pouco da concepção original de Pirandello. De qualquer maneira, o tema central, do paradoxo entre a essência e a aparência do homem, continua presente em As Duas Vidas de Mattia Pascal.
Mario Monicelli, autor de filmes marcantes como Os Companheiros e O Incrível Exército Brancaleone, com sua narrativa simples e sóbria, chega por vezes a decepcionar. As brincadeiras com a linguagem cinematográfica que aparecem no início de As Duas Vidas de Mattia Pascal (por exemplo: Mattia lembra-se que um personagem já havia morrido e ele instantaneamente desaparece do flashback) são apenas um aperitivo para um banquete que não é servido. Felizmente o consagrado argumento é forte o suficiente para manter o interesse do espectador.
A história de Mattia Pascal é recheada de sutilezas, algumas pouco exploradas na versão cinematográfica, como a significativa presença do jogo em sua vida alternativa (que também não passa de um jogo), outras muito bem marcadas, como a escolha de um novo nome. Adriano Meis é um produto híbrido originado da soma do nome do imperador Adriano, um vitorioso, com o sobrenome de um comerciante de caixões, aludindo não só à origem da nova identidade, mas também ao fracasso a que estava destinada.
Muitos espectadores, ao final do filme, já desiludidos com o destino do protagonista com o qual se haviam identificado, poderão lançar dúvidas sobre a verossimilhança de tal história. Para responder a isto, ninguém melhor que o próprio Luigi Pirandello, Prêmio Nobel de Literatura em 1934: "a vida, graças a todos os deslavados absurdos, pequenos e grandes, de que se acha tranqüilamente repleta, tem o inestimável privilégio de poder eximir-se daquela estúpida verossimilhança, à qual a arte considera seu dever obedecer".
Mas agora imagine se...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Fantástica Volta ao Mundo


Eis um livro para ser lido devagar; saboreando cada palavra com muito prazer. A Fantástica Volta ao Mundo. Quatro meses longe de casa. Mais de 100 mil quilômetros percorridos em 54 trajetos de avião. Dezessete exuberantes países visitados ao redor do planeta. De maio a setembro de 2004, o Brasil acompanhou pela TV Globo os desdobramentos da singular aventura turística comandada pelo repórter Zeca Camargo. Detalhe: a cada semana, cabia ao público escolher o próximo destino da viagem, por meio de votação ao vivo durante a exibição do Fantástico.
Em A Fantástica Volta ao Mundo – registros e bastidores de viagem por Zeca Camargo , o jornalista e apresentador revela aquilo que o telespectador não viu na televisão. Da concepção do projeto aos obstáculos práticos para a produção, o autor conta a história (e as histórias) de sua experiência de jornalismo itinerante: as grandes surpresas, os personagens mais marcantes, as impressões de um brasileiro ao conhecer lugares e culturas tão diferentes.
Zeca Camargo detalha a exaustiva rotina de trabalho e descreve as maiores e inesperadas dificuldades que surgiram pelo caminho. Em tom pessoal, são narradas as passagens mais emocionantes da viagem, bem como as sensações de quem vive a oportunidade única de dar uma volta ao mundo. Para quem viu, fascinado, a série de reportagens no Fantástico, o livro contém tudo o que as câmeras nem sempre puderam captar. Para quem perdeu as matérias da tevê, é a chance de conferir o registro de uma deliciosa maratona pelos cinco continentes, sob a ótica do autor, que escreve com bom humor sobre, por exemplo, os trajetos intermináveis (24 horas de avião do Uzbequistão à Ucrânia), as “roubadas” antológicas (levar 130 quilos de bagagem pela escada, num hotel sem elevador da Austrália), as noites de ansiedade (na vã esperança de enviar reportagens ao Brasil por um provedor de internet queniano) e as experiências de risco (comer ovo de pato fecundado, nas Filipinas), entre outras aventuras.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Charneca em Flor


Um Livro Fascinante - A Descoberta da França


Famosa por seus intelectuais, artistas, filósofos e escritores, sua moda, sua gastronomia e seu vinho, a França exerce um fascínio duradouro no resto do mundo. Mas neste original e revelador relato de sua jornada histórico-geográfica pelo país, o inglês Graham Robb descortina uma França que ainda precisa ser descoberta, muito além da efervescência cultural de Paris e dos dias ensolarados do sul. Ao viajar 22.500 quilômetros de bicicleta pelo país que adotou como seu, à procura de traços de sua área rural, o premiado biógrafo de Victor Hugo, Balzac e Rimbaud encontrou uma civilização estrangeira completamente diferente dos clichês que conhecemos que só desapareceu há pouco mais de um século. Seja escrevendo sobre os Cagots, descendentes dos invasores sarracenos e que foram perseguidos até o século XX, ou dos prodigiosos pastores de Landes, que podem caminhar cerca de 120 quilômetros por dia, Robb é um guia competente e envolvente, que leva o leitor a um lugar que precipitadamente pensamos conhecer. O autor explora todas as regiões do país — cheio de paisagens pitorescas e até estranhos habitantes — e primeiro nos apresenta a uma França que, de certa forma, mudou muito pouco desde a ocupação dos romanos. Até o século XIX, o país era menos uma nação do que um conjunto de tribos que habitavam um vasto território e falava um grande número de línguas. Embora isso tenha começado a mudar a partir de 1789, havia pouca uniformidade: em algumas regiões — em certos aspectos do cotidiano — as mudanças foram rápidas e definitivas; em outras, quase imperceptíveis. Enquanto Gustave Eiffel mudava o horizonte de Paris, boa parte da França continuava terra incognita. Até mesmo na era dos trens e jornais, ainda havia redes de comunicação pré-histórica e crenças pré-cristinianas. Em uma narrativa deliciosa, Robb descreve em detalhes esse mundo desconhecido e a vida de seus habitantes, de fins do séc. XVII ao início do séc. XX — sempre que possível, a partir de seus próprios pontos de vista. E reconta a épica jornada de cientistas, soldados, administradores, intrépidos turistas, trabalhadores itinerantes. Aprendemos como a França foi descoberta, mapeada, colonizada, e como a influência imperial de Paris gradualmente se estendeu por um reino de cidades e vilas isoladas. Uma das principais teses de A DESCOBERTA DA FRANÇA é que, mesmo no século XXI, há ainda vários locais que precisam ser descobertos. E não apenas a pitoresca França rural, mas os subúrbios superlotados de Paris: Aubervilliers, Saint-Ouen e Saint-Denin, onde os não brancos são rotineiramente humilhados pela polícia, problema que foi a causa de revolta popular em 2005.Com base em fontes sólidas, acadêmicas e extensa pesquisa, e na sua própria viagem, Robb une história à realidade atual para retraçar a diversidade do país neste relato encantador, e mostrar que a França é mais que Paris e uma pequena elite.
“Um astuto compêndio sociológico das ideias que a França tem de si mesma.” FranceTelegraph
“Um livro cuidadoso e tolerante.” The Nation
“Robb escrutina com habilidade a sombria e incompreendida história da França.” Booklist
“Elegante, divertido e brilhante.” Guardian