segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O cinema político de Mário Monicelli - "Os Companheiros"





Monicelli sempre foi conhecido pelos filmes de humor negro que dirigiu. Fizeram grande sucesso. Porém, o trabalho deste grande diretor não se restringe aí. O cinema político também foi um ponto forte na carreira de Mário, fazendo dele um dos grandes nomes do cinema nessa área. Uma amostra disso foi o brilhante longa-metragem “Os Companheiros”, prova incontestável de sua genialidade e seu poder de crítica da sociedade. O filme conta a história de operários de uma indústria italiana no final no final do século XIX que pelejam por menos horas de trabalho (um deles afirma que ao sair, antes do nascer do sol, o filho ainda está dormindo e quando volta, de noite, ele já está dormindo). Os patrões reagem. Há acidentes e um dia aparece no lugar um professor chamado Sinigaglia (Mastroianni), logo disposto a ajudá-los. Começa uma greve. E os sacrifícios custam a sensibilizar os donos da fábrica que resolvem apelar para a violência como forma de conter o movimento.
O filme foi candidato ao Oscar de roteiro, ganhou os prêmios principais do Festival de Mar del Plata e do Sindicato dos Jornalistas Italianos. Mario Monicelli destacou-se na comédia, de inicio em dupla com Steno, depois seguindo a linha de Dino Risi na critica de costumes. Dele, entre outros títulos, “O Incrível Exército Brancaleone”, “A Grande Guerra”, “Meus Caros Amigos 2” e “Parente, Serpente”. O filme ganhou aplausos internacionais e no Brasil conseguiu ser exibido na época do regime militar embora a censura modulasse o lançamento (passou em salas “de arte” e cineclubes). Com humor e tipos muito bem estruturados Monicelli emocionou uma geração e contribuiu para movimentos operários nas últimas décadas do século passado.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial