quinta-feira, 30 de junho de 2011

“Não é qualquer madame que dirá que não terá cavalo”, diz Ubiratan Castro sobre 2 de Julho



Diretor da Fundação Pedro Calmon negou proibição judicial dos animais no desfile.

Fonte: Lis Grassi - Rádio Metrópole
30/06/2011. 15h51


A afirmação foi feita pelo professor, historiador e diretor da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro de Araújo nesta quinta-feira (30), durante entrevista concedida à Rádio Metrópole. Questionado sobre a presença dos cavalos no desfile dos festejos do Dois de Julho, que acontecerá neste sábado, o professor disse que não houve proibição judicial para a presença dos animais, e que isso foi divulgado por senhoras de sociedade filantrópicas. “Isso é um absurdo. Não houve algum decisão judicial proibindo cavalos no 2 de Julho. O que houve foi um promotor recomendando que não tivesse e algumas senhoras de sociedades filantrópicas dizendo que tinham pena dos animais, que as pessoas maltratam os cavalos. Isso não é verdade!”, afirmou.Ainda segundo Castro, os "Encourados de Pedrão" representam a luta dos sertanejos baianos na Guerra da Independência e, portanto, não podem ter a presença no proibida no desfile.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Assim eu vejo a vida



A vida tem duas faces:

Positiva e negativa

O passado foi duro

mas deixou o seu legado

Saber viver é a grande sabedoria

Que eu possa dignificar

Minha condição de mulher,

Aceitar suas limitações

E me fazer pedra de segurança

dos valores que vão desmoronando.

Nasci em tempos rudes

Aceitei contradições

lutas e pedras

como lições de vida

e delas me sirvo

Aprendi a viver.



Cora Coralina

terça-feira, 28 de junho de 2011

A pérola maior de Zurlini: Verão Violento









Aproveito esse período de férias do trabalho e da faculdade para colocar em dia a minha leitura e assistir aos filmes que eu há muito tempo gostaria. Ontem à noite, depois de ler mais um capítulo do meu atual livro de cabeceira (que depois eu contarei qual é), tive a maior satisfação de assistir ao maravilhoso filme do italiano Valério Zurlini; Verão Violento. Devo destacar as atuações impecáveis de Eleonora Rossi e Jean-Louis Trintignant (o mesmo de Um Homem e Uma Mulher). A história é passada na Itália, no verão de 1943. Em plena Segunda Guerra, jovens ricos e desocupados passam os dias na praia, sem se preocuparem com a turbulência política do país, que assiste aos últimos momentos do regime fascista de Benito Mussolini. Nesse cenário, um desses jovens, Carlo, se apaixona por Roberta, uma mulher mais velha que perdeu o marido na guerra. Começa um tórrido romance entre eles enquanto a Itália muda para sempre. Dos vários trabalhos de Zurlini, esta pérola foi a mais aplaudida nos cinemas pelo mundo. Vale apena conferir esta película carregada de emoção e humanismo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Monika e o Desejo









Ontem à noite tive a satisfação de assistir a mais uma grande obra do inesquecível gênio do cinema psicológico, Ingmar Bergman. A película escolhida foi Monika e o Desejo (com k mesmo). Por um momento pensei que estava passeando pelas ilhas belíssimas da capital sueca. O filme narra a história de amor do jovem Henrik, que se apaixona perdidamente por Monika, a moça da quintada. Após Henrik ser despedido do emprego, o casal decide se isolar de todos, fazendo uma romântica viagem de barco pelas ilhas de Estocolmo durante as férias de verão. Monika engravida e a viagem termina. Será que o amor dos jovens resistirá às dificuldades do cotidiano? Com linda fotografia de Gunnar Fischer e filmado com muita sensualidade por Bergman, Monika e o Desejo é repleto de imagens difíceis de serem esquecidas.

domingo, 26 de junho de 2011

A Foto do Domingo



sexta-feira, 24 de junho de 2011

Mondo Cane



Depois de três dias de ausência, penso que já é hora de voltar à ativa, até porque depois de tanta canjica, bolo de aimpim, mingaus, milho assado na brasa, e outras iguarias juninas, é necessário pegar no batente e recomeçar as atividades para perder as muitas calorias. Hoje resolvi comentar sobre um filme inquietante e por vezes assustador. Mas não se trata de nenhum suspense ou noir. Refiro-me a um documentário italiano produzido em 1962, porém seu conteudo infelizmente continua atual. "Mondo Cane". Com estas palavras, os diretores iniciaram o sucesso internacional de crítica e público deste belo trabalho cinematográfico, bem como revolucionaram o gênero documentário . Filmado em vários cantos do mundo, este épico referencial explora a cultura da vida e da morte, a agonia dos homens e das feras, os tabus do sexo, e das religiões, a transformação da civilização doentia em barbárie. Algumas vezes belo, frequentemente horripilante e ainda extraordinário, se mantém com um dos mais perturbadores e controversos filmes de todos os tempos. Este documentário - foi o começo de tudo. Este é Mondo Cane. Temos nesta película, a magnífica trilha sonora de Nino Oliviero e Riz Ortolani, que inclui a música tema More, indicada ao Oscar. Vale apena conferir.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Salvador ganha novo espaço cultural, o CineCena Unijorge



Fonte: Portal da Metrópole 21/06/2011



A partir do segundo semestre, a cena cultural baiana ganha mais um espaço de apresentações artísticas, idealizado pelo professor Ricardo Carvalho e pela produtora Multi Planejamento Cultural, o Cine Cena Unijorge . “Em maio completamos dois anos do fechamento do antigo Cine Place Itaigara. A cidade e, principalmente, essa região estavam carentes de um espaço para apresentações culturais. O Cine Cena Unijorge terá, entre outras, essa função, de oferecer uma opção para os artistas e para o público”, comenta Fernanda Bezerra, diretora da Multi Planejamento Cultural. No dia 22 de julho, acontecerá o evento oficial de abertura do espaço, com a participação de 200 convidados, envolvendo imprensa, autoridades do meio cultural, parceiros e educadores. O espetáculo de estreia será o elogiado “Caso Sério”, de Cláudio Simões, indicado em 4 categorias no prêmio Braskem de Teatro, em 2010, incluindo “Melhor espetáculo”.No Cine Cena Unijorge, as produções nacionais tem exclusividade. Toda a grade de filmes será feita por produções nacionais, ampliando a visibilidade dos filmes brasileiros e abrindo espaço para lançamentos de filmes, com a realização de coletivas, workshops e bate papo com diretores e atores. Tudo isso, com ingressos populares e preço fixo de R$ 4,00. Funcionando no 3° piso do Shopping Itaigara, o espaço oferece 200 lugares, cadeiras especiais para pessoas com problemas de coluna e a exclusiva Love sit, poltronas duplas para os namorados.

O homenageado da semana. Grande Chico!

Ingmar Bergman - O cinema humanista







A obra de Ingmar Bergman compõe um dos mais abastados e essenciais capítulos da história do cinema. Como poucos, o diretor se apropriou da linguagem para realizar um conjunto expressivo que transcende a própria experiência cinematográfica. Abordando temas essenciais à existência humana – como desejo, morte e religiosidade –, o cineasta rompeu as fronteiras do cinema sueco e atingiu a universalidade. A relação de Bergman com o cinema precede seu trabalho como profissional. Antes de iniciar na tela, já havia descoberto o cinema como forma de expressão e até de sobrevivência. Aos nove anos, no natal de 1927, não resistiu à tentação de ver o irmão presenteado com um projetor e sugeriu uma barganha definitiva para o futuro de sua vida: trocou um exército de chumbo pelo cinematógrafo. Filho de pastor luterano, sofreu uma criação rígida, fundamentada em conceitos relacionados ao pecado, confissão, castigo, perdão e indulgência. Em sua autobiografia, Lanterna mágica, Bergman faz relatos chocantes. Sempre que contava uma mentira recebia castigos constrangedores, como desfilar vestido de menina ou ser trancafiado num armário. É nesse período que vivencia sentimentos como vergonha ou humilhação, tão explorados em seus filmes. A iniciação profissional do diretor se deu através de um dos patriarcas do cinema sueco, Victor Sjostrom, homenageado no trabalho Morangos Silvestres, em que Sjostrom interpreta o ator principal que perde a noção da memória face à ameaça da morte. Do mestre, diretor do clássico O Vento, com Lilian Gish, Bergman herdou a compreensão da natureza como elemento de sustentação dramática. É o que ocorre, por exemplo, em Monika e o Desejo, onde o verão inunda a trama de sensualidade.Foi esse filme, por sinal, que despertou o interesse de Woody Allen pelo diretor sueco. Ainda que Bergman seja quase sempre lembrado por suas obsessões mais frequentes, como o passar do tempo, a morte e a impossibilidade de comunicação, presentes em filmes como Luz de inverno, O Silêncio, Persona, O Sétimo Selo e muitos outros, o conhecimento mais aprofundado de sua obra revela um autor de talentos múltiplos. O Olho do diabo, Sorrisos de uma noite de Amor e Para Não Falar de Todas Essas Mulheres são filmes de um bom-humor admirável, sobretudo quando se sabe que são filmes do mesmo autor de Vergonha, Face a face e Da Vida das Marionetes.
Com ampla experiência teatral, Bergman trabalhou em seus filmes com um grupo de atores que praticamente não se alterou. Harriet Andersson, Erland Josephson, Max Von Sydow, Ingrid Thulin, Liv Ullman e o insuperável Gunnar Bjornstrand são apenas alguns dos astros imortalizados pelo seu cinema. Sem eles, não existiria essa obra feita a base de faces, gritos, silêncios e sussurros. Apesar da fama mundial, Bergman não desfrutava da mesma glória na terra natal, a Suécia. Acusado de burlar o fisco, em meados da década de 70, caiu em desgraça. Desde então, viveu recolhido na ilha de Faro, de onde só saía para encenar suas peças teatrais ou realizar especiais para a tevê. Fanny e Alexander, Oscar de 1985, foi seu último trabalho para o cinema. O mundo perdeu este grande gênio em Julho de 2007 aos 86 anos, porém a sua obra o torna imortal.

domingo, 19 de junho de 2011

A poesia no filme "Exílios"









Exílios é uma arrebatadora viagem de autodescoberta, um regresso às raízes e uma imersão na alma. Esse longa-metragem maravilhoso tem como destaque o desempenho sensual da atriz principal Lubna Azabal e é movido por uma trilha musical excitante que nos conduz a panoramas emocionais não cobertas pela história que ocupa o primeiro plano.
Como acontece nos mais perfeito filmes sobre duplas que põem o pé na estrada, Zano (Romain Duris) e Naima (Lubna Azabal) encontram dificuldades, peripécias, amor e poesia durante a viagem.
Eles partem da França em direção ao país de seus pais, a Argélia. É uma viagem sóbria e complexa, uma tentativa de encontrar seu passado e aprender mais sobre eles mesmos por meio de sua herança cultural. A jornada serve para os protagonistas reencontrarem suas lembranças: ele, a família que resta em Argel, após o exílio forçado do avô músico; ela, a origem árabe, marcante no nome, que o pai negava ao não conversar com a filha na língua natal.
Deixando de lado as finalidades sérias, também é uma aventura despreocupada, uma viagem adolescente repleta de brincadeiras. Os dois amam, brigam se comportam mal e sobrevivem, enquanto percorrem a França e a paisagem convidativa da Espanha.
O filme é alimentado de entretenimento com uma gama convidativa de momentos leves e outros de emoção imprevistas. Há surpresas, e algumas delas vêm quando os personagens penetram regiões de seu ser que o seguro mundo francês em que viviam não havia aberto para eles.
A película explode num final cataclísmico quando Naima e Zano participam de um ritual norte-africano, um rito sufista durante o qual dançam até entrar em transe. Rodando sem parar, eles encontram uma fonte de espiritualidade e transcendência que ao mesmo tempo os purifica e ilumina.
Não apenas foram revigorados por sua pátria de origem, como sua herança cultural abriu-lhes uma passagem que conduz a seu eu interior. Naima, em especial, cuja formosura carismática esconde um demônio interno mais sombrio, encontra elementos de regeneração nessa viagem gloriosa para dentro do terreno mais complexo de seu próprio ser.
Os créditos técnicos são fantásticos, especialmente a trilha musical hipnótica e revigorante de Gatlif e Monique Dartonne.

A Foto do Domingo

O amor na voz de Geraldo Azevedo. Dia Branco

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Perhaps Love

Uma das grandes canções internacionais que me emocionam é Perhaps Love; pela forma como o amor e tratado na música, pela maneira com que a música explica como o amor pode ser, quebrando muitos tabus.


Hora de pagar a promessa

Na última quinta-feira, postei um comentário sobre a religiosidade e a cultura nordestina enraizadas na musicalidade de Alceu Valença. Usamos como referência a música Anunciação, porém ficou faltando o principal que é justamente a música. Só hoje consegui baixar no blog por conta de questões técnicas, porém como diz o ditado; antes terde do que nunca. Até.


Adua e Suas Companheiras



Eis um filme que acabei de assistir e não podia deixar de indicá-lo para vocês; tinha que ser agora, pois se deixasse para amanhã, talvez não escrevesse tão empolgadamente. Essa película é um clássico do cinema italiano dirigido pelo talentoso Antonio Pietrangeli (O Magnífico Traído) e estrelado pelos astros Marcello Mastroianni (A Doce Vida), Simone Signoret (As Diabólicas) e Emmanuelle Riva (Hiroshima, mon Amour). Creio que poucos foram os trabalhos cinematográficos italianos onde o diretor conseguiu ter nas mãos atores tão extraordinários como estes. A história se passa em Roma, 1958. Uma nova lei municipal determina o fechamento dos bordéis da cidade e as prostitutas Adua, Lolita, Milly e Marilina acabam ficando "desempregadas", temendo por seu futuro. Como irão sobreviver; precisam tomar um novo rumo na vida. Juntas, elas decidem abrir uma trattoria na periferia. Será que elas conseguirão deixar o passado para trás? Com roteiro co-escrito por Ettore Scola e sob a influência do Neo-Realismo, Pietrangeli realizou uma grande obra-prima repleta de ternura e humanismo. É por trabalhos como estes que o cinema italiano é imortal. Soberbo!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Instituto Tom Jobim lança acervo de Chico Buarque on-line



Fonte: Folha Online
16/06/2011

Enquanto aguardam o novo disco de Chico Buarque --cuja pré-venda começa na segunda-feira--, seus fãs ganham amplo acesso ao passado do cantor e compositor com o lançamento de seu acervo digital no site do Instituto Antonio Carlos Jobim (www.jobim.org). A obra digitalizada do artista será lançada oficialmente na rede nesta sexta-feira, e seus números dão uma dimensão do volume acessível: são 1.044 imagens, 7.916 letras e partituras e 26.152 textos, entre cadernos, documentos pessoais, reportagens de imprensa, roteiros para cinema e teatro, correspondências.O filé, no entanto, são as gravações de áudio e vídeo, que somam cerca de 600 arquivos e incluem toda a discografia de Chico, com cada uma de suas canções --algo que nem mesmo o site oficial do artista disponibiliza. Paulo Jobim, presidente do instituto que leva o nome de seu pai, diz que o cantor foi consultado sobre a digitalização de seu acervo, que custou R$ 200 mil e foi bancada pela Vale com uso da Lei Rouanet. O acervo de Chico é o terceiro que o instituto coloca na internet, depois dos de Tom Jobim e Dorival Caymmi. O mesmo projeto está em andamento com a obra de Gilberto Gil e começará em breve com a de Milton Nascimento. Além do lançamento do acervo on-line, acontece amanhã a abertura de uma exposição com parte do material no Espaço Tom Jobim (r. Jardim Botânico, 1.008, Rio). A mostra, gratuita, fica em cartaz por três meses, de terça a domingo, das 10h às 18h.

Fellini - o gênio imortal







Fellini nasceu em 1920, em Rimini, pequena cidade praieira da Itália. Iniciou como jornalista em Florença, na revista de humor "Marc Aurelio", provando ser extraordinário desenhista e caricaturista. Logo depois, passou a escrever pequenos roteiros e piadas para comediantes. Seus mestres no cinema foram Rossellini, para quem trabalhou em vários projetos (inclusive "Roma, cidade aberta" e "Paisà"), adquirindo conhecimento da mecânica da produção audiovisual, e Alberto Lattuada, com quem co-dirigiu seu primeiro filme. A influência neo-realista é visível na primeira fase de suas obras, com muitos personagens populares, de fácil identificação e grande carga emocional. Pouco a pouco, a imaginação de Fellini foi superando seu compromisso com a realidade. Em "Oito e meio" já estão presentes o sonho, a fantasia e o grotesco, que formariam a matéria-prima de sua carreira. Fellini escrevia roteiros, mas sempre a contragosto. Dizia que era uma pena transformar em palavras o que, na verdade, deveria ser transportado diretamente da sua imaginação para o filme. Gostava de inventar, de trabalhar com atores amadores e de não planejar muito metodicamente sua rotina de trabalho. Sabia cercar-se de outros grandes talentos, que enriqueciam as películas e davam um suporte seguro para suas "loucuras": Giulietta Masina (atriz), Marcello Mastroianni (ator), Nino Rotta (músico), Tonino Guerra (roteirista). Embora, em alguns filmes (principalmente em sua obra-prima "Amarcord" e no feroz "Ensaio de Orquestra") abordassem temas políticos, Fellini não se sentia à vontade com cobranças ideológicas: "Minha natureza não é política; e o discurso político me confunde na maioria das vezes. Não o compreendo. Mas confesso isso como uma fraqueza, como uma de minhas carências." Poucos diretores de cinema conseguiram marcar tão claramente seu estilo, a ponto de virar adjetivo. Dizer que tal filme ou tal personagem é "felliniano" significa identificá-lo com a estética ao mesmo tempo barroca e popular de seus trabalhos das décadas de 60 e 70, em que o exagero e a predileção pelo inusitado conduzem, na verdade, a uma reflexão séria - e muitas vezes cruel - sobre o cotidiano de seres humanos frágeis e anônimos. Em seus melhores filmes, como "Os boas vidas", "Julieta dos espíritos", "A doce vida", "Amarcord" e "La nave va", Fellini demonstra que o cinema pode ser absolutamente autoral sem perder sua universalidade.

Leite, leitura



Leite, leitura

letras, literatura,

tudo o que passa,

tudo o que dura

tudo o que duramente passa

tudo o que passageiramente dura

tudo,tudo,tudo

não passa de caricatura

de você, minha amargura

de ver que viver não tem cura.



Paulo Leminski

Anunciação - A religiosidade nordestina na voz de Alceu Valença



Cantor e compositor brasileiro de sucesso, Alceu Valença completará 65 anos em julho deste ano. A vida deste grande astro é marcada pela música. Quando acompanhava os cantores que se apresentavam na feira de sua cidade natal no interior de Pernambuco por meio dos alto-falantes espalhados pela cidade, Alceu escutava e captava o cerne musical nordestino, difundidos por Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês. Alceu é considerado um dos artistas que atingiu maior equilíbrio estético entre os sons nordestinos e o universo dos sons elétricos consagrados pela música pop. Sem deixar de lado a influência dos maracatus, cocos e repentes de viola, o cantor conseguiu introduzir os sons da guitarra com o baixo elétrico e, posteriormente, com o sintetizador eletrônico nas suas canções, criando um estilo único. Alceu também não esqueceu de citar em aludir em sua obra, toda a religiosidade e fé do povo do Nordeste do Brasil, e a música Anunciação é uma prova disto. É de arrepiar, toda vez que escuto essa canção, principalmente em dias de domingo bastante ensolarados, logo pela manhã ao despertar. Simplesmente apoteótico. Confira no link. http://youtu.be/PrdBUorYboU







quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Dia do Coringa




"Quem quer entender o destino tem que sobreviver a ele". Uma bela frase pinçada de um excelente livro, chamado O Dia do Coringa, do escritor norueguês Jostein Gaarder, aclamado por seus livros, como O Mundo de Sofia. Pude ler alguns deles e o que mais me chamou atenção é que todos tem como objetivo a desenfreada busca pelo conhecimento. Sempre com histórias surreais, o autor nos coloca paulatinamente na filosofia, mostrando que o filósofo não detém todo o conhecimento; ao contrário, ele está sempre na busca do conhecimento. O livro nos apresenta Hans-Thomas, um norueguês de 12 anos que cruza a Europa (da Noruega à Grécia), com seu pai, em um FIAT vermelho, à procura de sua mãe (que fugiu de casa para “se encontrar”).
Nesta viagem, cada parada é uma viagem (quem conhece o autor sabe muito bem do que estou falando), até que em duas paradas, aparentemente comuns, Hans-Thomas ganha, de um anão misterioso, uma lupa (feita de um caco de vidro retirado da barriga de um cervo) e quatro pães doce de um padeiro. Pronto. Somando o que acabei de explicar com a sinopse apresentada na contracapa do livro, eu vos digo, o livro não vende. Venderia por ter sido escrito por um grande autor. Uma das coisas que me chamaram muito a atenção são as muitas viagens fantásticas que se entrelaçam numa viagem única e ainda mais fantástica e que só poderá ser feita por vocês. Lembram dos pães que nosso personagem ganhou do padeiro? Dentro de um deles tem um mini-minúsculo-mínimo livro, do tamanho de uma caixa de fósforos. Como ele conseguiria ler tal coisa diminuta? Opa, ele não havia ganhado uma lupa, feita de caco de vidro retirado do estomago de um cervo, de um anão misterioso? A partir desse momento, a obra ganha outros ares, outro rumo. Fantástico! Na capa do livrinho, estava escrito “A bebida púrpura e a ilha mágica”. A partir da leitura desse livrinho, a obra desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam o livro em algo que você precisa devorar. A ilha mágica do título do livrinho é toda povoada por cartas de baralho, tudo fruto da imaginação de certa pessoa, e tomada pela “sede” da bebida púrpura. Cada mês leva o nome de uma carta do baralho, resultando em um ano de 13 meses com 28 dias cada. Fazendo as contas o ano na ilha teria 364 dias. Esse dia restante é o dia do Curinga. Mas porque o curinga só tem um dia no ano? Uma leitura altamente recomendada não só para os fãs do autor, mas para todos que gostam de uma viagem literária. Ao ler este livro vocês comprovarão que “Quem lê, viaja” e com certeza dirão, ao final do livro, “EU SOU UM CURINGA”. Além de brincarem com alguns amigos “se o mundo fosse um deck de baralho, qual carta você seria?” já ri muito com os que disseram que seria o rei. Por isso é que eu convido vocês a viajarem, apreciarem bastante a bebida púrpura e se apaixonarem pelo curinga

terça-feira, 14 de junho de 2011

A voz da França

Com esta eu vou dormir, juro. Sei que Edith Piaf é a maior representante da música francesa, porém não devemos esquecer da magnífica voz de Yves Montand. Nesta canção, ele interpreta a música Sous le Ciel de Paris, como ninguém (Piaf não conta, é claro).


A Fonte da Donzela











Na Suécia do século XIV, Töre e sua mulher Märeta formam um casal que tem uma propriedade rural. Cristãos fervorosos, incumbem sua filha única, Karin, uma bela adolescente virgem, de quinze anos, de levar velas à igreja do vilarejo próximo e acendê-las em louvor à Virgem Maria.
Com licença da mãe, ela veste seu mais valioso vestido e parte, a cavalo, através de uma floresta, para realizar a missão a ela confiada. Acompanhando-a, segue ao seu lado, Ingeri, uma criada tida como filha adotiva do casal Töre, que se acha grávida.
No caminho, ao passarem por um culto de magia, Ingeri diz à Karin que vai voltar, por achar que anoitecerá antes que elas consigam chegar à igreja. Decidida a atender ao pedido dos pais, Karin segue em frente sozinha. Enquanto isso, movida por um enorme ciúme que sente da jovem, Ingeri participa de um ritual do culto a Odin, com a intenção de que algo de mal ocorra à Karin. Em seguida, passa a acompanhá-la, mantendo uma certa distância da jovem.
Ao encontrar dois pastores de cabras e um garoto, Karin os convida para dividir uma refeição que sua mãe havia preparado para ela. Em seguida, é agredida sexualmente pelos dois homens, os quais, após estuprá-la, a matam com um porrete. Ingeri, impotente, assiste a tudo.
Quando a noite cai, ironicamente os criminosos vão pedir comida e abrigo aos pais de Karin. São recebidos cordialmente e, depois de acomodá-los, Töre lhes promete trabalho. Märeta mostra-se nervosa, pois a filha ainda não retornou da igreja, mas o marido tenta tranqüilizá-la dizendo-lhe que em outras ocasiões Karin dormiu no lugarejo.
O temor da mãe se concretiza quando um dos pastores, sem imaginar onde se encontram, tenta vender, à Märeta, um vestido que alega ter sido de uma irmã dele. Ela reconhece o vestido de sua filha e, controlando-se, promete-lhe pensar no assunto. Ao falar com Töre, os dois têm certeza do triste destino da filha, pois a peça acha-se suja de sangue.
Ao encontrar-se com Ingeri, Töre toma conhecimento dos detalhes do brutal ataque sofrido pela filha, que a levou à morte. A jovem pede-lhe perdão por se sentir culpada pelo ocorrido à Karin. Movido por um forte sentimento de vingança, Töre mata os criminosos.
Na manhã seguinte, guiados por Ingeri, todos seguem até o local onde se encontra o corpo de Karin. Enquanto Märeta abraça-se ao corpo da filha, Töre, em sua crise de desespero, interroga Deus sobre os motivos que o levaram a permitir tamanha tragédia. A seguir, entretanto, ele implora seu perdão por seus pecados e promete construir, com suas próprias mãos, uma igreja no local, em penitência por sua vingança sanguinária.
Ao retirarem o corpo de Karin, surge milagrosamente uma fonte de água exatamente no local onde o mesmo se encontrava.

Uma lenda medieval sueca inspirou a fábula "A Filha de Töre em Vangé". "A Fonte da Donzela", por sua vez, foi baseada nessa fábula. Realizado pelo grande mestre do cinema sueco, Ingmar Bergman, sua trama gira em torno de uma jovem adolescente e virgem que, ao ser estuprada e morta, faz surgir milagrosamente uma fonte de água no local do crime.Soberbamente fotografado em preto-e-branco por Sven Nykvist, parceiro de Bergman em inúmeros filmes, esta magnífica produção carrega consigo uma mensagem de fé e esperança do homem, mesmo depois de passar por uma enorme tragédia.Como em diversos outros filmes de Bergman, temas como a violência, a vingança e a necessidade de redenção acham-se presentes. Aliás, raramente tive a oportunidade de, no cinema, ver tais temas serem tratados com a delicadeza impressa por este consagrado cineasta em "A Fonte da Donzela". A religiosidade e a presença de Deus, dois outros temas recorrentes na obra de Bergman, acham-se igualmente presentes.

O Desprezo; segurem o fôlego

Essa cena do filme "O Desprezo", é de perder o fôlego. Brigitte Bardot, mostrando tudo que eu e a torcida do Flamengo sempre sonhamos em ver. Quer ver também? Fique a vontade.


Arte de Amar



Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor.

Só em Deus ela pode encontrar satisfação.

Não noutra alma.

Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

As Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.


Manoel Bandeira

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Saudades de Mazzaropi



Hoje faz 30 anos que o Brasil perdeu o gênio do humor, o nosso Carlitos, o inequecível Mazzaropi. Acreditando na simplicidade do público que, para ele, ia ao cinema apenas para se divertir, pois preferia a anedota à reflexão, Amácio Mazzaropi nunca deixou de ser celebrado por seu carisma e talento, embora fosse criticado pela imprensa, que considerava seus filmes superficiais. Encarnando o Jeca Tatu, personagem criado por Monteiro Lobato, o caipira de fala arrastada, calças curtas, paletó apertado, camisa xadrez, botinas e muita malícia, que andava levando os cotovelos à altura dos ombros, conquistou a maior bilheteria do cinema nacional nos anos de 1960 e 1970. Rico e famoso, soube fazer do cinema uma indústria: comprou uma fazenda em Taubaté, montou o próprio estúdio e escreveu os argumentos, produziu, co-dirigiu e atuou em seus filmes, feitos à média de um por ano. Ao todo, fez 32 longas-metragens. Mazzaropi nasceu e foi criado na Barra Funda, em São Paulo. Fugiu de casa aos 18 anos para acompanhar um espetáculo ambulante do faquir Ferris, no bairro do Bexiga. Viajando pelo país, começou a fazer as cortinas cômicas nos intervalos, interpretando já o papel de caipira, inspirado em Genésio e Sebastião Arruda, atores do cinema mudo. Com o sucesso das apresentações, criou, em 1940, a sua Companhia de Teatro de Emergência, que atuava num barracão de zinco desmontável – o Pavilhão Mazzaropi. Pouco depois, veio a Trupe Mazzaropi, com repertório fixo de grande aceitação. Em 1948, foi contratado pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde trabalhou no programa Rancho Alegre, dirigido por Cassiano Gabus Mendes. Com o programa, em 1950, estreou a televisão no Brasil. Convidado pela Vera Cruz, fez seu primeiro filme: Sai da Frente (1951). A partir de 1958, resolveu administrar o próprio sucesso e montou a Produções Amácio Mazzaropi – Pam Filmes. O primeiro filme feito no estúdio-fazenda foi Chofer de Praça (1958). Mas foi em Jeca Tatu (1959) que fez coincidir o caipirismo essencial a seu tipo cômico com o personagem estereótipo imaginado por Monteiro Lobato.



O GRANDE HOMENAGEADO DE HOJE



Pensar em Deus é desobedecer a Deus



Pensar em Deus é desobedecer a Deus,

Porque Deus quis que não o conhecêssemos,

Por isso se nos não mostrou…


Alberto Caeiro

Fernando Pessoa vive para sempre




Se estivesse vivo em matéria, estaria completando 123 anos. Mas todos nós sabemos que um poeta nunca moRre, pois as suas obras o tornam imortal. Nesta data relembramos o nascimento de um dos maiores poetas de língua portuguesa do mundo, o inesquecível Fernando pessoa, que vive para sempre no coração de quem ama a poesia.

domingo, 12 de junho de 2011

Viver Por Viver



Nem sempre vemos o nome deste diretor em destaque, mas nada nem ninguém tirará o talento e a competencia de Claude Lelouche, esse francês fazedor de grandes filmes. Aqui comento sobre o filme Viver Por Viver.Yves Montand é Robert Colomb, um famoso âncora de tv casado com a bela e inteligente Catherine, mas um marido infiel desde o princípio. Em mais uma de suas aventuras e trocas de amantes, ele conhece e se encanta com a jovem Candice. Ele viaja com ela para um trabalho no Kenya, e depois passa a mantê-la em Amsterdam. Ele revela seu caso a Catherine, mas apenas se cala. Quando é convocado para lutar no Vietnã, Robert termina com Candice - que aceita as condições por estar cansada do relacionamento. Retornando da guerra, ele decide voltar para Catherine, mas não fazia idéia de que ela também já tinha decidido retomar sua vida por conta própria...

A Foto do Domingo



sábado, 11 de junho de 2011

Dialética



É claro que a vida é boa

E a alegria, a única indizível emoção

É claro que te acho linda

Em ti bendigo o amor das coisas simples

É claro que te amo

E tenho tudo para ser feliz

Mas acontece que eu sou triste...

Vinícius de Moraes

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mar aberto em poesia



Não me entendo

Sem uma reflexão sobre o mundo

Sem um mergulho profundo

Em meu próprio mar

Que contempla outros

Mais ou menos fundos

Vidas cruzadas

Emoções aladas ou petrificadas

Não me vejo
Sem algum desatino

Sem suspiros

Sem a alegria despretensiosa de um menino

Sem a companhia de sonhos e livros

A poesia é um pedaço do meu chão

Estrelado ou não

É o que me faz viajar , hibernar

Ser eu mesma

Fugidia ou não

Mar aberto em paixão

Sou vida que abraça o horizonte

A cada nova linha

Avisto mais um monte

Vida nutrida na fonte

Poesia, poesia

Te quero inteira

Jamais distante


Úrsula Vairo Maia

Livro Cinema Político Italiano anos 60 e 70

Esse livro não pode faltar na estante de nenhum cinéfilo. São obras como esta que engrandecem cada vez mais o mundo cinematográfico, principalmente no que se refere ao cinema político. Entrevistas inéditas realizadas na Itália em 2006, com os grandes do cinema político italiano, que conheceu seu período áureo entre os anos 1960 e 1970, compõem o corpo principal do volume lançado durante a 30ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em coedição do evento com a Cosac Naify. Trinta anos após a eclosão do gênero, as autoras Angela Prudenzi e Elisa Resegotti foram buscar os depoimentos surpreendentes - sobretudo pelas lições de ética e de estética que encerram - dos realizadores que, com o seu empenho social e político, denunciaram as mazelas da sociedade de seu país e procuraram ecoar pelo mundo os sonhos embutidos nos grandes movimentos políticos internacionais daquelas décadas. Com sábio olhar de distanciamento, esses criadores analisam os filmes daqueles anos e os confrontam com a atual sociedade globalizada. Entre os quinze entrevistados estão Marco Bellocchio, Vittorio de Seta, Vittorio Taviani, Bernardo Bertolucci, Damiano Damiani, Ettore Scola, Mario Monicelli, Dino Risi, Giuliano Montaldo e Francesco Rosi. Há, ainda, uma conversa com a brasileira Florinda Bolkan - protagonista do principal filme do gênero: Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita (de 1969, ganhador de Oscar e da Palma de Ouro de Cannes), de Elio Petri - e uma fortuna crítica com dezessete textos sobre o tema, publicados em jornais brasileitos entre 1969 e 1998, de autoria de críticos como Orlando L. Fassoni e Ely Azeredo, entre outros. O volume é fartamente ilustrado com fotogramas de mais de sessenta filmes.

João Gilberto

Não poderia deixar de prestar a minha homenagem a esse grande ícone da música brasileira, que para variar é baiano. João Gilberto. Para quem gosta de Bossa Nova, João Gilberto é gênio; para quem faz música, João Gilberto é mestre. Costumo dizer que se Deus criou o mundo, João Gilberto criou a Bossa Nova. Parabéns mestre!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Idioma francês com rítmo brasileiro - Henri Salvador

Sampa: construção, destruição, pobreza, riqueza, antigo, moderno,complexidade simplicidade...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

"Only You", de um jeito especial: Gregorian Chant

A simplicidade e a poesia no filme "Irmão Sol, Irmã Lua"

























Anoitece em Salvador e depois de um dia exaustivo, resolvi fazer uma das coisas que me dão mais prazer, que é assistir a um bom filme, e o escolhido desta tarde foi o poético e inspirador "Irmão Sol Irmã Lua", de Franco Zefirelli. Uma película que está completando 39 anos e continua encantando todos aqueles que amam a sétima arte e que são amantes da fraternidade. Esta é a quinta vez que assisto este filme e tenho certeza que outras portunidades virão. A história de São Francisco de Assis aqui é contada com o lirismo de Zeffirelli (Romeu e Julieta). O filme enfoca os primeiros anos da vida de Francisco, um mimado filho de aristocratas que parte para guerra animado e volta completamente transtornado. Ele então renuncia às riquezas da família e procura na comunhão com a natureza, traçar seu próprio destino, livre do apego às propriedades materiais. Irmão Sol, Irmã Lua mostra essa surpreendente, gratificante e significativa experiência, que transformou Francisco em santo e fundou uma doutrina, para conquistar a união espiritual com o mundo.