segunda-feira, 13 de junho de 2011

Saudades de Mazzaropi



Hoje faz 30 anos que o Brasil perdeu o gênio do humor, o nosso Carlitos, o inequecível Mazzaropi. Acreditando na simplicidade do público que, para ele, ia ao cinema apenas para se divertir, pois preferia a anedota à reflexão, Amácio Mazzaropi nunca deixou de ser celebrado por seu carisma e talento, embora fosse criticado pela imprensa, que considerava seus filmes superficiais. Encarnando o Jeca Tatu, personagem criado por Monteiro Lobato, o caipira de fala arrastada, calças curtas, paletó apertado, camisa xadrez, botinas e muita malícia, que andava levando os cotovelos à altura dos ombros, conquistou a maior bilheteria do cinema nacional nos anos de 1960 e 1970. Rico e famoso, soube fazer do cinema uma indústria: comprou uma fazenda em Taubaté, montou o próprio estúdio e escreveu os argumentos, produziu, co-dirigiu e atuou em seus filmes, feitos à média de um por ano. Ao todo, fez 32 longas-metragens. Mazzaropi nasceu e foi criado na Barra Funda, em São Paulo. Fugiu de casa aos 18 anos para acompanhar um espetáculo ambulante do faquir Ferris, no bairro do Bexiga. Viajando pelo país, começou a fazer as cortinas cômicas nos intervalos, interpretando já o papel de caipira, inspirado em Genésio e Sebastião Arruda, atores do cinema mudo. Com o sucesso das apresentações, criou, em 1940, a sua Companhia de Teatro de Emergência, que atuava num barracão de zinco desmontável – o Pavilhão Mazzaropi. Pouco depois, veio a Trupe Mazzaropi, com repertório fixo de grande aceitação. Em 1948, foi contratado pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde trabalhou no programa Rancho Alegre, dirigido por Cassiano Gabus Mendes. Com o programa, em 1950, estreou a televisão no Brasil. Convidado pela Vera Cruz, fez seu primeiro filme: Sai da Frente (1951). A partir de 1958, resolveu administrar o próprio sucesso e montou a Produções Amácio Mazzaropi – Pam Filmes. O primeiro filme feito no estúdio-fazenda foi Chofer de Praça (1958). Mas foi em Jeca Tatu (1959) que fez coincidir o caipirismo essencial a seu tipo cômico com o personagem estereótipo imaginado por Monteiro Lobato.



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