domingo, 19 de junho de 2011

A poesia no filme "Exílios"









Exílios é uma arrebatadora viagem de autodescoberta, um regresso às raízes e uma imersão na alma. Esse longa-metragem maravilhoso tem como destaque o desempenho sensual da atriz principal Lubna Azabal e é movido por uma trilha musical excitante que nos conduz a panoramas emocionais não cobertas pela história que ocupa o primeiro plano.
Como acontece nos mais perfeito filmes sobre duplas que põem o pé na estrada, Zano (Romain Duris) e Naima (Lubna Azabal) encontram dificuldades, peripécias, amor e poesia durante a viagem.
Eles partem da França em direção ao país de seus pais, a Argélia. É uma viagem sóbria e complexa, uma tentativa de encontrar seu passado e aprender mais sobre eles mesmos por meio de sua herança cultural. A jornada serve para os protagonistas reencontrarem suas lembranças: ele, a família que resta em Argel, após o exílio forçado do avô músico; ela, a origem árabe, marcante no nome, que o pai negava ao não conversar com a filha na língua natal.
Deixando de lado as finalidades sérias, também é uma aventura despreocupada, uma viagem adolescente repleta de brincadeiras. Os dois amam, brigam se comportam mal e sobrevivem, enquanto percorrem a França e a paisagem convidativa da Espanha.
O filme é alimentado de entretenimento com uma gama convidativa de momentos leves e outros de emoção imprevistas. Há surpresas, e algumas delas vêm quando os personagens penetram regiões de seu ser que o seguro mundo francês em que viviam não havia aberto para eles.
A película explode num final cataclísmico quando Naima e Zano participam de um ritual norte-africano, um rito sufista durante o qual dançam até entrar em transe. Rodando sem parar, eles encontram uma fonte de espiritualidade e transcendência que ao mesmo tempo os purifica e ilumina.
Não apenas foram revigorados por sua pátria de origem, como sua herança cultural abriu-lhes uma passagem que conduz a seu eu interior. Naima, em especial, cuja formosura carismática esconde um demônio interno mais sombrio, encontra elementos de regeneração nessa viagem gloriosa para dentro do terreno mais complexo de seu próprio ser.
Os créditos técnicos são fantásticos, especialmente a trilha musical hipnótica e revigorante de Gatlif e Monique Dartonne.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial