Assisti
na UFBA ao filme Baseado no conto homônimo de Stefan Zweig, A
Coleção Invisível. A
chance de poder ver o desempenho do grande ator Walmor Chagas — que faleceu no
início deste ano — já valeria muito a pena. Mas o filme vai além. Com
delicadeza o espectador vai seguindo a evolução do personagem central, Beto,
vivido por Vladimir Brichta.
Beto, depois de passar por um grande trauma,
em que perde vários amigos em um acidente automobilístico estúpido, resolve
ajudar a mãe, que passou a administrar o antiquário que era do marido. Beto
fica sabendo que um colecionador comprou por intermédio de seu pai, em 1973, um
lote de gravuras raras e valiosas do pintor Cícero Dias e resolve investigar o
paradeiro das peças. Parte para o sul da Bahia, mais precisamente para
Itajuípe, região da fazenda do colecionador, vivido por Walmor Chagas. Entre as
peripécias para poder chegar à coleção, Beto faz um mergulho para dentro da sua
própria história de vida. Triste e deprimido, deixa Salvador e vai para a
região do cacau, que se abateu com a praga da vassoura de bruxa: o que se vê em
Itajuípe é abandono e destruição. Mas as dificuldades não param por aí; Beto
tem de enfrentar a agressividade tanto da mulher como da filha do velho
colecionador, que fazem de tudo para evitar que o rapaz tenha acesso à coleção
e ao seu dono.
Sem saber o porquê de tanto cuidado com a vida
do patriarca— que está cego (assim como já estava o veterano ator) —, Beto
consegue romper o cerco e o velho fica alegre em conhecer o filho de um grande
amigo. Marca um almoço para o dia seguinte e, como o combinado, Beto não perde
a hora. Este encontro familiar vai modificar profundamente o personagem assim
como o rumo do filme.
História simples e muito bem
contada, com interpretações sublimes de Walmor e Vladimir, que pôde mostrar sua
veia dramática — o grande público o reconhece como um grande comediante, mas
neste filme Brichta revela sua diversidade interpretativa. Confira o trailer!