Textos sobre literatura, música, cinema e filosofia - e sobre o que mais vier.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Flores Raras... Gloria Pires e Miranda Otto dão um show de interpretação, a fotografia é linda e a música também. Não deixem de conferir, um dos bons filmes deste ano!
Majestoso,
afetuoso e humano. Esses são os adjetivos que escolho para apresentar o filme Flores Raras, dirigido por Bruno
Barreto. A trama mostra a relação da poetisa estadunidense Elizabeth
Bishop (Miranda Otto, a Éowyn da saga O Senhor dos
Anéis) com a arquiteta e paisagista carioca Lota de Macedo
Soares (Glória Pires). A história se passa no Rio de Janeiro,
nos anos que precedem o golpe militar. Elizabeth é convidada pela então
namorada de Lota a conhecer o sítio erigido pela arquiteta autodidata em
Petrópolis, Rio de Janeiro. Elizabeth acaba se envolvendo com a brasileira e
decide viver ao lado de Lota. Esse período é conhecido por influenciar a obra
da poetisa, vencedora do Pulitzer, que é um prêmio norte-americano concedido a
pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura
e música. Elizabeth conquistou o prêmio em 1956. O roteiro foi inspirado
no livro “Flores raras e Banalíssimas”, de Carmem Lucia Oliveira.
Retratos do domingo - O Flerte de Pablo Picasso...
Para quem não conhece, apresento Pablo Picasso fazendo o que mais gosta: flertando com mulheres. Nesta foto ele aparece flertando com uma bela dona em uma praia da Riviera francesa. Picasso possuía um carisma incrível com as mulheres, que os espanhóis chamam de "mirada fuerte". Obviamente, a sua reputação como um dos maiores artistas do mundo o ajudava. Infelizmente nas fontes que pesquisei não encontrei o autor da fotografia.
Em 21 de Agosto de 1811, foi roubado do museu do Louvre o quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, tornando-se o crime de arte mais famoso da história. O quadro foi roubado por Vincenzo Peruggia, um imigrante italiano que viveu em Paris com a obra escondida debaixo da cama por dois anos. Depois fugiu com a Mona Lisa para a Itália, segundo ele com a intenção de devolvê-la para o povo italiano. O quadro foi recuperado em 12 de Dezembro de 1913 em Florença. O meliante foi julgado e condenado, mas acabou sendo considerado por boa parte dos seus compatriotas como herói nacional. O quadro retornou ao Louvre.
Guantanamera. Uma homenagem a Cuba e aos cubanos...
“Fale de
sua aldeia e estará falando do mundo” disse alguém, creio que Tolstoi. Assim é
com Jorge Amado e sua Bahia de Todos os Santos, assim é Gabriel Garcia Marquez
com sua Macondo, microcosmo que reproduz os problemas colombianos e assim é no
cinema com Woody Allen, por exemplo, e sua New York e é desse modo também que
ficamos conhecendo Cuba através do bom humor e da critica afetiva de Gutierrez
Alea. Com Guantanamera, Alea revisita
sua Cuba querida de uma maneira bem-humorada e criativa. Segunda parceria sua
com Juan Carlos Tabío, depois do sucesso de Fresa y chocolate, Guatanamera acabaria sendo o canto do
cisne de Alea que morreria no ano seguinte, abril de 1996. Temas como a
velhice, a amizade, encontros e desencontros são tratados de maneira sutil e
delicada, filtrados através de um olhar por vezes nostálgico e sempre afetivo. Guatanamera pode ser descrito como um
road movie incomum, estranho e absurdo: indo visitar sua cidade natal,
Guantanamo, depois de cinqüenta anos ausente, bem-sucedida como atriz em La
Habana, Yoyita reencontra seu eterno amor a quem tinha visto pela ultima vez
quando ainda era uma niña de 12 anos. A emoção do reencontro e das lembranças
de juventude acabam sendo um pouco demais, matando a velha atriz, e é no translado
por terra de Guatanamo a La Habana do corpo de Yoyita que a estória se
desenrola. Durante a viagem insólita acontecerá de tudo. Situações cômicas e
tristes, encontros e rupturas, risos e lágrimas.
É assim o
cinema de Alea: usando o microcosmo de sua aldeia e falando de coisas banais e
corriqueiras ele alcança uma dimensão muito maior: o microcosmo representado o
mundo, a dimensão humana e universal. Todos nós podemos nos reconhecer nos seus
filmes, lá observamos a nós mesmos nos nossos conflitos e além de tudo
simpatizamos com nossos semelhantes nas suas duvidas, paixões e esperanças e
confirmamos de fato que nossa aldeia é o mundo.
Imagens Históricas: Artistas na rua contra a Ditadura Militar...
Nestes tempos em que manifestações ganharam as ruas de todo o Brasil lembrei-me desta fotografia tirada já faz muitos anos. Estes são alguns dos artistas que foram às ruas em 1968 protestar contra a Ditadura Militar. Nesta foto de Evandro Teixeira, aparecem Torquato Neto, Gilberto Gil, Nana Caymmi, entre outros.
Os Amantes Passageiros; um belo filme de Almodóvar...
Hoje assisti ao longa-metragem de Almodóvar "Os amantes passageiros". O
filme é ótimo! Divertidíssimo. Gostei muito mesmo e recomendo. A história se
passa em um avião que enfrenta dificuldades durante um voo e o comandante é
forçado a voar em círculos. Enquanto isso, todos os passageiros e as aeromoças
são dopados, para evitar que haja pânico. Os únicos acordados são os
comissários de bordo e os passageiros da classe executiva, que, percebendo que
correm sério risco de morte, decidem abrir o jogo sobre segredos de suas vidas
pessoais. É muito engraçado!
Vejam trailer.
Assisti
ao filme/ animação Contos da Noite, dirigido pelo animador francês
Michel Ocelot. Tudo na película transpira fantasia e quimera. O longa-metragem
narra a história de um menino, uma menina e um velho homem que sempre se reúnem
em um antigo cinema. A sala do cinema esconde um mistério. Ela é um lugar
mágico onde os três amigos vasculham e desvendam, sonham, fantasiam-se e fazem
parte de histórias que, à noite, se tornam muito reais para eles. Este é o
momento onde seres mágicos assumem o auditório, jovens cavaleiros almejam belas
princesas, lobisomens uivam e senhoras insensíveis movem suas pesadas saias de
seda. Lá, existem cidades de ouro e florestas tão densas que ninguém encontra o
caminho de volta. Um universo mágico, permeado por ondas de harmonia, onde
coros celestiais competem com o ruído surdo de tambores mágicos. Em noites como
estas, o mal pode desencadear grande infortúnio.Para quem está mais do que
acostumado com animações americanas que valorizam mais o lado estético do que o
conteúdo é um prazer considerável conferir uma obra como esta, realizada na
França, em que a simplicidade funciona como diferencial e a história, ainda que
esquemática, ganhe força ao fomentar nossa imaginação.Confira o trailer.
Arquivo de imagens: Jean-Paul sartre aos oito meses de vida...
Este é o filósofo escritor e crítico francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), aos oito meses de idade. Sete meses depois desta foto, Sartre perdeu o pai, e foi viver com a sua mãe, na casa de seus avós maternos. " Eu era uma criança, esse monstro que os adultos fabricam com suas mágoas", costumava a afirmar Jean-Paul Sartre.
“Um Gato de Rua Chamado Bob” é uma história enternecedora e edificante que toca o coração de quem a lê...
Este foi um dos poucos livros que saí de casa com o
propósito único de comprá-lo. Dificilmente isso acontece, pois, grande parte
dos livros que possuo apareceu em minha vida por acaso. Sempre digo que os
livros me escolheram e não o contrário. Um
Gato de Rua Chamado Bob é um livro espirituoso e comovente. Em
alguns momentos é difícil crer que é uma história real devido a tantos fatos únicos
que Bowen vive com seu gato adotado, o astuto Bob. Bowen é ex-morador de rua,
que agora está morando em um apartamento cedido pelo programa de recuperação de
Londres. No livro ele conta sua história a partir do momento em que encontra o
gato ferido nos corredores do prédio. Seu sentimento para com o gato é
verdadeiro e forte. Por diversas vezes cita os gestos de Bob "como se
dissesse" algo. Quem tem animais de estimação certamente sorriem nestes
momentos... É assim mesmo que acontece entre nós e estes animais. Outro detalhe
interessante é a insistência de Bowen em tentar imaginar como teria sido o
passado de Bob antes de se conhecerem. Também é fato esta curiosidade para quem
tem ou teve, assim como eu, animaizinhos adotados já com algum tempo de vida.
Há uma curiosidade genuína por saber que situações viveram e porque agem desta
ou daquela forma. Bob é incrível! Ajuda Bowen em suas apresentações e depois na
venda de revistas para o sustento de ambos. Toma suas próprias decisões e
escolhas, vê TV e é um companheiro inigualável. Na página 214 ele faz algo que
custei a acreditar. Ainda não sei se acredito. Porém o livro é todo real, o que
me força a crer, mas ainda não me decidi a tal. Sei lá!
A
diagramação é muito boa. Alguns capítulos grandes, mas como são divididos em
cenas, não foi um problema. Nas palavras 'grosseiras' as mesmas são redigidas
com símbolos, adorei este cuidado, não sei se da edição original ou da tradução
da editora, mas para mim ficou extremamente bacana. Odeio ler certas palavras.
A redação é fluída, bem escrita, tocante. Várias vezes fechei o livro para
olhar a carinha de Bob na capa. Após a leitura fui procurar os vídeos do
Youtube citados no livro, e os encontrei! Não sei se os originais ou feitos
após o sucesso do livro, mas o fato é que ver imagens reais daquilo que eu
havia acabado de ler foi um complemento sedutor da leitura.
Sempre fui amante de filmes e um leitor voraz, desde que me entendo por gente. Nunca deixei de achar fascinante o fato de que há histórias maravilhosas dentro de livros e de telas luminosas . Portanto, este blog é uma espécie de extensão do meu hábito de leitura e cinema. Aqui, comento sobre as obras que leio, os filmes que vejo e os comentários geralmente são mais de caráter pessoal do que técnico. A intenção deste espaço é servir de guia para os outros que, como eu, não conseguem ficar afastados de um bom livro ou de um filme espetacular. Ocasionalmente, teço opiniões sobre algum assunto de importância pública. Sejam bem-vindos!