quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Ausência,leitura e Simenon em dose dupla: Maigret duas vezes, sem tirar...


Estamos de volta depois de uma semana de ausência, onde estive descansando no sítio de papai. Relaxei bastante e aproveitei o tempo livre para ler dois grandes livros do Simenon, ambos protagonizados pelo Comissário da policia francesa Jules Maigret.

O primeiro livro que li foi “Um Fracasso de Maigret”. Na história, que se passa em uma Paris terrivelmente invernal, um antigo conhecido de infância de Maigret, um rico empresário ligado aos mais importantes políticos da França, chamado Ferdinand Fumal, pede proteção após receber cartas anônimas. A simples presença desse homem arrogante e prepotente na sua frente deixa o comissário extremamente aborrecido. Questões ligadas ao passado de ambos trazem más lembranças, pois o pai de Fumal havia roubado o pai de Maigret. Muitos anos depois o filho aparece em sua frente fazendo uma serie de ameaças, usando o seu prestígio de “amigo do ministro”, exigindo segurança. Maigret não tem outra opção a não ser fornecer-lhe segurança policial.  Apesar de Maigret ter fornecido vigilância policial domiciliar, Fumal é encontrado morto em casa no dia seguinte. A imprensa trata o caso com sensacionalismo, o governo francês fica furioso e o nobre comissário acha que vacilou por deixar-se levar por questões pessoais, mesmo havendo utilizado criteriosamente o protocolo policial em casos como o de Ferdinand Fumal. No decorrer de suas investigações, Maigret descobre que o industrial era odiado por muitas pessoas pela forma inescrupulosa como lidava com os negócios. Vários pequenos empresários foram à falência por conta das jogadas de Fumal. Era detestado por seus funcionários e desprezado por sua família. Parece haver um enorme número de suspeitos e só uma mente brilhante como a de Maigret para solucionar o caso.

O outro livro segue um caminho bastante incomum; chama-se simplesmente “Maigret”. Digo incomum porque a história se passa num momento em que Maigret já está aposentado a quatro anos e nem mais vive em Paris. O que aconteceu foi que o sobrinho de Maigret, o inspetor de polícia Lauer, está numa delicada situação profissional. Ele não foi capaz de evitar o homicídio de um homem que estava sob sua vigilância, Pepito, o chefe de um bar chamado "Floria". Além disso, Lauer é o principal suspeito do crime, devido ao modo como entrou em pânico. Enquanto aproveita a sua aposentadoria às margens do Loire, Maigret recebe a visita de seu sobrinho que implora por sua ajuda. Ele concorda, mas encontra dificuldades com seus antigos colegas, pois muitos desafetos de Maigret ainda estão na ativa e dificultam o máximo so seu trabalho, já que o ex-comissário tem que fazer a investigação por conta própria, pois não pode mais utilizar a estrutura da PJ.

Este é o único romance em que Maigret resolve um crime durante sua aposentadoria. Simenon queria que esse fosse o último da série, pois desejava se dedicar inteiramente aos chamados "romans durs", os romances "não Maigret". Após 1933, ele realmente ficou cinco anos sem escrever nenhum romance Maigret (apenas alguns contos), mas após este período voltou a se dedicar ao seu famoso inspetor chefe.

 

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