segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O Filho do Outro converte a desarmonia em cordialidade. O que importa mesmo é a paz e o respeito entre os povos...


Assisti ontem em um canal a cabo ao filme O Filho do Outro, dirigido pela francesa de origem judaica, Lorraine Levy que a meu ver foi mexer numa casa de abelhas com este seu filme. Ambientado em Israel, este longa-metragem segue na linha da discussão sobre o conflito entre árabes e judeus. Mas há um ponto de partida próprio e uma narrativa encantadora no roteiro escrito pela própria cineasta. Na história, Joseph Silberg mora em Tel-Aviv, tem 18 anos e vai prestar o serviço militar obrigatório. Um exame laboratorial traz a surpresa: seu sangue não é compatível com o de seus pais. A doutora francesa Orith e o oficial do Exército Alon, ambos judeus, não entendem o que se passou até um médico concluir que Joseph pode ter sido trocado na maternidade. Um dia depois de seu nascimento, o local foi alvo de ataques e as mães saíram às pressas. De volta ao hospital em Haifa onde ele nasceu, Orith e Alon encontram Leïla e Saïd Al Bezaaz, pais de Yacine. A revelação chega tal qual uma bomba: o palestino é filho dos judeus e vice-versa. Como lidar com uma situação tão complicada diante de inimigos históricos? A cineasta foi criticada pela esquerda francesa por seu enredo não ter um posicionamento. Suas opiniões, contudo, são claras (pelo menos para mim): Lorraine prega a paz em Israel e o respeito entre os povos. De forma terna, a história vai convertendo a desarmonia em cordialidade. Enquanto Yacine, que mora em Paris e quer se formar em medicina, encontra uma forma de ganhar dinheiro nas praias de Tel-Aviv, Joseph vai visitar sua nova família num vilarejo da Cisjordânia e percebe afinidades musicais. Embora erga uma bandeira branca, a diretora não deixa de focar nos dramas diários sofridos pelos palestinos. Para sair de seus territórios, eles têm de passar pelos postos de controle sofrendo revistas austeras. Saïd era engenheiro e virou mecânico por falta de opção. A mudança de comportamento dos personagens indica uma quimera, mas faz bem saber que, um dia, a ficção pode se tornar realidade. Confira o trailer!

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