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Depois de assistir ao filme Trem Noturno Para Lisboa, ainda extasiado com tudo o que vi,
discuti sobre este longa-metragem poderosíssimo com o meu amigo Mauricio Lopes.
Divagávamos sobre aquela vontadezinha escondida dentro do coração de todo ser
humano de largar tudo por um sonho. Penso que a maioria das pessoas pelo menos
uma vez na vida já acalentou esse desejo no coração. Mas quem teria coragem de
largar tudo, de uma hora para outra, por um impulso causado por um fato
bastante inesperado? É deste ponto que parte Trem Noturno Para Lisboa, filme baseado no livro homônimo de Pascal
Mercier, pseudônimo do romancista e professor de filosofia suíço Peter Bieri. Confesso que me encantei ao conhecer, desta vez na
tela, o simpático professor Raimund Gregorius, um sossegado suíço que deixa de
lado a sua vida depois de encontrar um livrinho do escritor português Amadeu de
Almeida Prado no bolso da capa de uma linda jovem que ele acabara de salvar de
um suicídio. Ele fica deslumbrado com o que começa a ler e decide viajar para
Lisboa a procura de respostas e de autoconhecimento. Ele não fazia a menor
ideia de que aquele despretensioso livro comprado em um sebo da cidade de Berna
mudaria sua vida completamente. Ele se afeiçoa com cada questionamento e
aflição da alma de Amadeu Prado a ponto de querer saber quem foi este homem e
descobrir todos os arcanos que envolveram a sua vida. A partir da leitura do
livrinho Gregorius passa a ver um sentido mágico para a sua vida, provocando
uma revisão de seu passado e uma comparação à vida de Amadeu Prado, que
considera significante e intensa. Ele resolve então buscar bem fundo todas as
informações e detalhes possíveis sobre a vida do jovem escritor português que
também era médico. Descobre o seu envolvimento na resistência contra o regime
Salazarista, conversa com gente que conviveu com Almeida prado e fica cada vez
mais fascinado; Depois de romper com a rotina que o aprisionou a vida inteira
como o professor exemplar, Gregorius pode fazer qualquer coisa; sua vida
absolutamente sem rotina o leva a peregrinar pelos passos do autor admirado,
enquanto ele vai analisando os trechos reveladores e apaixonantes do livro de
Amadeu. Assim ele oferece ao público reflexões filosóficas e frases belíssimas. Tive o imenso prazer de ler o livro e posso dizer
para vocês que esse foi um dos poucos livros que foram adaptados para o cinema
com fidelidade. Hoje digo que não sei se “li” o filme ou “assisti” o livro.
Tenho lido por aí que o filme parece mais uma novelinha, o que discordo com
todas as minhas forças. Acho que o que falta mesmo para essas pessoas que se
dizem especialistas em cinema é sensibilidade. Esse filme me conquistou e tenho
certeza que conquistará plateias Mundo a fora. Recomendo com o coração! Confira
o trailer.
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