domingo, 24 de novembro de 2013

Brinquedo Proibido. Em tempos como o nosso de conflitos velados e pseudo guerras cirúrgicas, o filme realmente consegue o feito de marcar nossa alma com um selo de intensa bondade e paz...


Hoje assisti em DVD ao belíssimo filme “Brinquedo Proibido”, de René Clement, com uma extraordinária trilha de violão do Narciso Yepes. Carregado em dramaticidade, porém livre de pieguices, como a maior parte da escola realista francesa da primeira metade do século XX, esta película nos traz a história de Paulette uma garotinha francesa na época da ocupação alemã (1940). Órfã, a menina vaga pela França levando consigo o corpo de seu cãozinho morto, até deparar com o garoto Michel Dolle, filho de uma rude família camponesa. Apesar da dificuldade de adaptação de Paulette, ela verá no novo amigo a possibilidade de perceber e sobreviver à destruição de seu mundo.
O filme tem um final previsível, porém cruel, que faz pensar muito no que aconteceu com as crianças órfãs da segunda guerra e de todas as guerras e conflitos do mundo até hoje, e na incrível capacidade do homem, de superar os momentos de desespero, através da esperança. Clement conseguiu separar bem o mundo adulto, cheio de avareza e horror, do infantil, carregado de ternura e candura. Mesmo caricatural sua crítica social é tocante e a separação das crianças angustiante. A interpretação dos pequenos é maravilhosa. O filme, apesar de recusado na época por Cannes (absurdamente), ganhou o reconhecimento do mundo com um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e com o Leão de Ouro em Veneza no ano de 1952 (merecidamente), soberano prêmio e menção especial do júri “… por ter elevado a uma singular pureza lírica a inocência da infância acima da desolação da guerra…”. Em tempos como o nosso de conflitos velados e pseudo guerras cirúrgicas, o filme realmente consegue o feito de marcar nossa alma com um selo de intensa bondade e paz. Confira o trailer!
 

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