
Hoje tive o imenso
prazer de rever o filme O Porto,
dirigido pelo cineasta finlandês Aki Kaurismaki. O motivo de tanta alegria foi
o fato de que, pela primeira vez assisti a um filme com a minha filhinha Duda. Espero
que ela possa amar a sétima arte com mais intensidade do que eu. O
longa-metragem que assistimos narra uma história contemporânea, principalmente
em tempos de crise econômica na Europa. Tudo se passa na agradável cidade litorânea
de Le Havre, região da Normandia, e tem como protagonistas, Marcel Marx, um
escritor conhecido por ser boêmio, que resolve abandonar a vida de celebridade e
se instalar com sua mulher na Normandia, vivendo como engraxate, levando uma
vida humilde de um típico cidadão pobre francês que com a crise econômica beira
sutilmente a miséria, mas com um coração repleto de bondade e amor pelo outro
(guarde isso, será importante ao longo da história), e Idrissa, um adolescente
de boa formação, vindo clandestinamente do Gabão, África, tentando chegar a
Londres onde sua mãe está trabalhando em uma fábrica chinesa. Quando o
esconderijo em que Idrissa se abrigava juntamente com outros africanos com
destino a Inglaterra é descoberto, o menino consegue fugir e passa ser procurado
pela policia local. É nesse momento que Marcel Marx e o pequeno gabonês se
encontram e suas vidas se entrelaçam. Em meio a essa simpática amizade está à
comunidade do bairro portuário onde Marx vive com sua esposa e sua cadelinha
Laika, e a truculenta polícia de imigração francesa. A partir da solidariedade
encontrada por Marcel junto a outros vizinhos (que resolveram ajudar o garoto a
se esconder), revela-se a real intenção da história, discutindo as posturas
éticas diante de problemas sociais, como a imigração ilegal que hoje desafia a
Europa em crise econômica. Em muitos momentos veremos que a violência policial
é igual em qualquer parte do mundo quando o assunto é oprimir grupos
desfavorecidos como pobres, negros e imigrantes, favorecendo sempre quem tem a
posse do capital. O filme não é uma megaprodução, e muito provavelmente por
isso mesmo é inteligente, sutil e charmoso. E o diretor tem muitas sacadas,
como por exemplo, a leitura do pequeno trecho de um livro do Kafka que fala
sobre as injustiças sociais, o nome dada à cadelinha Laika, além do nome Marx
não ser mera coincidência. Vale a pena ver e refletir! Confiram o trailer.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial