Sudoeste é um lindo poema em preto e branco...
Assisti
“Sudoeste” (2012) de Eduardo Nunes no
Canal Brasil. Que longa-metragem
lindo e encantador! A história se passa Numa arraial decadente, pequeno,
letárgico e indefinido no litoral brasileiro, onde a rotina é sacudida pelo
advento de uma mulher em trabalho de parto. Ela morre e dá-se o bebê como
morto. A
criancinha, na verdade é levada por uma mulher temida no lugar, considerada por
muitos uma feiticeira. (Léa Garcia). Ela (a criança) é Clarice, que vive um
tempo todo próprio, em desacordo com os habitantes do lugar. O que essa criança
guarda desse convívio com um ambiente transgressor das regras naturais é uma
capacidade peculiar: num único dia, ela passa de bebê a velha, num tempo
próprio, em descompasso com os demais moradors do local. Num cenário com clima
de realismo mágico, Sudoeste demarca
um território prosaico, a partir não só do tom da história, como por meio de
uma fotografia em preto e branco que contribui para um clima atemporal. O
filme agrupa atrizes em grandes desempenhos. Desde a intérprete infantil de
Clarice, a expressiva Raquel Bonfante, até sua versão adulta, uma enigmática
personagem para Simone Spoladore. Dira Paes e Mariana Lima tem papéis curtos,
mas intensos, como mulheres do lugar que cruzam com Clarice. Os muitos prêmios
recebidos, entre eles três no Festival do Rio em 2011, credenciariam "Sudoeste" a um público maior.
Mas a aridez da narrativa em mais de duas horas limitam exibição a salas no
circuito de arte ou em canais de televisão por assinatura especializados nos
chamados Filmes Cult.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial