terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sudoeste é um lindo poema em preto e branco...


Assisti “Sudoeste” (2012) de Eduardo Nunes no Canal Brasil. Que longa-metragem lindo e encantador! A história se passa Numa arraial decadente, pequeno, letárgico e indefinido no litoral brasileiro, onde a rotina é sacudida pelo advento de uma mulher em trabalho de parto. Ela morre e dá-se o bebê como morto. A criancinha, na verdade é levada por uma mulher temida no lugar, considerada por muitos uma feiticeira. (Léa Garcia). Ela (a criança) é Clarice, que vive um tempo todo próprio, em desacordo com os habitantes do lugar. O que essa criança guarda desse convívio com um ambiente transgressor das regras naturais é uma capacidade peculiar: num único dia, ela passa de bebê a velha, num tempo próprio, em descompasso com os demais moradors do local. Num cenário com clima de realismo mágico, Sudoeste demarca um território prosaico, a partir não só do tom da história, como por meio de uma fotografia em preto e branco que contribui para um clima atemporal. O filme agrupa atrizes em grandes desempenhos. Desde a intérprete infantil de Clarice, a expressiva Raquel Bonfante, até sua versão adulta, uma enigmática personagem para Simone Spoladore. Dira Paes e Mariana Lima tem papéis curtos, mas intensos, como mulheres do lugar que cruzam com Clarice. Os muitos prêmios recebidos, entre eles três no Festival do Rio em 2011, credenciariam "Sudoeste" a um público maior. Mas a aridez da narrativa em mais de duas horas limitam exibição a salas no circuito de arte ou em canais de televisão por assinatura especializados nos chamados Filmes Cult.

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