quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A Fuga do SR. Monde é o relato das desventuras de um homem que anseia encontrar a si mesmo...


Georges Simenon vendeu aproximadamente 1 bilhão e 500 milhões de livros entre contos e romances. Grosso modo, podemos dividir sua obra em duas partes: os romances policiais com ou sem o notável detetive Maigret e os duros romances psicológicos que lhe valeram o apelido “Balzac de Liége”, recebido de ninguém menos que André Gide. A notoriedade destes livros não deixa de impressionar, pois são escritos em tom menor, são nada vibrantes, sendo antes cheios de personagens deprimentes e esmagados psicológica e socialmente. Com suas ações quase sempre acontecendo em cidades pequenas, Simenon envolve-nos numa triste realidade provinciana, onde o mal comanda.

O livro do Simenon que terminei de ler ontem segue esta linha. O personagem-título de A fuga do Senhor Monde é um empresário chamado Norbert Monde, um importante multimilionário, figurinha fácil da aristocracia parisiense que apesar da sua fortuna e de todo o prestigio está exausto do trabalho fatigante, da família, da vida que leva e das pressões. No dia em que completa 48 anos, ele resolve fugir de tudo e de todos; começar do zero, desaparecer do mapa. Para isso ele retira uma boa quantia em dinheiro, pega um trem noturno para o sul da França (como o Simenon adora histórias com trens noturnos hein?) e muda de identidade, na esperança de deixar-se levar em uma nova vida peregrina com o intuito de encontrar a si mesmo e consequentemente a felicidade. Mas, será que nessa altura da vida seria possível? Recomendo!

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