Georges Simenon vendeu aproximadamente 1 bilhão e
500 milhões de livros entre contos e romances. Grosso modo, podemos dividir sua
obra em duas partes: os romances policiais com ou sem o notável detetive
Maigret e os duros romances psicológicos que lhe valeram o apelido “Balzac de
Liége”, recebido de ninguém menos que André Gide. A notoriedade destes livros
não deixa de impressionar, pois são escritos em tom menor, são nada vibrantes,
sendo antes cheios de personagens deprimentes e esmagados psicológica e
socialmente. Com suas ações quase sempre acontecendo em cidades pequenas,
Simenon envolve-nos numa triste realidade provinciana, onde o mal comanda.
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O livro do Simenon que terminei de ler ontem
segue esta linha. O personagem-título de A
fuga do Senhor Monde é um empresário chamado Norbert Monde, um importante
multimilionário, figurinha fácil da aristocracia parisiense que apesar da sua
fortuna e de todo o prestigio está exausto do trabalho fatigante, da família,
da vida que leva e das pressões. No dia em que completa 48 anos, ele resolve
fugir de tudo e de todos; começar do zero, desaparecer do mapa. Para isso ele
retira uma boa quantia em dinheiro, pega um trem noturno para o sul da França
(como o Simenon adora histórias com trens noturnos hein?) e muda de identidade,
na esperança de deixar-se levar em uma nova vida peregrina com o intuito de
encontrar a si mesmo e consequentemente a felicidade. Mas, será que nessa
altura da vida seria possível? Recomendo!
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