Li recentemente um livro
maravilhoso. Um livro que, para chegar a minhas mãos precisou atravessar o
Oceano Atlântico, pois foi enviado de Portugal por um grande amigo, o lusobrasileiro
Evanilson Oliveira, o Banny. Trata-se de um ótimo romance histórico que ainda
não foi publicado aqui no Brasil. Chama-se “A
Cidade do Fim”, escrito pelo jornalista, filósofo e professor universitário
português, Miguel Real. Neste livro conheceremos a história do professor Fátimo
que ganhou esse “lindo” nome da sua mãezinha, por ter nascido no ano das
Aparições. O nosso protagonista resolve
prestar concurso para ocupar um cargo de docente no Liceu Infante D. Henrique,
em Macau, onde permaneceu até morrer. Macau, no sul da China, uma cidade
dividida em duas comunidades aparentemente amigas: a branca e a chinesa. Fátimo
soube apreciar e reunir o melhor dos costumes de ambas, gerando uma atmosfera especial.
Dividindo o seu tempo entre a
escola e os livros, a portuguesa Maria Augusta – com quem Fátimo mantém um
casamento de fachada – e a chinesa Siu Lin, a “Pequena Flor de Lótus” – por
quem nutre desde sempre uma paixão proibida – são as outras personagens
centrais do romance. O protagonista de “A Cidade do Fim” será, ao longo de quase
cinquenta anos, uma testemunha privilegiada da vagarosa decadência do poder
imperial português, dos conflitos com a comunidade chinesa e, por fim, da
entrega oficial do território de Macau à República Popular da China, em 1999.
Depois de se conscientizar de
que, com a independência das colonias, “se jogou em Macau o fim do império
português, o nosso simpático professor decide expor num romance de amor a
história de Macau a par da sua própria história; e nenhuma das duas está isenta
de dúvidas, tumulto, surpresa e mesmo violência”.
“A Cidade do Fim” é a homenagem de Fátimo a sua
língua natal, à pátria que o abraçou e, à pequena “flor de lótus” que o fez
desabrochar.
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