quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Cidade do Fim. Assim como o país do autor, este livro atravessou o mar para me conquistar. Uma grande homenagem a língua portuguesa e um olhar interessante sobre a decadência do império portugês...


Li recentemente um livro maravilhoso. Um livro que, para chegar a minhas mãos precisou atravessar o Oceano Atlântico, pois foi enviado de Portugal por um grande amigo, o lusobrasileiro Evanilson Oliveira, o Banny. Trata-se de um ótimo romance histórico que ainda não foi publicado aqui no Brasil. Chama-se “A Cidade do Fim”, escrito pelo jornalista, filósofo e professor universitário português, Miguel Real. Neste livro conheceremos a história do professor Fátimo que ganhou esse “lindo” nome da sua mãezinha, por ter nascido no ano das Aparições. O nosso protagonista  resolve prestar concurso para ocupar um cargo de docente no Liceu Infante D. Henrique, em Macau, onde permaneceu até morrer. Macau, no sul da China, uma cidade dividida em duas comunidades aparentemente amigas: a branca e a chinesa. Fátimo soube apreciar e reunir o melhor dos costumes de ambas, gerando uma atmosfera especial.

Dividindo o seu tempo entre a escola e os livros, a portuguesa Maria Augusta – com quem Fátimo mantém um casamento de fachada – e a chinesa Siu Lin, a “Pequena Flor de Lótus” – por quem nutre desde sempre uma paixão proibida – são as outras personagens centrais do romance. O protagonista de “A Cidade do Fim” será, ao longo de quase cinquenta anos, uma testemunha privilegiada da vagarosa decadência do poder imperial português, dos conflitos com a comunidade chinesa e, por fim, da entrega oficial do território de Macau à República Popular da China, em 1999.

Depois de se conscientizar de que, com a independência das colonias, “se jogou em Macau o fim do império português, o nosso simpático professor decide expor num romance de amor a história de Macau a par da sua própria história; e nenhuma das duas está isenta de dúvidas, tumulto, surpresa e mesmo violência”.
 
“A Cidade do Fim” é a homenagem de Fátimo a sua língua natal, à pátria que o abraçou e, à pequena “flor de lótus” que o fez desabrochar.

 

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