sábado, 7 de janeiro de 2012

07 de Janeiro é o dia do leitor





Ler é viajar. Esta frase é bastante apreciada não deixa de ser verdade, pois foi através da leitura que o indivíduo passou a conhecer lugares onde nunca esteve, pode compreender o passado histórico ou criado e até mesmo, projetar o futuro. Mas ler nem sempre é uma empreitada fácil. No Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas em idade possível de leitura (acima de cinco anos) ainda são analfabetos. É importante salientar que ninguém nasce leitor. O aprendizado da leitura é um processo infinito de capacitação que é provocado pelo contato com livros. Pouco a pouco, a prática da leitura nos faz buscar cada vez livros, o que indica nosso crescimento na capacidade de interpretação e de abstração.Ler nunca é uma atividade passiva. Através da leitura, o individuo identifica e cria lugares, personagens e estórias. O poder do livro em nossa história é tanto que diversas vezes, foram proibidos, queimados e censurados, pois iam contra um regime autoritário e totalitário. Assim foi na Inquisição, nas ditaduras militares que assolaram a América do Sul.
Portanto, apesar da capacidade de informação visual da sociedade em que vivemos, não podemos desprezar a competência do livro em nos fazer viajar.
Aprendemos a ler quando criança e ao longo da nossa trajetória em direção ao mundo adulto, muitos foram os equivocados métodos utilizados pelas escolas para fomentar a leitura, porém todos sem êxito. O que se conseguiu muitas vezes foi o ódio à leitura. Parece contradição, mas chegamos à escola ainda crianças, com uma fome de conhecimento gigantesca e somos obrigados a aprender a ler como adultos e quando finalmente somos adultos e já não temos o menos interesse em ler alguma coisa, somos convidados a ler um texto com um olhar infantil.
Essa situação pode parecer surreal, mas se repete em todas as partes desse país que se orgulha de reduzir a cada ano o número de analfabetos, mas exibe vergonhosamente uma estatística absurda de quase 28 % de alfabetizados funcionais. Os professores (culpá-los ou não, eis a questão) mal preparados e mal direcionados, continuam com a sua incumbência de abrir os olhos dos meninos e meninas para o prazer da leitura por meio do ensino da gramática, sem levar em consideração que é preciso primeiramente suscitar a arte do ler por prazer. No artigo do escritor Rubem Alves, o autor faz uma análise sobre o prazer da leitura e em como ele se orgulha de escrever como e para crianças. Ele conta com surpresa, sobre a carta que recebeu de um leitor juvenil, onde o moleque diz que sua professora pede a ele e aos coleguinhas de classe para encontrar no texto “dígrafos”, e outros termos que o autor sequer consegue imaginar o significado. “Não consigo ordenar uma única frase humana com dígrafo”, ele diz e defende que “não é possível teorizar sobre algo que nos dá tanto prazer sob o risco de matar essa vontade”.
Não há dúvida alguma que o estudo da gramática é capital para o entendimento da língua portuguesa, mas o que precisamos fazer como professores é uma ponderação sobre como equilibrar esse ensino com o convite a leitura. Essa á a proposta defendida pela professora e especialista da Unicamp Ingedore Koch, que em entrevista a Luiz Costa Ferreira Junior conta que devemos dar prioridade a construção de texto com reflexão. Para entender como os textos funcionam, segundo a professora, é necessário primeiro o uso, depois a nomenclatura. Ela nos conta que o “estudo da língua portuguesa é eficaz para que as nossas crianças possam aprender a se expressar claramente no mundo (ainda mais numa era de orkuts e MSN), mas é possível abordar a gramática, sem ter um ensino gramaticóide”.Para ensinar a interpretar um texto, “não existem receitas de bolos”, diz a professora, “mas se o professor tornar a aula instigante e estimular a produção de textos com temas que os alunos se identifiquem, conseguirá manter em seus pupilos o gosto de ler por prazer que havia no inicio, sem que o aluno chegue à idade adulta sendo órfão de livro”.

... E vamos ao cinema!

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