Textos sobre literatura, música, cinema e filosofia - e sobre o que mais vier.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
As rosas não falam...
“Queixo-me
às rosas, mas que bobagem; as rosas não
falam”.
Num
sábado desses, estava assistindo a um programa sobre samba num canal estatal. Não
lembro bem qual o programa, só sei que é apresentado por Diogo Nogueira. Durante
o programa, o filho do João contou uma história muito interessante sobre esta
bela obra-prima do Cartola. Certo dia Dona Zica, companheira de Cartola,
recebeu de presente um buquê de rosas. Plantou no seu jardim e no dia seguinte
ficou surpresa ao ver que muitas rosas já haviam germinado. Chamou Cartola e
perguntou para ele sobre o fato. O poeta respondeu que não sabia, afinal, as
rosas não falam. Após dizer isso, Cartola percebeu que isso tudo poderia “dar
samba”, e ficou com aquela frase na cabeça. Pegou seu violão e em poucos
minutos a canção estava acabada.
A história
é engraçada, mas só se transformou em música porque aconteceu com um gênio
chamado Cartola. Mesmo sem estudo acadêmico, o compositor sempre teve facilidade
enorme para compor canções de amor e sambas bastante realistas.
As
rosas não falam é uma de suas maiores obras. Foi cantada por grandes artistas
da nossa música e já foi trilha sonora em três novelas. Tudo isso é uma prova
de que as composições de Cartola são perpétuas. A letra da canção não tem muito
a ver com a história que inspirou o compositor. Na música, um homem está desesperado
por não ter o amor de sua amada. Resolve queixar-se para as rosas, entretanto
as queixas não adiantam em nada, afinal as rosas não falam.
Quem
gosta de samba, poesia e romance não pode deixar de ouvir Cartola. Para ser
ainda mais direto, NINGUÉM pode deixar de ouvir Cartola.
Sempre fui amante de filmes e um leitor voraz, desde que me entendo por gente. Nunca deixei de achar fascinante o fato de que há histórias maravilhosas dentro de livros e de telas luminosas . Portanto, este blog é uma espécie de extensão do meu hábito de leitura e cinema. Aqui, comento sobre as obras que leio, os filmes que vejo e os comentários geralmente são mais de caráter pessoal do que técnico. A intenção deste espaço é servir de guia para os outros que, como eu, não conseguem ficar afastados de um bom livro ou de um filme espetacular. Ocasionalmente, teço opiniões sobre algum assunto de importância pública. Sejam bem-vindos!
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