domingo, 12 de dezembro de 2010

Desde que Otar Partiu faz chorar com amor materno





Desde que Otar Partiu, primeiro longa-metragem de Julie Betuccelli, é bastante comovente em alguns momentos. O filme traz um retrato de amor materno capaz de reduzir às lágrimas até mesmo o mais indiferente dos espectadores.
A diretora conta a história de como uma mulher idosa é enganada por sua neta e sua filha de meia-idade, que escondem dela o que de fato aconteceu com seu filho amado.
A trama envolve três gerações de mulheres que vivem na capital da Geórgia, Tbilisi: a idosa Eka (Esther Gorintin), que não deixa que sua idade ou sua fragilidade física afetem sua determinação e vontade; sua filha, Marina (Nino Khomassouridze), que se esforça muito para ter o afeto da mãe, e Ada, a filha de Marina, estudante que se esforça para conviver com o ambiente repressivo em que vive.
Eka vive para receber as comunicações pouco frequentes, por telefone ou correio, de seu amado filho Otar, que partiu muito tempo atrás em busca de uma vida melhor em Paris.
Quando Marina e Ada ficam sabendo que Otar morreu num acidente, elas conspiram para não deixar que a notícia chegue até Eka, temendo que esta não conseguirá sobreviver ao choque.
Durante algum tempo, o plano funciona bem, com a ajuda de cartas falsificadas, etc. Mesmo quando um dos amigos de Otar chega sem avisar, levando alguns dos pertences dele à sua mãe, as duas conseguem manter o segredo.
Mas elas acabam sem poder fazer nada diante da determinação da idosa em fazer a viagem a Paris para ver seu filho mais uma vez.
Embora a situação não se preste muito a um drama de grande complexidade, o filme se torna inesquecível pela atuação no papel principal de Gorintin, que começou sua carreira de atriz cinco anos antes de fazer "Otar", quando tinha 85 anos.
Com seu corpo encurvado pela idade, os olhos expressivos e o porte determinado da atriz expressam muito mais do que poderia ser dito em palavras, e sua atuação minimalista é profundamente comovente.
As atrizes que representam Marina e Ada também são extremamente convincentes, mas, em última análise, é a visão da idosa frágil que vai partir o coração do espectador.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial