O primeiro período de esplendor do cinema italiano começou no ano de 1911, ao firmar-se como pioneiro de espetaculares superproduções históricas. Com A queda de Tróia (1911), Os últimos dias de Pompéia (1913, Mario Caserini) e Cabiria (1914, Giovanne Pastroni), as companhias italianas Ambrosio e Cines lançaram com sucesso comercial uma forma inteiramente nova de espetáculo cinematográfico no mercado mundial. E não menos importantes, pelo menos para o mercado interno, foram os melodramas protagonizados pelas famosas divas do cinema Lyda Borelli e Francesca Bertini.
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A chegada do som, na década de 1930, estimulou a demanda por filmes falados em italiano, e o governo fascista, que até então não vira no cinema mais do que um veículo propagandístico, através de documentários e noticiários, interveio para apoiar a nova indústria. Alguns diretores que haviam emigrado, como Augusto Genina e Carmine Gallone, voltaram para a Itália. As comédias e os melodramas gozavam de grande popularidade então.Após a queda de Mussolini, em 1943, e a libertação, em 1945, nasceu na Itália uma escola que propunha uma nova forma de ver o cinema: o neo-realismo. Como os estúdios da Cinecittà estavam sendo utilizados para abrigar os refugiados, os cineastas saíram para as ruas para contar histórias sobre a resistência e a vida cotidiana do pós-guerra. O filme emblemático do neo-realismo é "Roma, cidade aberta" de Roberto Rossellini, com roteiro de Federico Fellini, embora o principal precursor do movimento tenha sido "Ossessione" (1943), de Luchino Visconti. Pouco depois, a equipe de diretor e roteirista formada por Vittorio de Sica e Cesare Zavattini realizou o famosíssimo "Ladrões de bicicletas" (1948), considerado um dos melhores filmes da história do cinema.
O neo-realismo teve de enfrentar uma distribuição deficiente e a hostilidade frontal de um governo preocupado com a imagem que esses filmes transmitiam da Itália, o que contribuiu para que seus autores o fossem abandonando, em busca de um cinema mais lucrativo.
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Na década de 1950, foram realizadas muitas comédias populares, mas também filmes de gênero, projetos mais ambiciosos, financiados através de acordos de co-produção com outros países europeus. Por outro lado, as grandes companhias norte-americanas foram estimuladas a reinvestir seus lucros no mercado italiano. Também foram planejadas produções de prestígio destinadas ao mercado internacional, projeto que culminaria em 1963 com "O leopardo", de Visconti. O grande sucesso de "A doce vida" (1960) , de Federico Fellini, e o sucesso de crítica dos filmes vanguardistas "A aventura" (1960) e "O eclipse" (1962), ambos de Michelangelo Antonioni, situaram a Itália no topo do cinema mundial. Surgiu uma nova geração de autores-diretores, com figuras do porte de Pier Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Ettore Scola e Marco Bellocchio.A década de 1960 foi marcada também pelos "western spaghett"i, cujo expoente máximo foi Sergio Leone. Após a década de 1970, em que os grandes autores continuaram em atividade, o cinema italiano, como personalidade diferenciada, começou a dissipar-se, diminuindo os níveis de produção e de audiência. Os diretores de maior prestígio foram aos poucos deixando-se tentar pela sedução da cinematografia internacional.
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