terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Nosso Homem em Havana de Graham Greene


Numa Havana pré-Fidel Castro, Jim Wormold, um vendedor britânico divorciado, percebe que precisa de mais dinheiro para criar sua filha de 17 anos. É recrutado pelo serviço secreto britânico e para ganhar mais passa a inventar um universo paralelo de agentes secretos e intrigas de espionagem. As mentiras que forja para os relatos, porém, começam a se tornar reais nessa sátira publicada em 1958.
O inglês Jim Wormold é um pacato vendedor de aspiradores de pó que mora há anos na capital cubana. O salário que ele ganha não dá para sustentar os caprichos de sua bela filha adolescente, Millie. É nesse momento de aperto financeiro que Wormold recebe a proposta de se tornar um agente secreto na ilha pré-revolucionária do ditador Fulgêncio Batista, protegido do governo norte-americano. Sem nenhuma experiência no ramo da espionagem, nosso herói a princípio vacila. Mas depois, seduzido pela gorda remuneração oferecida pelo sr. Hawthorne - alto funcionário do MI6 -, Wormold concorda em colaborar com o serviço de inteligência britânico. Tendo de enviar periodicamente a Londres relatórios sobre possíveis atividades subversivas, Wormold passa a inventar histórias as mais mirabolantes. Os absurdos documentos forjados pelo vendedor - como a planta de uma suposta instalação de armas secretas baseada em desenhos de aspirador de pó - são levados a sério pelos agentes do MI6. E o prestígio do "nosso homem em Havana" só cresce, assim como as peripécias em que a personagem se mete. Neste romance publicado em 1958, meses antes que Fidel Castro liderasse a Revolução Cubana (em janeiro de 1959), Graham Greene escreve uma das mais divertidas sátiras sobre a paranoia da Guerra Fria. Hoje, passados mais de 50 anos de seu lançamento, "Nosso Homem em Havana" ganha atualidade no contexto da política internacional, em que guerras são movidas a partir de relatórios aparentemente falsos.

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