quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Livro, Um estudate em Paris




Gosto muito de livros de memórias. Principalmente aqueles que nos fazem viajar nas histórias de tal maneira que quando menos imaginamos, parece que estamos fazendo parte dela. E foi exatamente o que eu senti quando li esse maravilhoso e emocionante relato do professor Cláudio Veiga no seu livro Um estudante em Paris. Os relatos são dos anos 1950 à 1952, quando o então aluno de literatura francesa da Faculdade de Filosofia da Bahia, fora estudar em Paris. Através das páginas desse livros, o autor se compraz em visitar com o leitor - compartilhando - o maravilhoso que se esconde nos lugares, sua indissolúvel alma, desde a Sorbone aos museus, a literatura e arte, as bibliotecas e livrarias, editoras, livros, o cais do Sena, a Place de la Concorde, a Tradicional Ópera, os templos. Tudo com o espírito de viagem, o fôlego romeiro de conhecer e desvendar, o entusiasmo de haver vivido. Com instantes notáveis, seja no capítulo sobre "Rue Madame", seja nos endereços e roteiros, seja nos feitos D' armas. Sempre discernindo, sempre partilhando. Há um trecho muito emocionante no livro que é justamente no final, onde o autor deixa viva a saudade da sua falecida esposa: "Para reavivar a memória e recordar aquela bem distante viagem à França, não fui socorrido pelos milagres da memóriaa involuntária. Recorri, em boa parte, a uma fonte bem modesta, a correspondência, quase semanal, endereçada a minha noiva, que tão pacientemente me esperou. Agora, passado mais de meio século, não procuro amenizar uma distância geográfica, mas aquela viagem inexorável para a eternidade, que, não faz muito, ela empreendeu sem minha companhia".

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