Gosto muito de livros de memórias. Principalmente aqueles que nos fazem viajar nas histórias de tal maneira que quando menos imaginamos, parece que estamos fazendo parte dela. E foi exatamente o que eu senti quando li esse maravilhoso e emocionante relato do professor Cláudio Veiga no seu livro Um estudante em Paris. Os relatos são dos anos 1950 à 1952, quando o então aluno de literatura francesa da Faculdade de Filosofia da Bahia, fora estudar em Paris. Através das páginas desse livros, o autor se compraz em visitar com o leitor - compartilhando - o maravilhoso que se esconde nos lugares, sua indissolúvel alma, desde a Sorbone aos museus, a literatura e arte, as bibliotecas e livrarias, editoras, livros, o cais do Sena, a Place de la Concorde, a Tradicional Ópera, os templos. Tudo com o espírito de viagem, o fôlego romeiro de conhecer e desvendar, o entusiasmo de haver vivido. Com instantes notáveis, seja no capítulo sobre "Rue Madame", seja nos endereços e roteiros, seja nos feitos D' armas. Sempre discernindo, sempre partilhando. Há um trecho muito emocionante no livro que é justamente no final, onde o autor deixa viva a saudade da sua falecida esposa: "Para reavivar a memória e recordar aquela bem distante viagem à França, não fui socorrido pelos milagres da memóriaa involuntária. Recorri, em boa parte, a uma fonte bem modesta, a correspondência, quase semanal, endereçada a minha noiva, que tão pacientemente me esperou. Agora, passado mais de meio século, não procuro amenizar uma distância geográfica, mas aquela viagem inexorável para a eternidade, que, não faz muito, ela empreendeu sem minha companhia".
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