Filme Dias de Glória
Para reforçar suas tropas durante a 2. Guerra Mundial, a França convocava habitantes de suas colônias na África, sempre ressaltando que sacrificar a vida pela ‘pátria-mãe’ era um dever e uma honra e, em sobrevivendo, viveriam todos em paz sob o trinômio Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
E assim, milhares desses soldados embarcaram na aventura e enfrentaram, além das balas inimigas, um exército de preconceito e desilusão. A história acompanha de maneira mais próxima a trajetória de quatro argelinos e todas as agruras enfrentadas pelo grupo. Mesmo entre os companheiros de trincheiras, eram tratados como inferiores, tinham possibilidades limitados de ascensão na carreira militar e, na França onde nunca haviam pisado, foram tratados como bastardos indesejáveis, mesmo tento arriscado suas vidas por aquela terra.
Me chamou muita atenção uma das primeiras cenas do filme, quando um desses soldados comunica à mãe que vai atender ao chamado e se alistar no exército francês, e a justa incompreensão dela com a decisão. E mesmo diante do apelo desesperado da mãe, movido por aquela promessa de um futuro melhor, longe da miséria em que o próprio colonizador o deixara anteriormente, ele segue em frente.
Depois da guerra, e com a independência das colônias, o governo francês cortou as pensões aos ex-combatentes não-franceses. Injustiça só reparada em 2006, com o lançamento do filme. Grande história, desconhecida da grande maioria. Vale a pena conhecer, até pra relembrar que, na guerra, todo mundo sempre perde – uns mais que os outros, e neste caso, com o perdão do trocadilho confuso, estes ‘uns’ eram os ‘outros’, os não-franceses, a colônia…
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