terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Cão Amarelo - mais uma pérola de Simenon

Este é sem dúvida um belo livro escrito pelo franco-belga Georges Simenon. O Cão Amarelo. Neste trabalho do gênio do romance psicológico, o leitor segue junto a investigação feita por Jules Maigret, comissário da Policial Judiciária francesa, na pequena cidade litorânea de Concarneau. Após um tiro misterioso no meio da noite em um ilustre cliente do café L’Amiral, o oficial é enviado para resolver o episódio e, ao chegar, presencia uma tentativa de envenenamento de outros três fregueses através de estricnina dentro de garrafas de vinho pernod. Logo após, o automóvel de um desses aparece abandonado e sujo de sangue, o dono desaparecido. Maigret deve resolver o caso e, para isso, deve descobrir de onde vem o bizarro cão amarelo que aparece entre ou mesmo durante as tentativas de homicídio. Um lance importante da história é, sem dúvida, a forma humana como comissário conduz não só este caso, mas, todos os casos de sua bem sucedida carreira. Observa cada detalhe de tudo ou todos, nem sempre respeita as leis e, acima de tudo, nunca deduz nada. Para ele, impressões digitais ou objetos deixados na cena do crime valem bem menos do que gestos, olhares, silêncios ou mesmo a presença de um cão sem dono. Ainda, no capítulo VIII, Maigret lê suas conclusões do caso até então. Esse fato ajuda aqueles que “jogam” com os casos policiais: que querem encontrar o criminoso antes que este seja revelado. Simenon tem uma abordagem bem realista, e às vezes Maigret fica sem pistas para seguir e tem de esperar o mistério continuar a se desenrolar, a fazer sua jogada: assim como em uma partida de xadrez.

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