sábado, 24 de novembro de 2012

Amores Parisienses - os doces sons de Paris


Depois de ver esta obra maravilhosa não há como evitar a avalanche de sentimentos. "Amores Parisienses" é uma excelente comédia carregada de emoção e humanismo. Na época, aos 75 anos de idade, Alain Resnais, o laureado cineasta francês, responsável por grandes sucessos como "Hiroshima, meu Amor" e "O Ano Passado em Marienbad", tinha por objetivo apresentar através desta película uma mensagem simples, porém original, para expressar as emoções que podem transbordar dos corações de pessoas comuns; como eu e você. Não deixa de explorar a alma humana, mas emprega a música nos diálogos dos personagens a fim de tornar a narrativa mais leve. Resnais recheia o filme docemente com canções francesas que nos fazem sonhar com a cidade luz (confesso que sonho acordado com esta cidade já faz algum tempo), através dos personagens, como monólogos interiores, pensamentos e comentários a ações dos outros. As músicas são ouvidas em suas versões originais, não importando o sexo do personagem. Essa inovação, introduzida por Resnais, provoca resultados interessantes e até mesmo engraçados quando personagens femininos cantam com a voz original do cantor que gravou a canção, e vice-versa. Em uma cena, por exemplo, em que Nicolas, apaixonado por Odile, a visita em sua casa, na presença, do esposo, Claude, os três personagens comentam a situação valendo-se das canções. O que os espectadores ouvem são o que eles pensam, através das músicas, nas vozes dos verdadeiros intérpretes das mesmas. De todas as canções, a minha predileta é “Paroles, paroles”, na voz de Alain Delon e Dalida.

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