terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Ilha de Bergman


Ontem a noite assisti esse maravilhoso documentário intimista e cheio de emoção. Foram poucas as vezes que vi um homem abrir seu coração ao público de forma tão direta  como  fez Bergman  ao relatar sua vida neste documentário. Pela primeira vez, o mestre do cinema sueco , três anos antes da sua morte, revela seu mundo na desolada e misteriosa ilha de Fårö, no Mar Báltico. O portão azul de sua bela casa traz o aviso em sueco: “Área Privada. Cuidado com os cachorros”. O mais curioso é que não há nenhum cachorro vivendo lá há mais de trinta anos. O aviso quer dizer é que ali existe um homem que quer ser deixado em paz, e cujas únicas amizades são o mar e os próprios demônios. Então com 88 anos de idade, o diretor revê sua vida e os mais de 60 anos dedicados ao cinema, além da longa trajetória no teatro e na TV, em meio a trechos de seus filmes e raras cenas de bastidores tiradas de seu arquivo pessoal. O documentário é um passeio pelas praias e paisagens da Ilha de Farö; uma conversa sincera de Ernst Ingmar Bergman (1918-2007) com Marie Nyreröd sobre sua vida, obra e demônios que o acompanharam sempre. Fala sobre a saudade de Ingrid, a última esposa, que morreu 8 anos antes, admite erros na vida pessoal e discute sua criatividade.
Em 2004, após 5 casamentos e 9 filhos, Ingmar Bergman optou por retirar-se para esta pequena ilha , onde podia conviver com a paisagem, o mar e o maravilhoso silêncio. Os habitantes eram amáveis e protegiam-no, dizendo aos turistas que desconheciam o lugar em que ele residia. No documentário há trechos de filmes, fotografias de família e cenas raras dos bastidores de vários trabalhos, tiradas do seu arquivo pessoal . E o que dizer sua sala particular de cinema? A sala de cinema de Bergman em Farö é um lindo sonho! Em forma de um pequeno anfiteatro com espaço elevado para o projetor e capacidade de 15 amplas poltronas verdes. sempre que chegava o dia 14 de julho, data do se aniversário,   a casa se enchia de crianças e Ingmar Bergman amava exibir "O Circo", de Chaplin. Com certeza este é um trabalho que ficará para a posteridade, revelando ao mundo todo o sentimento de um dos maiores cineastas de todos os tempos.

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