quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Estômago - Literalmente delicioso









“Estômago” é sem dúvida um das melhores películas produzidas nos últimos anos aqui no Brasil – e falo sem medo de ser injusto com outros que deixei passar e não assisti. E esta nem é a impressão inicial do filme: tal como num jantar gastronômico em que os pratos são servidos um a um e vão abrindo, gradualmente, apetite do cliente, “Estômago” vai apoderar-se do espectador aos poucos, crescendo em percepções. Até gastronômicas: “Estômago” é mais uma produção que me conquistou pelo trailer, mas ao mesmo tempo fiquei desconfiado que pudesse ser mais uma que explorasse as mazelas da pobreza brasileira – em geral o estereótipo nordestino, pelo que se supunha pelo sotaque do protagonista. Há, de fato, elementos que estamos mais que acostumados a ver em produções nacionais: migração para o Sudeste, a realidade das cadeias, mas tudo isso é tratado com desenvoltura apenas como pano de fundo para um roteiro conciso, fecundo, com bom humor e ótimo sabor. João Miguel está se particularizando em filmes elogiados pela crítica. está esplêndido como o ator principal que aprende a cozinhar para não ser tragado. Em dois núcleos análogos, mas igualmente cativantes, Fabiula Nascimento (Iria), Babu Santana (Bujiú), Carlo Briani (Giovanni) e Zeca Cenovicz (Zulmiro) são apenas alguns dos excelentes coadjuvantes, com Paulo Miklos fazendo com competência uma participação especial. “Estômago” tem uma direção segura: um excelente filme dirigido por Marcos. Literalmente delicioso. Domingo trarei mais um trabalho com pano de fundo gstronômico. Até.

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