sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Capitães da areia











Como em todas as sextas-feiras neste mesmo horário, cá estou para mais um encontro com todos vocês. A dica de hoje (assim foi durante esta semana), vai de cinema. Ontem fui ao Cine Paralela aqui em Salvador assistir ao filme "Capitães da Areia", baseado num romance de Jorge Amado que leva o mesmo nome. Os livros escritos por Jorge Amado sempre foram excelentes argumentos para roteiros televisivos ou cinematográficos. Porém, um de seus mais aclamados trabalhos, que é justamente o livro "Capitães da Areia", ainda não havia recebido uma versão para o cinema ou para a TV. Mas a história agora é outra, pois desde a semana passada os cinéfilos de todo o Brasil já podem conferir de perto esta película. Para todos que como eu, tiveram a oportunidade de ler o livro, sabem bem do que se trata a história. Os "Capitães da Areia", assim é como um bando de meninos abandonados pelas suas famílias e pela sociedade baiana dos anos 1950 são conhecidos. De todos eles o mais afamado e consequentemente o mais temido é o líder Pedro Bala, um adolescente de quinze anos já considerado pelas autoridades um bandido a ser caçado. Pedro é uma espécie de herói de dezenas de garotos da sua idade, que juntos aprontam todas na "Cidade da Bahia"; assaltam, invadem casas de granfinos para roubar, assaltam em plena luz do dia, passam a perna em marujos desavisados nos jogos de cartas, e também se ocupam de flertar com as mulatas. Adoram se divertir em festas de largo, quermesses, vivem em um trapiche abandonado, onde as vezes ocorrem algumas confusões, mas como família, resistem bravamente aos duros obstáculos. Neste momento, Salvador enfrenta uma dura epidemia de varíola, dizimando muitas vidas. A menina Dora de treze anos, e o seu irmãozinho Zé Foinha, estão entre os órfãos da varíola, pois sua mãe morreu e eles não tem para onde ir. É nesse momento que a vida dos dois irmãos se cruzará com a dos Capitães. Como no bando a presença de uma menina nunca exixtiu, a confusão logo se instala, afinal nesta idade, os hormônios estão à flor da pele. Pedro Bala logo se apaixona por Dora e é correspondido. "Professor", o braço direito de Bala, também se apaixona pela garota. Com sua timidez e sensibilidade prefere respeitar os sentimentos do amigo, se conformando apenas em sonhar com a pele macia da garota, bem como os seus seios que já despontam por conta da puberdade. Devo deixar claro que nem tudo são flores. Achei o filme bom, porém digo que a história podia ser um pouco melhor explorada. A relação do malandro Gato com a prostituta, o rancor do menino Sem Pernas por não ter uma família, a paixão silenciosa do Professor por Dora, a namorada do protagonista Pedro Bala, essas histórias foram ficando, na minha humilde opinião, um pouco soltas. Apenas o romance de Dora e Pedro Bala é encerrado com o fim do filme. Os outros finais parecem ser “justificados” com um final que vem de repente, como se o filme tivesse que acabar porque chegou o momento. O filme me pareceu um tecido cheio de pontas soltas. Mas como li a obra de Jorge fico imaginando se a minha exigência nesse sentido não será um pouco exagerada (afinal, quase sempre os livros que ganham versões para o cinema ou a TV costumam a continuar imbatíveis se comparados, pois são o original da obra). O cinéfilo que for para ver uma poesia visual do meninos malandros das ruas da Bahia, uma trilha sonora maravilhosa assinada por Carlinhos Brow, e a seleção de imagens, você não vai se decepcionar.

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