quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Os Escrúpulos de Maigret

Esta é mais uma das excelentes histórias envolvendo o lendário comissário da polícia judiciária francesa Jules Maigret, porém esta é sem dúvida a mais estranha para o nosso bravo policial e sua equipe. Normalmente Maigret se envolve nos acontecimentos após um delito ser perpetrado, como parte de suas atribuições de comissário da Polícia Judiciária. Neste livro, entretanto, é procurado por Xavier Marton, um vendedor de brinquedos de uma grande loja. Marton começa por informar que buscou auxilio de um médico antes de procurar Maigret, para ter certeza que não é insano. E que está convicto de que a esposa deseja matá-lo. Ele não tem provas, nem deseja fazer uma denúncia formal, quer apenas comunicar a Maigret.Passar a existir então uma situação complicada: sem um delito, queixa ou indícios, ele não tem pretextos para se envolver. Aliás, o promotor geral o adverte explicitamente que ele não se envolva. É obvio que Maigret desobedece e coloca seus inspetores para averiguar a vida de Marton e a esposa.Quando um crime ocorre, Maigret o resolve prontamente, apesar da solução não ser tão óbvia para o leitor. Como de costume, mais extraordinário que a solução do crime é o retrato da condição humana (ou mais precisamente das fraquezas humanas). Esse é um daqueles livros que ao final você fica pensando um pouco na pequena tragédia e se perguntando se você também não está seguindo mecanicamente um caminho errado.Uma indiscrição mencionada por Maigret (e que não sei se continua se aplicando nos dias de hoje) é a preocupação da polícia em refrear os custos das investigações que não sejam requeridas pelos promotores. Já os promotores se inquietam menos com os custos, pois pela lei eles serão reembolsados pelos culpados.

1 Comentários:

Às 12 de agosto de 2011 às 19:58 , Blogger Lucas Pimenta disse...

Esse livro é realmente fantástico!

Cadê a prometida resenha de São Jorge da Mata Escura?

 

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