sexta-feira, 8 de julho de 2011

Adeus Meninos





Creio já ter ultrapassado há muito tempo a modesta marca dos marca dos 1000 filmes (digo modesta porque conheço muita gente que está bem mais avançada do que eu, chegando até os 5000). Muitos me emocionaram pela ternura, pela alegria por causar em mim um sentimento estranho de nostalgia de alguma coisa que eu não sei, mas poucos me causaram, além de todos os outros sentimentos; tristeza e angústia como Adeus Meninos. Se o diretor Malle quis trazer à tona todas estas sensações juntas naqueles que asistiram esta película, devo dizer que pelo menos em mim ele conseguiu. A história se passa na França, no inverno de 1944. Julien Quentin é um moleque de 12 anos que estuda no colégio Sr.Jean-de-la-Croix, em meio às amplas dificuldades devido às dificuldades geradas por conta da 2ª Guerra Mundial. Lá ele se torna o melhor amigo de Jean Bonnett, um acanhado companheiro de classe que Julien depois descobre ser judeu. O drama toca os meninos quando a Gestapo invade o colégio, à caça de judeus ou adeptos. Para Louis Malle, esta história, com toques autobiográficos, "talvez tenha decidido minha aptidão de cineasta. É minha fidelidade, minha referência. Deveria ter sido o assunto de meu primeiro filme, mas eu hesitava, esperava.” “Adeus, Meninos” é uma película memorável, que leva a platéia a questionar-se sobre as noções filosóficas de humanidade, de dever moral e de solidariedade. É um filme sobre as diferenças, amizade, coragem e covardia que às vezes abate o coração humano. Louis Malle denuncia o anti-semitismo, mas também traceja as dificuldades da vida quando da ocupação francesa pelos nazistas: toque de recolher, mercado negro, fome, pobreza, aflições pessoais e, principalmente, a conservação de princípios éticos quando o que está em jogo é a sua própria vida. Uma visão cinematográfica diferente, intimista, das moléstias impostas pelo regime nazista na Europa, abordando as implicações abundantes dos que sobreviveram a esses tempos complexos.

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