quinta-feira, 7 de julho de 2011

Havana, A Nova Arte de Construir Ruínas









Ontem tive o prazer de voltar a frequentar um maravilhoso espaço onde se pode assistir filmes de boa qualidade. Este lugar é a sala Wlater da Silveira, uma espécie de Cinemateca baiana (longe de querer compará-la ao grande palácio francês; é só para se ter um parâmetro). A sala faz parte do complexo da Biblioteca Pública do estado da Bahia, apresenta sempre às 18 ou 19h filmes fantásticos por um excelente preço (às vezes sai de graça como aconteceu ontem ou então você leva um kilo de alimento não perecível. Quando o valor é em dinheiro não passa de R$3,00). A película que assisti chama-se "Havana, A Nova Arte de Constrir Ruínas", é um documentário produzido por dois alemães sobre os casarões de Havna. Existiu um período na história em que a cidade de Havana tinha a alcunha de "Pérola do Caribe". Porém, hoje a capital cubana é caracterizada pelas ruínas e edifícios ameaçadas de desabamento – para os turistas, um mundo de pura nostalgia, para os habitantes as edificações constituem um perigo de morte cotidiano. O documentário capta o ambiente da cidade inteira em ruínas, retratando cinco pessoas bem diferentes que tentam se arrumar com esse ambiente insalubre e desmantelado, na verdadeira acepção da palavra. Um escritor Chamado Antonio Ponte, que devido ao regime foi proibido de publicar suas obras em Cuba, e té mesmo de sair da ilha; um casal de velhos latifundiários, cuja fazenda fora confiscada pela Revolução; o vigia e único habitante-espectador de um teatro abandonado; o encarregado da manutenção de um edifício do início do séc. XX e sua ex-esposa; como também uma jovem, ex-mulher de um multimilionário que a cada noite adormece atormentada pela fantasia de que venha abaixo o velho casarão onde vive, são os personagens que narram suas vidas e falam de seus sonhos ou conflitos gerados pelo entorno em que vivem - as ruínas da cidade de Havana. O filme, estreado em 2006, foi agraciado com o Bayerischer Filmpreis (melhor documentário, governo da Baviera, na Alemanha), e em 2008 ganhou com louvor o prêmio de melhor documentário internacional no III Festival Internacional de Cine Documental de la Ciudad de México. Em 2006, o filme protagonizaria um episódio que muita gente associou à censura do governo cubano, no Festival de La Habana, mas alguns meses depois foi reprovado pelo Festival de Miami.

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