quinta-feira, 7 de julho de 2011

A pedra desnuda



Vim dizer-te adeus, pedra desnuda.

Ficas sozinha no meio da noite.

Tantas vezes encostei minha cabeça

e tive o sonho de Jacó. Agora,

ao continuar a viagem, eu levo

apenas a marca rubra de tua ruga

na face. Estou agradecido.

As suaves almofadas me deram

apenas plácidos sonhos, enervantes

apreciações da vida. Fazia

falta em minha vontade, a tua ácida dureza.

Talvez fosses a mesma que Jacó

teve em seu sonho bíblico, e em tua entranha,

como um raro metal, dorme o augúrio.

Ficas sozinha no meio da noite...

Venho dizer-te adeus, pedra desnuda...


Agustín Acosta

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