quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Morangos Silvestres" de Ingmar Bergman






O professor e médico Isak Borg é uma pessoa egoísta e amarga que precisa viajar de Stockholm para Lund, a fim de receber uma homenagem por seus 50 anos de trabalho. Na véspera de sua viagem, ele tem um pesadelo, no qual ele se encontra numa rua deserta quando um caixão cai de um carro fúnebre e, para seu desespero, ele se vê deitado no tal caixão. Ao acordar, assustado, desiste de pegar o avião para Lund e resolve fazer a viagem por terra.Em sua viagem, ele é acompanhado por Marianne, sua nora, em crise com seu marido Evald, que parece carregar a mesma amargura do pai. No caminho, ele para num local e comenta que ele e seus irmãos costumavam ir ali durante o verão. Marianne resolve dar um mergulho num lago, deixando Isak envolto em suas lembranças. Em sua imaginação, ele vê Sara, sua paixão da adolescência, colhendo morangos silvestres e aos beijos com seu irmão, Sigrid. Ele é despertado por uma jovem, que também se chama Sara, pedindo carona para ela e seus amigos Anders e Viktor. Em seguida, ele acolhe o Sr. e a Sra. Alman, um casal que acabara de sofrer um acidente. Quando o casal, em crise, começa a discutir, Marianne pede para que eles saltem do carro.Depois que param para almoçar, Isak visita sua velha mãe. A seguir, continuam a viagem e Isak volta a se envolver com suas lembranças: Sara lhe diz que vai casar com Sigrid; numa floresta, ele vê sua esposa falecida encontrar-se com o amante.Voltando à realidade, confessa à Marianne "que se sente morto embora continue vivendo". Marianne percebe que essas palavras são as mesmas que lhe foram ditas por Evald. Ela, então, conta a Isak que está grávida e que o motivo de sua crise conjugal é que Evald não quer o bebê.Eles, finalmente, chegam à Lund, onde Isak é homenageado. Naquela mesma noite, ele conversa com Evald e Marianne. Depois, ele volta a refletir sobre sua existência, seu passado, seus medos e termina reencontrando um pouco de humanidade dentro de si e experimentando uma nova comunhão com a vida.
"Morangos Silvestres" é uma das mais comoventes obras de Ingmar Bergman, além de ser, talvez, o seu melhor filme. Este clássico influenciou fortemente o cinema europeu de sua geração. O cineasta cria cenas magníficas, misturando passado e presente nas mesmas imagens. O rosto do professor Isak Borg, muito bem interpretado pelo diretor Victor Sjöström, faz parte das emoções inesquecíveis do cinema.Embora haja um deslocamento real, físico, através da viagem de automóvel, Bergman faz com que o professor Isak Borg, através de seus sonhos e de sua imaginação, viaje ao seu passado, talvez como uma forma de se purgar de uma vida sem amor.

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