domingo, 20 de janeiro de 2013

Paraiso a Oeste... Um drama sobre a realidade dos imigrantes ilegais na União Europeia.

Soberba película esta. Faz-nos rir e chorar com as histórias de pessoas simples, que bem poderiam ser um de nós. O longa-metragem dirigido por Costa-Gravas narra a saga de Elias, um jovem estrangeiro de país não revelado, que tenta chegar a Paris para tentar ganhar o pão nosso de cada dia. Em seu caminho muitas confusões e perseguições, que revelam a triste condição de imigrante em um país como a França, que se intitula “aquele que abre as portas aos pobres do mundo”, mas todos sabem qual é o tratamento dado ao estrangeiro. Elias, vivido pelo ator italiano Riccardo Scamarcio de “Meu irmão é filho único”, é uma espécie de Carlitos pós-moderno, pois assim como Charles Chaplin em Tempos Modernos, o ator passa grande parte do filme calado, já que não tem muita segurança em falar o idioma francês. Outra clara analogia com o personagem chapliniano é a forma como ele enfrenta as hostilidades de autoridades e da população de forma inventiva e indiferente. Mesmo sendo uma fita descontraída na maior parte do tempo, a produção também conta com algumas cenas fortes, em uma delas Elias é obrigado a desentupir o tubo de uma latrina sem o uso de desentupidor. Além de algumas metáforas desumanas, como na cena em que Elias é jogado dentro de uma privada em um número de mágica ou a forma como todos querem se aproveitar do personagem, visando ganho financeiro ou realizações sexuais. Segundo o diretor em entrevista concedida durante um evento de cinema aqui no Brasil, Costa Gavras declarou ter tentado reproduzir o problema da imigração de forma menos dramática que em algumas produções atuais como Código Desconhecido e Entre os Muros da Escola, ambos os filmes de nacionalidade francesa. Na mesma entrevista o diretor resumiu: “Jacques Tati dizia que não precisava de gags para fazer comédia, bastava olhar para a sociedade”. Finalmente, depois de refletir sobre esta maravilhosa obra de arte, posso afirmar que Paraiso à Oeste pode não ser tão impactante quanto seus filmes antigos, porém a forma como Costa-Gavras trabalha as oscilações dos níveis de
tensão continua a mesma de sempre, só que ao invés de só tencionar a platéia agora o diretor também faz rir um bocado.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial