segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Lugares Comuns (2002)




Já virou rotina falar da boa qualidade do atual cinema argentino. Este é um fato inegável. Os caras sabem como tocar no coração de qualquer ser humano. Mesmo àqueles a quem chamamos de coração de pedra. Lugares Comuns teve várias indicações a prêmios e ganhou mesmo o espanhol Goya de Melhor Atriz (Mercedes Sampietro) e Roteiro. Ela também foi Melhor Atriz em Gramado.
A vida do professor universitário argentino Fernando Robles muda depois que ele é obrigado - por decreto - a se aposentar. Ao lado de sua mulher Liliana - com quem faz um casal apaixonado e dedicado - viaja à Espanha para visitar o filho. Eles se amam, se respeitam e são fiéis um ao outro, e nunca se cansam de estar a sós, somente os dois. Na volta, assustados com o custo de vida de Buenos Aires, Fernando e Liliana procuram novas ocupações mudando-se para uma fazenda onde pensam em plantar lavanda. Como num tango saudoso, Fernando sonha com dias melhores enquanto passa sua vida a limpo no diário que escreve diariamente.
Este é um filme muito interessante, além de bonito. O professor é um daqueles idealistas incorrigíveis, mas que vive de acordo com suas crenças e ideologias, mesmo que isto signifique atritos com sua família e amigos, além de problemas na vida profissional.
A narração em off feita por ele mesmo é fantástica. Uma das primeiras cenas, quando ele faz seu discurso de despedida dos alunos, é belíssima, um libelo em favor da liberdade, da arte e da coerência.
No desenrolar da história, ele vai revendo e reavaliando seus conceitos, se confessando pro diário que escreve. O filme não tem a intenção de dar lição de moral à ninguém, e nem deixa claro de que lado está a razão, apesar de a história ser contada pelo próprio professor. Você pensa, às vezes, que ele é só mais um louco, um sonhador.
Mas o que seria deste mundo sem eles, estes loucos maravilhosos? Além de tudo, aquela fazenda onde ele vai plantar lavanda é linda, meu sonho de vida. Já tô de olho numa pquena casinha em Pirajuía...

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