domingo, 3 de abril de 2011

Mamãe faz 100 anos





Gênio esse Saura. Um dos expoentes do cinema europeu; este espanhol é sem sombra de dúvida um dos maiores cineastas do mundo. Tive a oportunidade de assisti vários dos seus filmes, e muitos deles vem sempre acompanhado de questionamentos inquietantes sobre a sociedade e sobre avida. Nesta obra-prima, Saura analisa a sociedade Espanhola durante o regime de Franco, apresentando uma família que aproveita a reunião de aniversário dos 100 anos da matriarca, para planejar sua morte e apoderar-se de sua herança. Mas apesar de fraca e doente, a Mamá (Rafaela Aparício) ainda possui um caráter forte, impondo sua presença e autoridade frente aos seus individualistas e gananciosos filhos. Nesse filme as estrelas são a matriarca (Rafaela Aparício) e a bondosa e ingênua Ana (Geraldine Chaplin). O filme ambientado no final dos anos 70 mostra uma antes abastada família espanhola, mas naquele momento em ruínas. A mamãezinha daquela gente vai fazer 100 anos e sabe dos planos de alguns de seus desnaturados filhos, entre eles, um debilóide solteirão que só pensa em tentar voar de asa delta, uma filha que tenta controlar a casa e alguns outros. Eles querem a venda da imensa propriedade que viu nascer a aniversariante e também de algumas terras. Mas a mamá que é esperta sabe do plano que armaram para lhe tirar a vida no dia do seu aniversário e pede a ajuda de sua melhor filha, a Ana. Não é uma comédia de tudo, mas há partes engraçadas: não há como não rir da voz de taquara rachada da velhinha e da cena em que ela desce de uma poltrona com os pezinhos se mexendo lá de cima. Uma coisa bem tosca. Há claro, em uma análise séria e profunda deste filme as metáforas existem. Para quem gosta do cinema espanhol, “Mamãe faz cem anos” é interessante justamente por mostrar algo da cultura e um pouco da vida privada de uma determinada classe social. Claro, que os que estão ali retratados não são a maioria no que diz respeito à ganância descomedida. Geraldine Chaplin está no filme do início ao fim e é muito interessante vê-la mais nova e chique em sua personagem. É uma viagem agradável ao cinema de Carlos Saura.

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