domingo, 28 de novembro de 2010

A ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA







Este filme foi feito mais ou menos na mesma época que Uma rajada de balas. Como havia dito então, a história sobre Bonnie e Clyde redefiniu o cinema na época. Levou o cinema em direção ao cinema moderno de hoje. Esse filme se aproveita disso, fazendo um cinema moderno que ao mesmo tempo flerta com o antigo cinema dos anos 1950.
Acompanhamos a história de dois jovens, Sonny (Timothy Bottoms) e Duane (um Jeff Bridges com apenas 22 anos) que moram em uma pequena cidade. E pequena mesmo, daquelas que somente tem um restaurante, um salão de bilhar e um cinema. Ou seja, uma cidade onde não há nada para se fazer. Sequer tem um time de futebol decente para quem torcer.
Os dois se apaixonam pela mesma menina, Jacy (Cybill Shepherd, debutando nos cinemas), a única menina bonita da cidade. Mas é Duane que acaba com ela, e Sony acaba com uma menina tão irritante e pouco interessante que acaba a trocando pela mulher do treinador do time do colégio. Não há sequer a aparição de qualquer novo rosto que possa servir de interesse para Sonny, ele está perdido no meio daquele nada, e numa relação com alguém muito mais velha que ele.
Já Jacy não é nenhuma flor que se cheire. Ela é de uma das poucas famílias ricas da cidade, cresceu em uma bolha como uma garota mimada e calculista. Até a perda da sua virgindade é de acordo com os seus interesses. No caso, o interesse era pra ter relações com outro rapaz.
Se a vida amorosa dos rapazes não vai bem, não se pode dizer que eles tem um grande exemplo familiar também. Principalmente, eles não tem a menor criação por uma figura paterna. O que se passa mais perto de pai para os dois é Sam The lion, que por acaso também é dono do salão de bilhar, do restaurante e do cinema.
O mais interessante é a ambientação do filme. O lugar, a decoração de cada lugar, cada casa e até mesmo as roupas que as pessoas usam, tudo remete imediatamente aos anos 1950. Mais impressionante ainda é que o filme foi rodado como se fosse um filme feito nos anos 1950, mesmo sendo um filme de 1971. Da mesma forma que se fazia na época, até mesmo com seu preto e branco tradicional (segundo dizem, um conselho de Orson Welles, amigo do diretor).
Mais ainda, o filme evoca uma nostalgia dos anos 1950 mesmo para os que não viveram naquela época. Um ótimo trabalho do diretor Peter Bogdanovich, que faria poucos filmes depois desse. Menos ainda de filmes que sequer valham a pena serem vistos, mas pelo menos aqui ele acertou a mão entregou um ótimo filme para ser visto em qualquer época.

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