domingo, 13 de junho de 2010

Filme Mediterrâneo

"Em tempos como este a fuga é o único meio de manter-se vivo e continuar a sonhar".
Henry Laborit

Faz cinco anos que vi esse filme pela primeira vez e posso dizer que me deixou marcas, que me fez ser um confesso apaixonado pelo cinema italiano. Mediterrâneo é um filme de uma beleza indescritível só comparável no cinema italiano a filmes como Cinema Paradise e Malena, ambos dirigidos por Tornatore. É mais que um filme, é um hino à beleza, à vida. Gabrielle Salvatore traz com Mediterrâneo uma mensagem anti - guerra, uma exaltação a paz.
A história se passa no ano de 1941.O tenente Raffaele Montiini (Cláudio Bigagli) lidera um grupo de soldados italianos que são enviados a uma missão a Mighisti, uma ilha grega perdida no Mar Egeu.Como diz o tenente Raffaele que é o narrador da história "importância estratégica: zero". A princípio, a ilha está deserta. Ninguém parece habitar as casas da ilha .Depois de montarem um posto de observação , o radiotransmissor é destruído. Sem rádio, sem comunicação com o mundo exterior e, sendo assim sem notícias da guerra, este grupo de militares construirá o seu dia a dia numa ilha grega maravilhosa do mediterrâneo. Vão adaptando-se a nova rotina sem dificuldades.O sargento Nicola Lorusso (Diego Abatantuono) assume o comando, pois o tenente passa a dar importância à pintura da igreja local.É quando aparece Vassilissa (Vanna Barba numa beleza indescritível), uma prostituta que passa a " ocupar" os soldados, inclusive o próprio sargento Lorusso; porém o desajeitado e sonhador soldado Farina (Giusseppe Cederna) vai apaixonar-se por ela ...
Salvatore não faz um filme político ou de guerra. Pelo contrário, ele cria uma fabula que fala de amor, paz, vida, arte e do cotidiano do ser humano. O azul do mar Mediterrâneo perfaz a tela durante todo o filme, dando-lhe toda a essência.A fotografia do filme é lindíssima. Mediterrâneo tem um desenvolvimento narrativo tênue, nem lento nem apressado, perfeito. E a trilha sonora é fantástica. Há momentos cômicos, diálogos ilariantes e outros mais filosóficos. É uma ode a vida, sem dúvida. A frase de Laborit é bem elucidativa da intenção de Salvatore quanto à mensagem do filme. Embora esquecidos numa ilha perdida, este grupo de militares italianos é uma imagem de rebeldia contra o regime, contra a guerra, contra um ideal que não é deles.
São o retrato de uma minoria que sonhou , de alguns que preferiram ser covardes do que morrer. Porque o mais importante é viver, pois as guerras nunca são benéficas, nunca se justificam. Como diriam os italianos, Mediterrâneo é Bellíssimo!



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